DESEDUCAÇÃO

Muito se discute a questão da precariedade da educação. Como o tema normalmente é abordado por pessoas com mais idade, confunde-se a crítica fundamentada com mero choque de gerações, divergência de opiniões, conservadorismo, etc.

Eu, particularmente, quando abordo esse tema, não me limito a educação em termos de matemática, gramática, etc., embora essa questão seja gritante e cumulativamente grave. Não parece, mas é.
Evidente que a tecnologia está aí para suprir essa carência, com as calculadoras, utilizadas para os cálculos básicos mais elementares, aos dicionários on line, os corretores de textos, etc, a utilização modista de abreviaturas e símbolos, etc.

Essas ferramentas e hábitos, contemporizam a deficiência e ao mesmo tempo aprofundam o problema, eis que se a necessidade não é a mãe da eficiência, é no mínimo a parteira (?).

O que mais me afronta, contudo, nessa explícita e gritante deseducação que se verifica, mormente vista a grossos olhos nos jovens que estão entrando em estágio produtivo, é a desrelevância que manifestam para com os princípios básicos harmônica da convivência social, princípio básico e mote primordial da educação em seu mais amplo sentido.

Estou escrevendo este texto, instigado principalmente pela deseducação de modos e posicionamento berrantemente inadequado que assisto horripilado quando tenho que ir às lojas, ao comércio e normalmente sou atendido por jovens vendedores, atendentes.

Incialmente eu me irritava com a postura, com a linguagem, com a ausência de raciocínio prático e percepção mínima desses jovens. Hoje, já inadequadamente acostumado com essa realidade, só me resta baixar a cabeça, resignar-me, lamentar e maldizer a extrema má educação que se assiste na grande maioria dos jovens.

Penso, repenso sobre o assunto. Busco as responsabilidade para com essa realidade e concluo que eles, os jovens, são os menos responsáveis, até mesmo pela "falta de educação" nos modos e posturas.

Credito esse descaminho da deseducação, basicamente a desestrutura educacional, a valorização, a utilização demasiada, desmedida das ferramentas tecnológicas no princípio do começo da educação básica, em prejuízo do ensinamento dos mecanismos básicos da educação, que deveria estar, inicialmente, voltada aos valores e as relações interpessoais, segundo as premissas do respeito e outros valores natos humanos.

Claro que decomposição da educação, desde a mais primitiva e básica abrangência do "ser educado", passa pelos mais diversos aspectos, talvez primordialmente pela desumanidade do modelo econômico que seguimos, concentrador de renda, que empobrece catastroficamente a cada dia maior parcela da multidão.

Eu ainda prefiro partir da tese da minimização de exemplos, de modelos, por conta da ultra valorização do tecnológico, que estimula a substituição do exemplo pelo modernismo.

Como o cômputo da educação soma família e escola, também não posso descartar a nefasta insuflação da interferência do estado na família, transformando os naturais educadores familiares em "bonzinhos" (relapos - irresponsáveis), ao invés de apenas e adequadamente "bons" (corretos - responsáveis).

Enfim, conceitos e opiniões contrárias a parte, importante mesmo é que o tema deveria e precisaria ser mais e mais debatido nas redes sociais, mas com colocações e abordagens com começo, meio e fim.
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 19/06/2021
Reeditado em 21/06/2021
Código do texto: T7282497
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