VEJA POR SI MESMO!

Certa vez, devido a tantos religiosos com doutrinas tão diferentes umas das outras, cada um dizendo que a própria doutrina era a verdadeira, e as outras doutrinas eram falsas, discípulos do Buda ficaram confusos e lhe perguntaram em quem devemos acreditar. O Buda respondeu que não devemos acreditar em ninguém, nem nele mesmo; mas devemos testar todas as doutrinas, inclusive seus próprios ensinamentos, e só aceitar o que servir para melhorar a nossa vida.

Qual é o religioso que diz isso? Os religiosos ocidentais dizem: "Acredite! Você não precisa compreender. Basta acreditar". O budismo ensina a compreender e ver. O budismo não incentiva ninguém a acreditar em nada.

No livro "Atenção Plena em Linguagem Simples", Bhante Henepola Gunaratana, monge budista, doutor em Filosofia, apresenta, entre outros ensinamentos, este pedido do Buda: "Não coloquem nenhuma cabeça acima da sua". O monge autor do livro afirma: "Queremos que você aplique essa atitude a cada palavra que lê neste livro".

Esse monge pede: "Questione tudo. Não despreze nada. Não acredite em nada porque parece sábio, piedoso e algum homem santo falou. Veja por si. Isso não significa que você deve ser cínico, insolente ou irreverente. Significa que deve ser empírico. Submeta todas as afirmações ao teste real da própria experiência e deixe que os resultados sejam seus guias para a verdade".

O Buda disse que não devemos acreditar na palavra de nenhuma autoridade religiosa. Ele disse que devemos examinar tudo. Outro pedido do Buda é este: "Venham e vejam". No fim de sua vida física, ele pediu que não busquemos refúgio em ninguém. Ele disse: "Seja uma luz para si mesmo". Ele dizia que seus ensinamentos não eram, não são filosofia. Afirmava que eram e são resultado de sua própria experiência. Mas, numa linguagem adequada para o entendimento, eu digo: isso é Filosofia prática. A verdadeira Filosofia ensina o mesmo. A diferença é que os ensinamentos do Buda vão além da filosofia ocidental. É filosofia da vida; filosofia para a arte de viver.

Eu não sou budista. Sou amante da sabedoria. Tenho o privilégio de conhecer, compreender, admirar e amar a vida e os ensinamentos dos maiores sábios da Humanidade.

Uruçuí/PI, 6 (seis) de junho de 2022.

Domingos Ivan Barbosa

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 06/06/2022
Reeditado em 06/06/2022
Código do texto: T7532107
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