UMA LÁSTIMA NACIONAL
Francisco de Paula Melo Aguiar
A riqueza ou a pobreza e ou o saber acadêmico, não se transmite de pais para filhos pelo sangue como vírus, tuberculose e câncer, por exemplo, que se nasce, cresce, vive e morre com ele.
Assim sendo, todo e qualquer país tem que investir com força no sistema educacional, e o Brasil sabe disso, faz tempo, porém, os resultados são piores do que o esperado, uma chaga nacional produtora de desigualdades sociais e salariais também.
A começar pela evasão escolar, segundo os índices divulgados pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2024), onde 11% dos brasileiros com idade de 11 (onze) a 19 (dezenove) anos, o que representa mais ou menos dois milhões de jovens que estão fora da sala de aula. Ressaltamos, porém, que isto tem como causa alegada por adolescentes e mães solteiras, de que trabalham para ajudar na manutenção da família.
Por outro lado, ainda que por dedução, se presume que o ensino representa uma ensinagem lastimável, fora dos contextos e dos sonhos dos envolvidos.
O Brasil ocupa a 53a.(quinquagésima terceira) posição entre 65 (sessenta e cinco) países do mundo que foram avaliados, segundo o PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
Estas são às más notícias que infelizmente, o nosso sistema escolar da Educação Básica vem assim produzindo, aliadas a violência escolar, bullying, etc, contra crianças e adolescentes, onde atinge 1 (um) em cada 4 (quatro) alunos e ou seja, 25% (vinte e cinco por cento) dos alunos que frequentam a Educação Básica no Brasil, declaram ter sofrido algum tipo de agressão ou assédio na escola.
No tocante aos professores da rede pública da Educação Básica, o caso é mais sério ainda, pois, 54% (cinquenta e quatro por cento) dos docentes declaram que já sofreram agressões verbais e físicas, bem como ameaças de alunos e de seus pais.
Outro problema crucial do Sistema de Educação Básica que engloba: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio regular ou profissionalizante, em tempo integral ou não, pois, os baixos salários dos professores; a precariedade das próprias escolas sucateadas; poucos professores concursados; muitos professores contratados, dentre outras causas alegadas, favorecem o fracasso escolar. E que apenas 5% (cinco por cento) de todas às públicas de Educação Básica no Brasil. tem e funciona com infraestrutura adequada ou completa, enquanto os outros 95% ( noventa e cinco por cento), das escolas funcionam precariamente, ninguém sabe, ninguém viu, totalmente sucateadas, mesmo depois da implantação da reforma de ensino de 2017, passando pela contra reforma dos anos seguintes, até a presente data.
Portanto, o resultado do Censo/IBGE, divulgado recentemente, depõe a verdade de que existe 10 (dez) milhões de brasileiros na faixa etária de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos de idade que não terminaram o ensino médio, em qualquer de suas modalidades oferecidas.
E pior ainda, o Brasil, segundo os números estatísticos oficiais do IBGE, existe 70 (setenta) milhões de brasileiros que não concluíram a Educação Básica até a presente data.
De modo que a produtividade no Brasil é que um trabalhador produz no máximo 20%(vinte por cento) do que produz um trabalhador norte-americano, assim sendo, tem como resultado o salário baixo, onde por média, um trabalhador brasileiro recebe mensalmente 7,5% (sete virgula cinco por cento) do que recebe mensalmente um trabalhador norte-americano.
O fosso econômico, escolar, social e desigual da massa brasileira não sai da estaca zero desde o início do século XX, com raríssimas exceções, tudo porque a educação não é prioridade, bem como não é política de Estado e sim de governo, que no entra e sai governos e suas ideologias, o atual acaba com o que os anteriores fizeram ou apenas deixaram no papel, portanto, letra morta, porque não precisa ser sábio ou filósofo, de que não haverá futuro dos brasileiros ou de qualquer nação do mundo, sem educação de qualidade para todos, e isto é o calcanhar de Aquiles que nos aflige.