QUESTIONAMENTOS
QUESTIONAMENTOS
Por Aderson Machado.
É sabido de todos que a nossa Língua Portuguesa não é nada fácil. E o meu primeiro questionamento é: Por que tantas pessoas se interessam em aprender outras línguas – mormente a inglesa -, se ainda não dominam a nossa língua materna? E, pior, percebo, nas redes sociais, um sem-número de postagens de professores de Inglês, sendo brasileiros, fazendo propaganda de seus cursos, e, nesses anúncios, é recorrente se constatar erros crassos de português! Quer dizer, esses professores podem até saber Inglês, mas não dominam a nossa própria língua, o que acho se tratar de um verdadeiro contrassenso, para ser generoso.
Deixando os professores de Inglês um pouco de lado, gostaria de falar algo sobre mim. Pois bem, nos meus tempos de ginasiano, eu tinha uma dificuldade enorme com relação à disciplina Português. Estudava, estudava, e só passava de ano me arrastando, como se diz na gíria. E não era por não ter um bom professor. Muito pelo contrário. Por essa época eu estudava no Colégio Agrícola Vidal de Negreiros – CAVN -, em Bananeiras/PB., cujos professores eram da melhor qualidade, sendo o de Português, Vital de Almeida Santa Cruz (In memoriam), um deles. Além de ser um excelente professor, Vital era por demais exigente, rigoroso, e metia medo em muitos alunos, inclusive neste pobre escriba. É bom frisar que o professor Vital era mais focado nos assuntos gramaticais. E era aí onde residiam as minhas dificuldades. Com efeito, a tal da vírgula, crase, concordância e regência nominal e verbal, ortografia, sintaxe, tudo isso me deixava bugado! Citei apenas esses tópicos porque os acho relevantes, principalmente para quem é jornalista, seja lá de que área for, bem como para escritores, oradores, conferencistas ou coisa que o valha.
Lendo jornais, livros, ouvindo rádio, vendo televisão e postagens de blogueiros despreparados, tenho observado erros absurdos. Assim, acho que esses profissionais deveriam ter um pouco mais de cuidado no momento em que forem falar ou escrever, com a finalidade de obedecerem, na medida do possível, a norma culta do nosso idioma.
Não pretendo elencar aqui, em detalhes, os recorrentes erros cometidos por parte dos profissionais da imprensa, ou por pessoas outras que se aventuram a escrever ou falar publicamente. Primeiro, porque nunca fui nem sou professor de português; segundo, porque não sou gramático, filólogo, lexicólogo ou coisa parecida. Portanto, tenho lá as minhas limitações com relação à nossa língua materna, a exemplo da grande maioria dos brasileiros.
Sendo assim, quando me propus a escrever para um público mais abrangente, tive a preocupação de fazê-lo da forma mais correta possível. E para que isso acontecesse, recorri ao pai dos burros, ou seja, ao velho Dicionário, bem como aos grandes gramáticos, dentre eles o pernambucano Evanildo Bechara. A propósito, foi exatamente este o autor da gramática indicada pelo meu professor Vital, no longínquo ano de 1967.
Quando comecei a escrever, percebi que tinha dificuldades com relação a muitos assuntos, mesmo já sendo detentor de curso superior. Mas havia uma certa justificativa a respeito: A minha primeira graduação foi na área técnica, enquanto Engenheiro Civil. Só após 16 anos é que concluí o Curso de Bacharel em Letras. Antes disso, já lia bastante e escrevia meus primeiros textos. Começara, portanto, meu interesse pela literatura.
Como disse, minhas maiores dificuldades no início dos meus escritos diziam respeito, principalmente, aos assuntos envolvendo crase, colocação correta da vírgula, concordância e regência nominal e verbal, bem como grafia de certas e determinadas palavras.
Por fim, só para citar alguns exemplos, vou elencar alguns questionamentos que muitas pessoas não saberiam responder corretamente: a) Você prefere carne do que peixe, ou você prefere carne a peixe? b) Você faz apologia a alguém, ou você faz apologia de alguém? c) A falta favorece o Vasco, ou a falta favorece ao Vasco? d) Vou assistir o jogo, ou vou assistir ao jogo?
Ao fim e ao cabo, muitas outras perguntas caberiam aqui, mas não vou fazê-las, pois, caso contrário, este texto ficaria interminável. É isso.