Escola integral

ESCOLA INTEGRAL

O débito histórico dos governantes com o povo brasileiro, em relação à educação, não será sanado com medidas paliativas de curto prazo, ao gosto de projetos políticos emergenciais, segundo a ótica dos detentores do poder central.

Vivemos num país com predominância, ao menos nas grandes capitais e representativo número de cidades, de administrações dominadas por políticos de direita, centro-direita e centro-esquerda.

Lógico está que esses políticos seguem orientações economicistas, sendo, inclusive, proprietários-sócios de muitas escolas particulares ou conveniadas com as Prefeituras locais.

A escola dita integral atende, hoje, a estes duvidosos interesses, com enxugamento dos quadros de funcionários, retirada progressiva dos direitos trabalhistas e assistência à saúde, dentre tantas perdas.

O aluno? Ah! O menor custo-benefício possível!

A inclusão e permanência da criança na escola abrange aspectos muito mais complexos, sobre os quais caberiam detidos estudos e tomadas de posições que incluiria os tópicos a seguir elencados, dentre tantos que necessitariam de cuidados especiais individualizados e inseridos no contexto social, com a profundidade merecida.

1. Currículo escolar;

2. Formação das equipes;

3. Política salarial;

4. Política de saúde;

5. Políticas sociais.

1. Currículo escolar;

Desde sempre, temos o currículo voltado para atender à reserva de mercado de uma sociedade voltada para o consumo e reprodução dos valores capitalistas.

A educação pública, a reboque, se volta para teóricos de plantão, distantes da realidade prática de uma unidade escolar, em qualquer nível de ensino.

2. Formação das equipes

Os quadros de funcionários e servidores da educação privada e pública, corresponde aos anseios dos empresários e políticos, ambos interessados em eternizar a educação de baixa qualidade para a manutenção do status atual.

A formação profissional peca pela falta de profundidade acadêmica nos estudos e estágios, pela mais absoluta ausência de recursos dos quadros formadores, numa roda viva ensandecida, como o cachorro correndo atrás do próprio rabo.

Os estímulos governamentais não projetam despertar nas gerações vindouras, o interesse pelo magistério, por conta da falta de atração e perspectivas profissionais desse segmento.

3. Política salarial

Não se pode pensar em implantar educação integral e querer que ela funcione, sem implementar políticas que atendam às necessidades financeiras das diferentes categorias que compõem a Educação.

É prioridade elaborar planos de carreira coerentes e sólidos, de longo prazo, sem embustes, para que o trabalhador não se sinta lesado, o que ocorre desde que existe a educação formal no país.

Os concursos públicos funcionam como estímulos altamente positivos para quem deseja iniciar ou dar continuidade nesses quadros funcionais.

4. Política de saúde

É notório que a saúde do trabalhador em educação se desgasta de maneira progressiva em função dos desgastes oriundos da carga exaustiva de um trabalho especial, com as interveniências naturais dessas relações interpessoais constantes.

Planejar e atender de forma multidisciplinar esse trabalhador é prioridade para preservação da qualidade de vida, extensiva a todas as categorias profissionais.

5. Políticas sociais

Instituir, facilitar acesso a creches e escolas para filhos e filhas de trabalhadores em educação é o mínimo que se pode fazer para gerar tranquilidade e ampliar as possibilidades de serviço qualitativo.

O acompanhamento terapêutico, recreativo e de lazer, se faz necessário para dar suporte aos familiares dos servidores.

Para concluir essa breve análise, a educação integral para ser considerada como ampliação válida, precisa ser pautada nas concepções de horizontalidade e verticalidade, atingindo todo o organograma de um sistema interessado em provocar os quadros das instituições, alçando novos patamares qualitativos, pois, mantidas as premissas atuais, teremos mais projetos, por melhores que sejam as intenções, fadados ao fracasso, o que não vejo como novidade!

João Carlos Messinetti de Oliveira.

Professor aposentado.

Messioli
Enviado por Messioli em 08/08/2023
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