Estrela Flamejante

A Estrela Flamejante

Uma estrela de cinco pontas, de aspecto luminoso, e em cujo centro vê-se a letra G: é a Estrela Flamejante (ou Flamigera) da Franco-Maçonaria. Ela é revelada pela primeira vez ao Companheiro Maçom quando é elevado a este grau .

Também conhecida como Pentagrama, Penthalfa, Triplice Triângulo Cruzado, Pentáculo, a estrela de cinco pontas já era conhecida dos antigos Maçons construtores. Sua existência pode ser seguida até a Antigüidade, entre gregos e egípcios, mas autores maçônicos relatam que a Estrela Flamejante aparece como um símbolo maçônico não anteriormente a 1737.

O Pentagrama era o símbolo e o distintivo dos pitagóricos, os adeptos do pitágorismo, para os quais ele representava a Sabedoria e o Conhecimento à Gnose. O pitágorismo é o conjunto de doutrinas e regras de vida atribuídas a Pitágoras de Samos, filósofo e matemático grego (séc. VI a C.), e a seus seguidores, que constituíram a secular Escola filosófico-religiosas Pitagórica ou Itálica, na Grécia. Define-se o pitagorismo por duas tendências: a mistico-moralista, ligada ao orfismo e ao xamanismo, e a filosófico-matemática, de que resultou brilhante acervo de conhecimentos aritméticos, geométricos astronômicos e acústicos, integrados pelo descobrimento de correspondências numéricas entre as varias ordens de realidade. Importante è dizer que o orfismo caracterizava-se principalmente pela crença na imortalidade, conquistável por meio de cerimônias, ritos purificadores e regras de conduta moral bem de acordo com os preceitos maçônicos atuais

A Maçonaria herdou aos pitagóricos o significado hominal, ou seja, relativo ao Homem, do Pentagrama, e passou a chamá-lo Estrela Flamejante. Este significado hominal advém da inserção da figura humana na estrela, o que dá a este símbolo uma designação de Homem Espiritual, dotado de alma, fator de movimento e trabalho. Nesta inserção, a cabeça do ser humano situa-se na ponta superior da estrela e seus membros nas pontas restantes. Para os Maçons esta idéia tem vários significados, como lembrar-nos que a maior qualidade do ser humano, a inteligência, está acima de tudo, devendo nortear sua vida, orientando-o a criar e trabalhar com sabedoria e conhecimento. Recorda-nos ainda a direção para a qual devemos elevar nossos pensamentos, na direção do GADU.

Muitas interpretações existem sobre a Estrela Flamejante. Geometricamente, para ser traçado com rigor, o Pentagrama exige o uso de Compasso, Régua e Esquadro e seu estudo, sob este ponto de vista, revela relações geométricas de grande interesse Varolli diz que as cinco pontas da Estrela Flamejante nos recordam os cinco sentidos do Homem (Vi são, Audição, Tato, Olfato e Paladar) responsáveis pela comunicação da alma com o mun do material.

Há também interpretações maldosas e falsas, em que o Pentagrama é representado de maneira invertida, com duas pontas para cima, tendo inserido em seu interior a cabeça de um bode, um dos símbolos do mal. Esta representação, oriunda da Idade Média, ainda hoje é utilizada por adversários da Maçonaria, que tentam associa-la a práticas de satanismo. Felizmente tal calúnia só fez com que se criasse o folclore maçônico do Bode, hoje, para nós, um simpático símbolo de nossa Ordem.

Outras interpretações relacionam o Pentagrama a sentidos mágicos, alquímicos e cabalísticos.

No centro da Estrela Flamejante esta inscrita a letra G. Há evidências de que ela foi introduzida na Maçonaria pelos franceses. Trata-se de um enigma maçônico, e sobre esta letra paira um mistério que provocou um número infinito de interpretações e comentários, tanto judiciosos quanto fantasiosos. Como diz Boucher, "Se os iniciados pretendiam transmitir um segredo, temos de convir que se trata de um segredo muito bem guardado."

Os rituais maçônicos modernos dão cinco significações à letra G: Gravidade, Geometria, Geração, Gênio e Gnose, parecendo esta última, traduzida por Conhecimento, ser sua melhor significação.

Por fim, quanto ao brilho da Estrela Flamejante, ele não está na representação artificial de luminosidade. A Estrela parece ter brilho próprio. Ela é bela, universal, ativa, misteriosa e forte por si só. Não é por acaso que sempre esteve relacionada ao poder, seja ele espiritual ou terreno.

Enigmática e misteriosa a Estrela Flamejante é um símbolo maçônico que talvez deva mais ser sentido do que compreendido, e o Iniciado que a vê, de fato, em seu intimo, certamente conseguiu desenvolver um pouco mais sua visão espiritual interior, dando mais um passo em seu progresso espiritual

Bibliografia:

Ritual do 2º Grau – REAA

Magister – Manual do Companheiro – Editora Kier

Jules Boucher – A Simbolica Maçonaria – Editora Pensamentos