A educação em tempos de Covid-19 e pós-pandemia
Luciane Cristine da Silva Angheben
Olina de Araújo Spigolon
Educação na pandemia e os reflexos pós pandêmicos
Uma grande marca na educação tem o nome de um vírus, Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. Pensando na educação, em tempos de pandemia e pós pandemia, aconteceu esse ponto que ficará marcado na história, de cada escola, professor, aluno e família.
Como profissionais da educação, pensávamos na época da pandemia que essa doença nova, que no máximo em 15 dias teríamos vacina e seríamos informados dos cuidados para podermos voltar ao nosso trabalho, porém os dias, semanas e o medo de proteger a saúde se prolongaram por um longo tempo de isolamento.
Um suporte que apareceu com muita força durante a pandemia, foi as TICs (tecnologias de informação e comunicação), essas são importantes ferramentas para o processo de ensino-aprendizagem e outras áreas profissionais.
Segundo Mozart Neves Ramos no trecho do artigo de opinião escrito em 02/04/2020; “a melhor solução para os alunos das redes públicas de ensino consistirá no uso de conteúdos transmitidos por meio dos celulares com internet. Exemplo dessa situação vem do estado de São Paulo, no qual a Secretaria de Educação negocia com as operadoras o patrocínio para bancar a conexão de Wi-Fi dos alunos que tenham ao menos um smartphone. Esse período vai exigir dos gestores que pensem fora da caixa”.
Nas Formações Continuadas que nós docentes tínhamos antes da pandemia, trabalhar com as tecnologias era algo como um suporte, opcional dentro de cada necessidade educacional. Na pandemia a Tecnologia foi a principal ferramenta para assim podermos realizarmos nosso trabalho, mas essa tecnologia que antes era opcional, passa a ser necessidade. Onde os educadores da noite para o dia tiveram que dominar as TICs, perder o medo a vergonha e falar frente as câmeras, áudios pois naquele momento era o nosso meio de comunicação. Enviar, receber, corrigir e até matar a saudade daqueles que faziam parte do nosso cotidiano presencialmente, só que naquele momento de forma on-line.
Nós educadores tínhamos que continuar a trabalhar, mesmo a distância, online, prosseguir, aprender a lidar com vários aspectos, desafios impostos por algo desconhecido a Covid-19. Os aspectos físicos: impedido devido à doença e seu contágio; Tecnológico: quanto aprendizado para nós professores, para os alunos, familiares, gestores, poder público: como suprir todas as lacunas para que a educação pudesse atingir a todos.
Dias passavam, semanas, trimestres e números marcando o tempo e as tristes notícias de muitas pessoas que não sobreviviam, famílias enlutadas e as pessoas enclausuradas em suas casas, não por opção, mas como a única maneira de se cuidar e preservar a vida de si e dos familiares.
Quantos pontos de vista, quantas opiniões, quanta informação e no centro disso tudo, o conhecimento era o norte para dar qualidade e superação dos malefícios da pandemia. Diante deste cenário, todos os trabalhos e vidas foram atingidos, todos tiveram que se adaptar.
Trabalhando com a educação sabemos que nosso trabalho é realizado por muitas pessoas, e neste período em especial, ficou mais evidente. Como diz o provérbio africano: “É preciso uma aldeia para se educar uma criança”.
Os gestores públicos adquirindo plataformas educacionais para unir nós docentes com nossos discentes em prol da educação, familiares se adaptando a uma nova rotina de acompanhar os estudos.
Poder público, Secretarias de Educação, escolas, direções, coordenações, professores, alunos e familiares todos envolvidos no fazer educacional, esse fazer educacional diferente e novo, um desafio que aconteceu na educação mundial.
Retomando aos poucos no presencial e com todos os cuidados para proteção de todos, os reflexos deixados pela Pandemia começaram a ser mapeados e o fazer pedagógico dava início para poder preencher as lacunas do conhecimento pertinente a cada faixa etária.
A escola como principal instituição da educação formal recebe os alunos com muitas dificuldades educacionais deixadas pela pandemia. Acreditamos que no período de isolamento a qualidade do ensino sofreu uma queda, que refletirá em um futuro próximo.
Para que haja uma educação de qualidade aprendeu-se muito no período pandêmico, que a presença diária dos alunos nas escolas, sua rotina, famílias participativas, (empenhadas no processo educacional de seus filhos) e estudantes que aprenderam a ser protagonistas de seus estudos. Os alunos são os protagonistas, mas jamais a ausência do professor será possível, pois ele é, e sempre deve ser o proporcionador do protagonismo do aluno.
Pensamos que a educação é a base de todo e qualquer povo, cultura e nação, investir na sua qualidade é de suma importância, modernizando e equipando as salas de aulas e principalmente qualificado os professores para utilizar as TICs, multiplicando as possibilidades de pesquisa e informações para os alunos que munidos dessas ferramentas tornam a aprendizagem ativa e passam e protagonizar o processo de educação. Mesmo com tudo o que foi citado acima, não diminui o papel dos professores pois são quem avaliam e gerem as informações. Assim teremos uma nova etapa da história da educação.
Trecho de artigo de opinião escrito por Mozart Neves Ramos, professor do Instituto de Estudos Avançados da USP-Ribeirão Preto. Publicado no Correio Braziliense, 02/04/2020.
https://blog.saraivaeducacao.com.br/tics-na-educacao/ acesso em 19/10/2023 às 14:18