Como seria um sistema ideal, racional ou científico, de ensino??
O sistema tradicional de ensino é um modelo antigo e pseudocientífico de escola que tem prevalecido em todo mundo. É pseudocientífico porque se estrutura pela crença na tábula rasa, de que, excluindo portadores de deficiências cognitivas, nós, seres humanos, nascemos com os mesmos potenciais para aprender e que nos diferimos em desempenho acadêmico na escola e na educação superior apenas pelo nível de esforço que empregamos nos estudos, mais aspectos do meio que nos favorecem ou nos desfavorecem. Em outras palavras, esse sistema despreza a existência de uma diversidade psico-cognitiva mais natural, de comportamento e inteligência, entre indivíduos humanos. Pois um modelo ideal de ensino, isto é, científico ou racional, se principiaria justamente pela percepção e aceitação desta realidade tão básica e relevante à sua área de atuação, passando, então, a construir métodos de avaliação mais individualizados em que, em cada período letivo, os estudantes seriam avaliados de acordo com os seus perfis psicológicos e cognitivos, e sem ter que eliminar a possibilidade de também compará-los, mas sem mais concluir que suas capacidades só possam ser estimadas por essa perspectiva comparativa. Afinal, se é possível perceber padrões específicos de desenvolvimento e funcionamento cerebral em seres humanos já nos seus primeiros dez anos de existência, também é possível planejar abordagens de avaliação e ensino correspondentes a cada constituição individual.
Alguns poderiam argumentar quanto à onerosidade de se avaliar individualmente. Mas, apesar de ser uma mudança inevitável ao se buscar por um modelo realmente científico de ensino, os estudantes poderiam ser categorizados em subgrupos já que também é factual que uma diversidade de indivíduos produza uma diversidade de tipos, por semelhanças e diferenças entre eles. Outra alternativa para facilitar a vida do professor e de outros profissionais da área seria pela constituição das classes de acordo com as categorias percebidas no(s) primeiro(s) ano(s) de escola. Essas categorias poderiam ser baseadas nos níveis de capacidades cognitivas gerais, de capacidade criativa percebida, de tipo de capacidade, se mais para as exatas ou humanas...
Testes cognitivos, de personalidade e vocacionais também seriam administrados, pelo menos, umas três vezes durante a vida escolar de cada estudante. Logo nos primeiros anos, esses testes seriam aplicados até para começar a construção de um perfil individualizado. Então, todos os resultados: de desempenho acadêmico, desses testes "extras", além das observações sobre comportamento e inteligência, que visam ser imparciais e objetivas, seriam registrados no boletim do estudante que até poderia servir como um currículo primário para ajudá-lo em seu caminho profissional, especialmente se a escola for diretamente vinculada ao mercado de trabalho e à educação superior. Isso, inclusive, poderia acabar com os métodos de avaliação tradicionais, por exemplo, provas de concurso e de vestibular, se o resultado de uma prova não vale mais que um perfil construído de dez anos de avaliações e observações.
Todos os estudantes, a priori, seriam incentivados a dar o seu melhor no que conseguem se sobressair, o que também inclui outros tipos de atividades, como o esporte. No entanto, aqueles em que se notam altas capacidades seriam avaliados separadamente e incentivados a desenvolvê-las. Em outras palavras, ao contrário do sistema tradicional que despreza os interesses especiais que muitos estudantes apresentam, estes seriam validados e acompanhados de perto.
De acordo com a percepção do comportamento do estudante, diferentes abordagens seriam adotadas. Se mais tímido, trabalhos de apresentação na frente da sala, por exemplo, não seriam obrigatórios a ele, ainda que poderia incentivá-lo a se expressar mais perante os colegas de classe. E se fossem percebidos padrões de comportamentos anti sociais ou excessivamente antagonistas à autoridade do professor, e por razões irracionais, o estudante seria a priori, isolado dos outros que apresentam o mesmo perfil, distribuído em classes diferentes, como medida preventiva quanto à possíveis turbulências organizadas e protagonizadas em grupo dentro de sala de aula.
Para ser bem sincero, o ideal seria que os estudantes em que se percebe uma frequência de comportamentos cruéis fossem encaminhados para uma avaliação psiquiatra séria. E como não há qualquer tratamento disponível do transtorno de personalidade anti social, dependendo da gravidade de suas ações ou do diagnóstico, deveriam ser isolados do convívio social, no mínimo...
(Sempre quando entro nesse tópico, é inevitável frisar que, na minha opinião e, com base no que acho mais lógico de se fazer, a partir do conhecimento que temos, a medida mais adequada, de prevenção, nesses casos, seria de, além do isolamento forçado de todos os indivíduos anti sociais identificados, independente da classe social, também a esterilização, inclusive a possibilidade de castração química dos mais rebeldes, por mais polêmica possa parecer especialmente aos olhos de humanistas).