Meus pontos de vistas: Sobre vagas demarcadas para pessoas com deficiência.
Desde que surgiu a lei da acessibilidade, especialmente em relação às vagas preferenciais, achei muito justo com as pessoas com dificuldade de locomoção como no caso de paraplégicos e tetraplégicos e outras com dificuldades motoras. Também achei justo o números de vagas de acordo com o tamanho dos estabelecimentos, apesar dos transtornos e aborrecimentos que a população em geral causa por não respeitar essas regras.
Anos se passaram e o desrespeito pelas vagas preferenciais continua. Infelizmente agora se agravou devido às autoridades políticas incluírem comorbidades diversas e leves, sem que a pessoa apresente problema de locomoção. O mesmo problema tem acontecido em relação às vagas de idosos.
Quando o local de estacionamento é amplo e há demarcações de vagas para pessoas com deficiência, idosos e mulheres grávidas não há tanto problema. Mas quando o local é menor e há somente uma vaga para pessoa com dificuldade motora e outra para idoso, os problemas começam. Por exemplo, uma agência bancária tem duas vagas, uma destinada a pessoa que apresente problema de locomoção e outra para idoso, nesse caso permitem que as vagas sejam usadas por pessoa que não tenha problema de locomoção, visto que a pessoa em questão apresentou o cartão (credencial) no painel do carro.
Particularmente eu penso que essas vagas em ambientes de pequenas circulações, com no mínimo uma, duas vagas e sucessivamente de acordo com o tamanho não deveriam ser usadas por pessoas que não tenham nenhum problema de locomoção. Também penso que idosos não deveriam estacionar se tivessem condições de andar. Se dirigem é porque tem reflexo e não é o fator idade que está em questão.
Agora as condições de tetraplegia e paraplegia e outras que envolvam dificuldade na locomoção é justo e necessário que seja de uso exclusivo, sem permitir outras restrições que tenham a possibilidade de se locomover.
Não tenho nada contra os direitos das pessoas, me refiro especificamente as vagas reservadas para estacionar, pois se as leis existem é porque há motivos e necessidades.
As leis precisam ser elaboradas com precaução e critérios justos, não podem ser criadas simplesmente por ordens de interesses políticos.
Durante minha vivência com o segmento e acompanhando as evoluções eu vejo a maioria cobrando seus direitos em relação à acessibilidade arquitetônica e vagas preferenciais. Isso não deixa de ser uma cobrança muito justa e de direito, mas há muita incoerência.
Antes da implementação da multa muitas dessas pessoas se estressavam quando encontravam as vagas ocupadas por pessoas que não tinham as condições de restrições. Só que hoje as vagas continuam as mesmas e surgiu a agravante que eu citei acima. Ou seja, o quadro piorou a partir do momento que pessoas com comorbidades leves passaram a ter direito de estacionar nessas vagas. Exceto é claro a prioridade das pessoas que de fato não têm condições de se locomover e principalmente quando o condutor não tem acompanhante.
Se não houver uma mudança nos critérios dessas comorbidades e no caso de pessoas idosas que têm condições de se locomover, penso que os mais prejudicados sempre serão os "cadeirantes” e os que de fato não conseguem se locomover. Mais um exemplo, eu dirijo e minha filha tem paralisia cerebral e é "cadeirante", necessariamente eu não preciso ocupar a vaga pois eu sou o condutor e não tenho uma deficiência que me impeça de me locomover. Se eu faço isso, porque uma pessoa que tem sua coordenação motora normal e consegue se locomover precisa usar a vaga de uma pessoa que realmente necessita dessa vaga.