EDUCAÇÃO HÍBRIDA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA PERSPECTIVA BRASILEIRA.

Autora:

NUNES, Rosangela Maria Silva.

Resumo:

Este artigo aborda a implementação da educação híbrida na educação básica no Brasil, considerando os desafios e oportunidades que esse modelo oferece em um contexto de crescente digitalização e diversidade educacional.

Palavras-chave: Educação híbrida, Educação básica, Tecnologia na educação, Brasil.

1. Introdução

A educação híbrida, que combina práticas de ensino presencial com práticas de ensino online, tem ganhado crescente interesse em contextos educacionais ao redor do mundo. No Brasil, país de vastas desigualdades e diversidades, a adoção deste modelo é particularmente desafiadora, mas também promissora.

2. A Ascensão da Educação Híbrida no Mundo e no Brasil

O conceito de educação híbrida não é recente. Entretanto, com o avanço tecnológico e a necessidade de adaptabilidade (Moran, 2015), sua relevância tem aumentado. O cenário da pandemia de COVID-19 acelerou a adoção deste modelo (Almeida, 2020), tornando imperativo para muitas escolas adaptar-se rapidamente.

A educação híbrida, frequentemente referida como blended learning, representa uma confluência do ensino presencial tradicional com o ensino a distância, aproveitando-se das ferramentas e plataformas digitais para criar uma experiência de aprendizagem enriquecida. Esse modelo, quando inserido na educação básica, promete oferecer soluções mais flexíveis e personalizadas, que podem ser adaptadas às variadas necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos.

Ao integrar o online e o presencial, a educação híbrida proporciona aos alunos a oportunidade de avançar no conteúdo de maneira adaptada às suas próprias necessidades. Eles podem, por exemplo, revisitar materiais conforme desejarem e aprofundar-se autonomamente em tópicos específicos de interesse. Esse método não só facilita um aprendizado mais atrativo – especialmente considerando a familiaridade da geração atual com a tecnologia – mas também fomenta o desenvolvimento de competências digitais essenciais para a sociedade contemporânea. Recursos como vídeos educativos, simulações e jogos podem ser integrados ao currículo, potencializando o engajamento dos estudantes.

No entanto, a adoção da educação híbrida na educação básica não está isenta de desafios. Um dos principais obstáculos reside na infraestrutura necessária. Para uma implementação eficaz, é preciso que haja acesso confiável à internet e dispositivos adequados para os estudantes. Em diversas regiões, sobretudo nas mais carentes, essa infraestrutura é deficitária, o que pode ampliar as desigualdades educacionais. Adicionalmente, a formação dos educadores é uma questão crítica. Muitos professores, acostumados ao modelo tradicional, podem se sentir desorientados ou inseguros em ambientes híbridos, tornando-se imperativo investir em sua capacitação contínua. Por fim, é importante considerar que, enquanto o aprendizado online pode proporcionar flexibilidade, também pode comprometer aspectos valiosos da socialização, inerentes ao ambiente escolar presencial.

3. Benefícios e Desafios no Contexto Brasileiro

No Brasil, a educação híbrida pode abordar questões de acessibilidade e inclusão, permitindo que alunos de regiões remotas tenham acesso a recursos e conteúdos de qualidade (Freitas & Pinto, 2018). Contudo, desigualdades socioeconômicas e falta de infraestrutura digital em algumas áreas podem limitar a eficácia deste modelo (Silva, 2017).

4. Formação de Professores para a Educação Híbrida

Para a efetividade da educação híbrida, a formação docente é crucial. Os educadores precisam não apenas de habilidades digitais, mas também de estratégias pedagógicas que favoreçam a integração dos dois ambientes de aprendizagem (Prado & Almeida, 2019).

5. Considerações Finais

A educação híbrida representa uma evolução natural da pedagogia no século XXI, especialmente em um país diversificado como o Brasil. É essencial considerar as particularidades regionais e sociais para uma implementação eficaz. Em resumo, a educação híbrida na educação básica carrega em si um vasto potencial de transformação, oferecendo caminhos inovadores para o ensino e aprendizagem. Contudo, sua implementação requer uma abordagem cuidadosa e estratégica, que leve em consideração tanto suas promessas quanto seus desafios.

Referências bibliográficas:

Almeida, M. E. B. (2020). Tecnologias e aprendizagem colaborativa. Ed. Unesp.

Freitas, H. C. L., & Pinto, M. S. (2018). Ensino híbrido na educação superior: concepções e práticas emergentes no Brasil. Educar em Revista, (68), 173-190.

Moran, J. M. (2015). Educação híbrida: um conceito-chave para a educação agora. In Educação híbrida: um conceito-chave para a educação agora. Penso.

Prado, M. E. B. B., & Almeida, M. E. B. (2019). Formação de professores em tempos de Internet. In ABC da EaD: A educação a distância hoje (pp. 171-222). Ed. Saraiva.

Silva, M. (2017). Sala de aula interativa. Quartet.

NUNES e Rosangela Maria Silva.
Enviado por Escritores lndependentes em 19/10/2023
Código do texto: T7912492
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