OS SINAIS DO BRASIL

Os sinais do Brasil

Libras – Língua brasileira de sinais – é a segunda língua oficial do Brasil, a meu ver, tardiamente oficializada em 2012. No mesmo ano, foi sancionada uma lei, que exige que os profissionais de áreas, como: psicologia, pedagogia, fonoaudiologia e licenciaturas em geral cursem a disciplina referente ao ensino dessa língua para que consiga atender, na medida do possível, os surdos.

Libras é um sistema linguístico de natureza visual-motora, possui estrutura gramatical própria e é oriunda das comunidades surdas espalhadas pelo Brasil, por vezes se apropria; como ocorre nas línguas orais com as palavras (no caso sinais).

Alguns sinais variam de região para região. Semelhante aos sotaques. São as variedades linguísticas. O principal canal usado para transmitir ideias são as mãos e, curiosa e raramente, os pés, além das expressões faciais.

Muitas pessoas acreditam que a comunicação por meio dos sinais não seja tão eficiente quanto as línguas orais. Visão equivocada. Não se trata de um mero conjunto de sinais. Pesquisas mostram que, em nível de complexidade e expressividade, a Libras não fica aquém de qualquer língua oral, sendo possível a utilização de gírias, metáforas, compor poemas. Discutir literatura, política... entre outros.

O governo tem cada vez mais se esforçado para que a Libras seja conhecida. Em algumas escolas públicas já estão sendo ofertadas aulas para ouvintes. Nas universidades já há a obrigatoriedade desde 2017, em especial nos cursos de licenciatura.

Entretanto, ainda há muitos espaços de exclusão ao surdo. Podemos citar a falta de legenda e de um intérprete de libras em filmes brasileiros.

Estima-se que são mais de 40 mil surdos somente na Paraíba e mais de 1 milhão em todo o país. Todavia, nem todos dominam a Libras, o que representa maior exclusão, falta de acesso a bens essenciais para a construção de uma cidadania plena.

Conhecer o mundo do surdo é o primeiro passo para quebrar alguns paradigmas. Ver o quanto são competentes, disciplinados, expressivos e espontâneos.

Quem nunca passou pela experiência de encontrar surdos nas ruas e não ficou na curiosidade de saber sobre o que eles conversavam? E são surdos, não mudos, por favor! Que possamos ter mais atenção aos surdos, esse grupo de pessoas que carregam consigo poesia nas mãos.

Leo Barbosaa
Enviado por Leo Barbosaa em 28/05/2024
Código do texto: T8073459
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