A ESCOLHA DO BRINQUEDO DA CRIANÇA

É difícil escolher brinquedos para crianças ne! Eu sei, para adultos também! Vou discorrer um pouco, mas só sobre os brinquedos infantis, rs!

Pode ter um pouco do olhar da Psicologia neste texto, mas, para não ter o peso de parecer indicação científica, prefiro dizer que a influência parte da paternidade, e antes disso, de ser tio, o que me fez voltar a se familiarizar com as brincadeiras das crianças. Um fato me chamou a atenção. Existem muitos brinquedos dos quais as crianças rapidamente se entendiam. De alguns não dá nem pra falar que chegou a haver o tédio, pois, ficaram só na vontade dos pais, já que a criança só teve olhos para o brinquedo nos minutos em que recebeu pela primeira vez. Tem brinquedo que nem fica velho, não é quebrado e nem arranhado, de tão pouco usado. O que deu errado afinal? Éh! Por que brinquedo bom é brinquedo desbotado de tanto ser usado.

Evidente que alguns critérios devem ser considerados, e estou os considerando: brinquedos de acordo com a faixa etária (mas deve ser observado se o desenvolvimento da criança é o esperado para a idade); contexto cultural; quem serão os parceiros nas brincadeiras, se pais, cuidadores ou outras crianças; etc.

Mas tenho percebido, que ao menos para o mercado, a outra ponta envolvida, ou seja, quem vende, estão sendo valorizados aspectos fúteis nos inventos para crianças e sendo esquecido um aspecto essencial: o quanto o brinquedo oferecerá de desafio para criança. Ou para melhorar essa indicação, o quanto o brinquedo oferece para que a criança explore habilidades ainda em desenvolvimento.

O que diferencia para que uma bola baratinha ou um caderno de rabiscar ou colorir sejam visitados todos os dias pela criança enquanto fica esquecido aquele brinquedo bacana, bonitão, que toca música e apresenta alguma animação mecânica (são homenzinhos ou animais que percorrem caminhos, trenzinhos que percorrem trilhos, bolinhas que sobem e que descem, carrinhos que se movimentam sozinhos e animais com sons onomatopaicos e que andam)? Óbvio que você já deduziu – possivelmente já até sabia, mas foi lá e escolhe deste ne! A passividade, caracterizada pelos últimos. Há muitos “brinquedos”, que nem a opção de brincar oferecem. Eh, mas eu também já me deixei levar por essas engenhocas maravilhosas, lindonas, mas quase disfuncionais. Já a bola e o caderno de rabiscar vai impor desafios e possibilidades diversas. Fantástico inclusive o que se pode fazer com uma única bola ne. Quantas modalidades de brincadeiras, podendo perpassar a utilização de todo o corpo humano no processo de exploração do brincar com a bola. Junta a isso o fator cultural...

Tendo isso como critério, na confusão de escolher um brinquedo que o/a filho/a, sobrinho/a, afilhado/a etc, tenha mais chance de gostar, já podemos descartar junto ao vendedor um punhado do que é oferecido como opção.

Para finalizar, por outras referências indico ainda a seguinte observação: não dê brinquedo caro. Vamos deixar a ansiedade de lado e esperar para dar o brinquedo caro quando chegar a fase deles pedirem rs. Sim, pode apostar, vai ter a fase que vão pedir o que a gente não vai nem conseguir comprar. No lugar de um brinquedo caro no aniversário e no natal, melhor brinquedos úteis, desafiantes e baratos em mais ocasiões. Aquele carrinho motorizado que só se brinca com o controle remoto pode ter o mesmo prazo de validade em relação ao interesse da criança quanto aquele baratinho que vai forçar ele a se agachar e explorar o ambiente com o corpo (“ah, mas aprender a explorar tecnologias também é bom!”. Aí pergunto: no mundo tecnológico de hoje, qual mais naturalmente será incorporado na vida das crianças, a tecnologia ou o “rudimentar?”).

E ainda, não significa que quanto mais brinquedo melhor. Ao contrário viu! Mas essa vou deixar para quem quiser pesquisar, conferir aí na prateleira do google. Mas não vale pesquisar demais e esquecer de ir lá brincar um pouco com as crianças! A presença conta tanto quanto!

Bom, não discorri sobre regras! Ainda bem que para brincar não precisamos aguardar consulta pública ou esperar prescrição médica ne. Ainda!

Paulophn
Enviado por Paulophn em 29/12/2021
Código do texto: T7417337
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