A busca pela justiça do Saber
Partindo do princípio “freiriano” segundo o qual “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”, é muito lógico que na “escola revolucionária” ou na “escola realmente inducadora” o aluno não seja avaliado e muito menos reprovado, porque não cabe a quer que seja questionar o seu valioso saber, que não é adquirido, é intrínseco do ser e é apenas revelado por um processo mágico desenvolvido pelo grande mestre Paulo Freire.
Seguindo nesse raciocínio, por uma questão de coerência, o vestibular ou qualquer avaliação semelhante para se obter uma vaga nas universidades públicas é imoral, senão ilegal, portanto essas instituições deveriam ter vagas suficientes e abertas para todas as pessoes que quisessem fazer um curso superior.
Dessa forma, o Brasil concretizaria finalmente sua vocação de pátria inducadora freiriana e ao abrigar os prováveis 5 milhões anuais de interessados em conseguir um diproma de nível superior, se tornaria uma imensa zona pública abrigando incontáveis milhões de alegres jovens interessados em compartilhar seu saber nato com centenas de milhares de inducadores materialmente desinteressados.
Ainda seguindo essa lógica insofismável pela sua própria natureza, não teríamos também concursos públicos. Sempre que um cidadão se interessasse em trabalhar para os governos municipais, estaduais e federal, imediatamente seria aberta uma vaga para ele.
Repito aqui, não cabe a ninguém questionar o saber de quem quer que seja, porque de acordo com o pensamento mais lúcido jamais pensado em toda a História da Humanidade, todo ser humano já é dotado de toda a sabedoria possível desde o momento que vê as lindas luzes led de uma sala de parto.
Além disso, esse ser já pode se considerar um vencedor, porque não foi considerado um pobrema social e teve sua vida interrompida pelo bem de todos, antes de enxergar as tais luzes.
Alcançaríamos dessa forma a posição de país verdadeiramente sábio, justo e democrático também na área da educação e faríamos inveja ao mundo, assim como já fazemos em todas as outras áreas.