Melhorando os índices educacionais.
Toda pessoa que almeja melhorar o sistema educacional sabe o que tem de fazer para melhorá-lo: melhorá-lo. E para melhorá-lo, melhora-o, com a responsabilidade que a questão pede, com as seguintes medidas - e sem titubear, e sem tatibitate, e mandando às favas o bom-senso, esta quimera escatológica medievalista do homem conservador:
1) Se o índice de matrícula escolar é baixo, matricula-se nas escolas todo mundo, inclusive os cachorros e os gatos de estimação dos humanos matriculados - e se os bípedes implumes têm de estimação sapos, lagartixas, porcos, patos, galinhas, jacarés e outros seres terrestres, aéreos e aquáticos, matricula-se todos eles também;
2) Se o índice de repetência escolar é alto, passa-se todo aluno de ano letivo - e sem se esquecer dos patos, das galinhas, de outros bípedes e de outras criaturas matriculadas, todas animais de estimação dos seres humanos matriculados;
3) Se o índice de abandono escolar é alto, rasga-se as matrículas dos alunos que abandonaram a escola (sem se esquecer que dentre os alunos há animais de estimação matriculados) - assim, ignorando-se a existência deles, dá-se como se eles jamais tivessem existido;
4) Se poucos alunos conseguem acesso às universidades devido às exigências, que estão além da capacidade intelectual da maioria dos candidatos, reduz-se as exigências a um nível tão baixo que até os animais de estimação, e muitos seres humanos, possam cumpri-las;
5) Se poucos alunos universitários completam o curso, aprova-se toda e qualquer tese que os alunos apresentam à banca examinadora; e,
6) Se os alunos nada estudam, e porque nada estudam nada aprendem, altera-se o significado de "estudar" e "aprender", comprendendo que tais palavras significam quaisquer coisas, a depender da vontade de quem as define.