(Imagem extraída do Google)
Por que neguei emprestar dinheiro?
Naquele dia quando me pediste dinheiro emprestado e eu neguei, não foi por capricho ou por falta de dinheiro, foi por causa da sua garantia e não dizeres bem a finalidade.
A garantia e a finalidade são elementos muito importantes na concessão de crédito, e devem estar muito claro para facilitar a análise do possível mutuante, o que quer dizer que devem ser absolutas. Assim, o indivíduo que precisa pedir dinheiro emprestado deve saber e dizer como vai devolver o mesmo valor, isto é, deve ter certeza da fonte de valores para o desembolso, e onde o valor vai ser usado.
Então, amigo (a), ambos temos uma única fonte de rendimento: salário. Como te atreves pedir-me dinheiro emprestado (cerca de 11,34 % do meu salário?) na semana em que recebemos juntos o salário? Até que é normal, as vezes as necessidades obrigam. Mas, achei estranho, vires pedir-me naquela altura. Imagino que pensaste que eu tinha uma poupança onde eu poderia tirar para te emprestar. Na verdade, tinha, mas não era para emprestar. E atendendo a nossa relação, eu até poderia arriscar, mas tinha que saber quando irias me devolver. Por isso, perguntei-te. Respondeste que estavas a espera dum dinheiro que, provavelmente, receberias na próxima semana. Era um bom prazo (uma semana), mas não foi suficiente para eu aceitar, por isso, insisti questionando-te a origem dos valores. Aí, respondeste-me que solicitaste um empréstimo bancário para efeitos de saúde. Pronto, ouvindo a sua resposta neguei-te dizendo que não ia dar, pois o dinheiro que tinha iria precisar o mais breve possível, que estava a espera da ligação de alguém a partir da capital do país para eu transferir. Mas, ainda assim, e porque sabia que não ia transferir tudo, insiste saber a finalidade do dinheiro, para ver se eu pudesse correr um risco atendendo a nossa amizade. Infelizmente, não me respondeste com clareza, disseste-me apenas que era para acudir uma situação.
Amigo (a)s, na relação de crédito é preciso haver confiança, o possível devedor deve confiar a necessidade ao possível credor, quer dizer, deve falar o vardadeiro motivo que lhe faz pedir empréstimo, por mais que seja vergonhoso, precisa confiar que o seu credor não irá lhe difamar. E, o credor também precisa confiar na sua declaração, quer dizer, confiar nas suas propostas sobre a fonte de rendimento, na aplicação dos valores (finalidade) e o prazo para pagamento. De contrário estarão a correr riscos, ou seja, o possível devedor pode não receber o crédito, e o possível crédor pode não receber o seu valor de volta nas condições contratuais, se conceder o crédito.
Não é proibido correr riscos, tem se dito que, "quem não arrisca, não petisca", e também ninguém é obrigado a correr risco. Os riscos são avaliados e podem ser compensados, por isso, para o negócio de Crédito, existe os Juros.
Juro é valor do dinheiro no tempo. Por isso é que os Bancos, Instituições de Crédito e os kinglas (agiotas) quando concedem crédito, aplicam uma taxa de juros, o que lhes faz receber, no final dos créditos, o montante emprestado acrescido com juros.
É claro que existe crédito sem juros, entre amigos, é o que faço e seria assim com o amigo em questão. Mas, se o amigo entendesse o meu receio e fosse proactivo em dizer que iria me devolver o valor com juros (sabendo que de mim não viria essa proposta), se calhar eu aceitaria. Digo, aceitaria porque não é só a apetência aos juros que alguém concede crédito. E muito menos de juros proposto pelo possível devedor. Pois, existe muitos mentirosos, que dizem algo e não cumprem. Mas, sei que muitos conseguem receber crédito, mentindo em declarações; e os credores, com base na análise do risco e do conforto (juros a receber) pode conceder, até mesmo sabendo da mentira. Nas amizades também existe mentiras, mas é muito arriscado. Mentindo um amigo, podes conseguir um crédito (empréstimo) dele, mas se não devolveres, não pensa que ganhaste o dinheiro, saiba que perdes, em muito, a confiança, corres o risco de nunca mais jantar, uma vez que "o esperto só almoça, não janta".
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