O brincar e a realidade
O brincar é uma atividade que auxilia na formação, socialização, desenvolvendo habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais. Ao brincar as crianças expõem seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam, sentem, reinventam e se movimentam. O brincar, tão necessário à felicidade e às aprendizagens da vida, evoluiu e quase que se diluiu do cotidiano das pessoas. Inicialmente, por ser extremamente difícil, em uma sociedade de capital, você justificar esse brincar. Por outro lado, pela valorização do “ter” no que se refere às coisas materiais, tão defendidas pelos que compreendem ser o acúmulo de bens algo essencial aos dias atuais.(1) D. W. Winnicott , pediatra e pensador inglês renovou o legado de Freud com conceitos elaborados durante uma experiência de quarenta anos na clínica com crianças e adolescentes. Grande teórico das transições, Winnicott se ocupou de momentos formativos que levam o indíviduo a perceber as relações entre o dentro e o fora, o eu e o não-eu. Conceitos de espaço potencial e de fenômeno e objeto transicionais descrevem um processo em que a ilusão e o brincar têm papel fundamental. Winnicott trabalha como consultor psiquiátrico do governo, atendendo crianças separadas da família durante a evacuação de cidades sob ameaça de bombardeios. Essa experiência será fundamental em seu trabalho teórico sobre o papel da mãe na constituição do sujeito. Sentindo a pressão que resultava de um número elevado de crianças e adolescentes que buscavam atendimento, Winnicott dedicou-se a fundo a estudar os meios de utilizar o espaço terapêutico da forma mais produtiva e obter os melhores resultados terapêuticos possíveis. Desenvolveu, então, o “jogo dos rabiscos” e a “consulta terapêutica”.