A Importância da Educação Socioemocional na Formação de Cidadãos Resilientes: Uma Revisão Sistemática da Literatura e Implicações para o Currículo Escolar.
Autores:
SANTOS, Ekissia Kelly Araújo dos;
ARAÚJO, Jailma Paulino de;
SANTOS, Maciene dos;
CASADO, Jocassia Emanuelle Silva.
Resumo:
Este artigo apresenta uma revisão sistemática da literatura sobre a relevância da educação socioemocional na formação de cidadãos resilientes. Explora-se a inter-relação entre as competências socioemocionais e a resiliência, enfatizando as contribuições de Paulo Freire sobre uma pedagogia crítica e emancipadora. As implicações para a integração desses elementos no currículo escolar também são discutidas.
Introdução:
A educação do século XXI tem sido desafiada a ir além do desenvolvimento cognitivo, abraçando também as competências socioemocionais dos alunos. Dada a complexidade dos desafios contemporâneos, formar cidadãos resilientes tornou-se uma prioridade. Neste contexto, as ideias de Paulo Freire sobre conscientização e transformação social fornecem uma base sólida para explorar o papel da educação socioemocional (Freire, 1970).
Revisão da Literatura:
Educação Socioemocional:
A aprendizagem socioemocional refere-se ao desenvolvimento de habilidades como autoconsciência, autogestão, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável (Durlak et al., 2011). Estudos indicam que a educação socioemocional pode promover melhores resultados acadêmicos e de bem-estar para os alunos.
Resiliência e Educação:
Resiliência pode ser compreendida como a capacidade de se recuperar e adaptar-se a adversidades (Masten, 2001). A literatura sugere que o desenvolvimento de competências socioemocionais pode potencializar a resiliência, preparando os estudantes para enfrentar desafios de maneira adaptativa.
Paulo Freire e a Educação Emancipadora:
Freire defendia uma pedagogia centrada no aluno, onde o processo de aprendizagem é dialógico e voltado para a conscientização (Freire, 1970). A educação socioemocional, sob esta perspectiva, pode ser vista como um meio de empoderar os alunos, permitindo-lhes compreender e transformar sua realidade.
Implicações para o Currículo Escolar:
Incorporar a educação socioemocional no currículo escolar requer uma revisão das práticas pedagógicas. A aprendizagem baseada em projetos, a aprendizagem colaborativa e a problematização, todas congruentes com a pedagogia de Freire, emergem como estratégias eficazes. Além disso, a formação continuada dos professores é essencial para equipá-los com as ferramentas necessárias para integrar a educação socioemocional de forma eficaz (Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning, 2015).
Conclusão:
A educação socioemocional desempenha um papel crucial na formação de cidadãos resilientes. Através de uma lente freiriana, essa formação não apenas prepara os alunos para enfrentar desafios pessoais, mas também os capacita a se engajarem de forma crítica e transformadora em sua sociedade.
Referências
Freire, P. (1970). Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra.