PAIS SUBMISSOS CRIAM PEQUENOS DITADORES
Há muito tempo nossas escolas acolhem alunos desprovidos da base educacional que deveria ser adquirida em casa.
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Muitos pais ensinam aos filhos, desde pequenos, boas maneiras: falam que todos devem pedir licença, cumprimentar as pessoas respeitar professores e funcionários da escola, aconselham não jogar lixo fora do lugar específico. Na prática, parece tudo em vão, porque os respectivos filhos fazem o contrário na escola. Até mesmo em casa, impõem condições; e fazem prevalecer os seus desejos.
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Em casa, os filhos dão ordens, ditam regras, manipulam, chantageiam, fazem birras, invertem situações, não entregam bilhetes com recados escolares, e muitos pais obedecem: seguem a agenda pessoal dos filhos, ao invés do NÃO, na hora certa. Preferem abdicar das suas obrigações, que é aconselhar, acompanhar e educar.
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Nas escolas esses filhos/alunos, também querem dar ordens: dizer os conteúdos que os professores devem ensinar, ir ao banheiro na hora que desejam. Consideram normal ligar celulares em plena aula, criticam o vestuário de cada professor, inventam inverdades sobre comportamento em sala de aula etc. Os professores tentam retratar aos pais desses alunos um pouco do que ocorre, mas alguns preferem acreditar nos filhos. As equipes gestoras pouco fazem porque preferem ser amigas das famílias. Há exceções.
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O que falta a esses pais é preparo emocional, maturidade, vontade, traquejos, melhores informações, coragem, leituras, ajuda, terapia; para que deixem de ser permissivos, acomodados, “cegos” e coniventes. Para isso, não deveriam flexibilizar horários para satisfazer aos caprichos dos filhos, tampouco alterar planos.
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Jamais promover adaptações para que os filhos fiquem satisfeitos e não eles, pois nunca deveriam preferir a infelicidade no cotidiano, em detrimento à educação e formação moral dos pequenos. Sem dizer que indiretamente estariam colaborando com os professores.
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Será que uma criança tem direito de estragar o final de semana dos pais, que preferiram mudar o percurso dos seu sonho, para ir com os filhos onde estes quisessem? Não seria melhor dizer NÃO ao filho e seguir para onde haviam programado?
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Até que ponto contrariar os filhos é ser chato e ruim? E o futuro, como fica? E as consequências dessa irresponsabilidade e fraqueza dos pais ou responsáveis que deixam de intervir na hora certa para educá-los?
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Muitos pais fazem tudo para os filhos: mimam à vontade, criam “monstrinhos”, “reizinhos”, pequenos “hitlers” que ditam regras e ai de quem ousar contrariá-los! Há quem diga que esses pais trabalham, portanto, permanecem muitas horas longe dos filhos, então querem compensar, ficam com pena, e acabam “estragando” os pequenos, para infelicidade dos professores e dos pais num futuro próximo. E da sociedade no futuro.
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Desde quando criança tem querer? Não tem; mas a maioria dos pais prefere dizer SIM; considera mais fácil e evita desgaste, caso opte chamar a atenção e promover sermões. Por outro lado, sabemos que muitos desses pais, os considerados mais novos, foram criados sem ouvir NÃO. E se os professores insistirem corrigir os alunos, convenientemente, correm o risco de serem criticados pelas famílias e tachados de intolerantes.
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O certo é que esses pequenos "hitlers" conseguem ser infelizes, destroem suas vidas, atrapalham quem realmente quer aprender na escola, arrumam inúmeros problemas aos pais,
causam sofrimento aos professores, crescem e atrapalham a sociedade com suas atitudes levianas, desrespeitosas e inconsequentes.
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Logo, faltam também aos pais conscientização de que precisam aprender a lidar com seus filhos. E que dizer NÃO, deixou de ser “pecado”, há muito tempo.
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Nilceu Francisco é Professor, Educador, Escritor, Jornalista, Poeta, Articulista, Ambientalista,
Videorrepórter, Videojornalista etc.