SURPRESAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR, OU NEM TANTO?

O recomeço das aulas, o início do ano letivo, o reinício das atividades escolares... tudo deveria significar a busca pela magnitude intelectual, mas sabemos que não; ou SQN.

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Os motivos para que isso seja descartado, logo de cara, estão explícitos nas falas das equipes gestoras, pois as práticas que chegam de cima, refletem o que pensam os governos.

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Veja se um ano letivo pode começar faltando merenda! Em alguns estados e em muitos municípios tem sido normal, há anos.

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De que maneira almejar um ano letivo supimpa, se os alunos e vários pais chegam à escola, encontram listas e recados dizendo que os filhos terão que estudar em outra Unidade Escolar, e longe de casa, porque as salas,

ali, estão alagadas? E saber que o telhado estava comprometido desde o ano anterior?

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Observe, se para quem deseja um bom andamento na escola, pode permitir que matagais em várias delas, alcancem a altura das janelas ou quase?

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Como alguém pode falar e supor que o ano letivo deva ser maravilhoso, se uma cobra medindo quatro metros é encontrada no pátio da escola?

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Será, mesmo que é possível começar um ano interessante sem receber os kits escolares (às vezes, chegam bem depois do início das aulas), uma vez que tal política foi adotada há alguns anos?

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Podemos considerar bom presságio estudar em uma outra escola, sabendo, que de vez em quando aparecem cobras e o zelador tenta resolver o problema, parcialmente?

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Vai me dizer que você considera normal ir à escola e ter que levar copo, merenda e papel higiênico!? Em outros tempos, muitos alunos levavam a chamada lancheira, bem caprichadinha e recheada de alguma fruta, pão com alguma coisa,

guardanapo, garrafinha com suco etc. Os tempos mudaram, e isso passou a ser "privilégio"; principalmente em algumas escolas particulares. Dinheiro para gastar em cantinas nem todos têm; e em algumas escolas, nem cantina existe.

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Certamente, você não considera bacana a ausência de segurança no portão da escola e nas ruas. Ou considera? E as creches que ficaram ou com zelador ou com vigia? E as que estão sem opção alguma? Várias Unidades Escolares passam por

esse dilema.

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Será que iniciar um ano letivo combina com a ausência de Agentes Escolares em quase todas as escolas? Falam em contratar, agora; mas por que não agiram bem antes: onde está o planejamento, onde ficaram as promessas eleitoreiras

de que a Educação seria um dos temas em destaques positivos?

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De que forma dar andamento ao projeto "Mais Educação" (promessa de um político de Campinas-SP), se a verba precária demora para chegar, e com isso, por exemplo, as hortas são invadidas pelo mato, destruindo hortaliças e legumes? Tal

projeto envolve, além da criação e manutenção de hortas, trabalhos musicais envolvendo alguns instrumentos, Alfabetização (caso de alunos com alguma defasagem no tocante à aprendizagem - mas esse ponto deveria ser trabalhado durante

o período normal de aula, e não como estão querendo. Não adianta pedir que o aluno vá à escola, para esse fim, em período oposto, porque ele não irá. Salva raríssima exceção. Tendo um professor apenas para o aluno, no horário normal

de aula, ele vai se sentir mais à vontade. Agora, se ficar na sala, estará diferente, observará os outros fazerem, e ele não. Ministrar aula diferenciada em uma mesma sala, para um ou dois alunos; e cuidar dos outros trinta, não

dá. Cabe à equipe gestora levar a questão à Delegacia de Ensino e reverter o quadro. Há outros trabalhos envolvendo o Mais Educação, à escola tem a incumbência de contratar e determinar o que será feito. Não é fácil alguém aceitar,

por causa dos valores: são baixíssimos.

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Você nota que um ano letivo perfeito está longe de acontecer (nem queremos perfeição), quando direção, coordenação começam repetir os mesmos erros de vários anos, sabendo que em nada vai ajudar. Um exemplo, é alguém reclamar do uso

dos celulares, ciente de que quase todos os professores usam, e dificilmente é para pesquisar algo escolar! Para que realçar leis e regras, se não serão cumpridas? Outra bobagem é pedir que as professoras, principalmente, algumas

professoras conservem o banheiro limpo. É "chover no molhado": se fazem isso na escola, é porque em suas casas também repetem os gestos. Jamais alguém vai dizer que fez isso ou aquilo, que jogou algo sujo fora do lixo, por exemplo.

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A questão dos projetos: querer trabalhar em equipe é uma situação, abraçar a causa, é outra. Dificilmente um grupo vai desempenhar algo, para que um colega (o autor) sobressaia, a não ser que faça parte de uma mesma "panela". O egoísmo

impera, a inveja sobressai, e a baixa autoestima prevalece; porque não se considera capaz de fazer algo igual ou melhor que o responsável pelo projeto em questão.

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Equipes gestoras gostam de acusar professores de más gestões em sala de aula; e em algumas situações estão com a razão, porém, não podem esquecer que as armas dos professores são as palavras, o jogo de cintura, as estratégias; todavia,

infelizmente, algumas não têm autocrítica: esquecem de dizer que odeiam ficar parte do período recebendo alunos ou pais. Não enxergam que o problema nem sempre está no professor; e sim, na própria equipe, que não faz cumprir as regras,

visto que temem os alunos e os pais. E nem todos professores têm esse sentimento. Encaram e usam a chamada diplomacia e intrínseca sabedoria.

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Volto a falar sobre os celulares: se é para não deixar usá-los, faça com que nem professores utilizem; e pronto. Por que não fazem? Vão dizer que todos sabem o que estão fazendo, portanto, têm responsabilidades? Professor não é polícia para retirar objetos de alunos. Cabe à direção tomar providências,

e não ficar insinuando fatos.

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Professor com "P" maiúsculo, não se importa em não ser valorizado na sua escola por alguém que é inferior a ele. O mais importante é o carinho dos alunos, a admiração dos pais, o respeito de um ou outro colega. O trabalho flui, mesmo que

através de linhas politicamente normais. Fazer questão de santificar, endeusar, puxar saco dos mesmos dois ou três professores em cada escola é fraqueza. Então, convém ficar apenas com os dois ou três, e que comandem a escola. Faça

do pátio uma big sala!.

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Onde está o tão propagado trabalho coletivo? Onde fica a motivação que também deveria partir da equipe gestora? É feio querer mantê-los aliados, como fazem na suja política. Se esses dois ou três fossem tão bons,

conseguiriam prêmios todos os anos, e as suas escolas estariam no topo da sabedoria.

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Portanto, é preciso, antes de exigir respeito de todos, parar de discriminar. Deve agir, em prol da própria escola. Nem todos somos iguais, e seria péssimo, se fôssemos.

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Nilceu Francisco é Professor, Educador, Escritor, Jornalista, Poeta, Articulista, Ambientalista,

Videorrepórter, Videojornalista etc.

Nilceu Francisco
Enviado por Nilceu Francisco em 04/01/2024
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