O Papel da Cultura Corporal de Movimento na Formação Identitária do Licenciado em Educação Física: Uma Investigação sobre como as Práticas Corporais Tradicionais e Contemporâneas Influenciam na Construção da Identidade Profissional.
Autor:
PONTES, Geraldo Luis de Lima.
Resumo:
O presente artigo examina o papel da cultura corporal de movimento na formação identitária do licenciado em Educação Física. Investigaremos como práticas corporais tradicionais e contemporâneas influenciam na construção da identidade profissional, analisando contribuições de autores brasileiros sobre o tema.
Introdução:
A cultura corporal de movimento, que abrange práticas como danças, jogos, lutas e ginásticas, é central no campo da Educação Física. A forma como o licenciado se relaciona com essas práticas desempenha um papel crucial na formação de sua identidade profissional. Neste artigo, exploramos essa interação e seus reflexos na construção identitária do profissional de Educação Física.
Cultura Corporal de Movimento e Identidade Profissional:
O conceito de cultura corporal de movimento refere-se ao conjunto de práticas que envolvem o corpo em movimento, estando intrinsecamente ligado ao campo da Educação Física (BRACHT, 1999). Para o licenciado, a interação com essa cultura é uma constante desde sua formação inicial, moldando seu entendimento sobre o corpo, movimento e sua profissão.
Diversos autores, como Freire (2001), ressaltam a relevância de compreender a cultura corporal de movimento como elemento formador da identidade do profissional em Educação Física. Segundo o autor, a interação com práticas corporais permite ao licenciado não apenas desenvolver competências técnicas, mas também refletir sobre o significado e o papel destas práticas na sociedade.
Práticas Corporais Tradicionais e Contemporâneas:
A Educação Física brasileira possui raízes em práticas corporais tradicionais, como capoeira, samba e jogos populares (DAOLIO, 1995). Estas práticas, impregnadas de significados culturais, influenciam profundamente a formação identitária do licenciado, conectando-o com a cultura e história nacionais.
Por outro lado, as práticas corporais contemporâneas, como as modalidades esportivas e práticas corporais urbanas (street dance, parkour, entre outras), também se tornaram centrais na formação em Educação Física. Autores como Castellani Filho (2008) argumentam que essas práticas refletem as transformações socioculturais recentes, e seu entendimento é fundamental para um licenciado atualizado e sintonizado com seu tempo.
A Influência na Construção da Identidade Profissional:
A interação com práticas corporais tradicionais e contemporâneas permite ao licenciado uma vivência diversificada e uma ampla compreensão sobre o movimento humano. Segundo Ghedin (2006), essa vivência influencia diretamente na formação de uma identidade profissional sólida, capaz de valorizar o patrimônio cultural e, simultaneamente, inovar e adaptar-se às novas demandas.
Além disso, a compreensão e valorização da cultura corporal de movimento, em suas variadas manifestações, fortalecem a autonomia e o senso crítico do profissional de Educação Física, capacitando-o a atuar de maneira ética, comprometida e reflexiva no ambiente escolar e além.
Conclusão:
O papel da cultura corporal de movimento na formação identitária do licenciado em Educação Física é inegável. As práticas corporais, sejam elas tradicionais ou contemporâneas, influenciam profundamente na construção da identidade profissional, conectando o licenciado com sua cultura, história e contemporaneidade. Para uma formação profissional completa, é fundamental que o licenciado tenha vivências diversificadas e reflita criticamente sobre o papel e significado destas práticas na sociedade.
Referências:
BRACHT, V. (1999). Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister.
CASTELLANI FILHO, L. (2008). Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Campinas: Papirus.
DAOLIO, J. (1995). Da cultura do corpo. Campinas: Papirus.
FREIRE, J. B. (2001). Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo: Scipione.
GHEDIN, E. (2006). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez.