Panorama da Educação das Marias e dos Joãos
A educação de ontem e a educação de hoje enfrentam problemas parecidos. A vida das Marias e dos Joãos são marcadas por dificuldades do âmbito social que a educação não consegue dar conta. Vimos isso no curta-metragem Vida Maria do cineasta Márcio Ramos, no qual mostra um ciclo de desvalorização da educação pelas classes baixas. No vídeo vemos a caracterização de um ambiente típico do Nordeste, com cerquinhas de bambu, chão de terra batido. Essas pessoas por precisarem trabalhar arduamente para sobreviver, não veem como a educação pode agregar. Dizem: “Pare de perder tempo, desenhando nome”. Presas em uma realidade em que não existe perspectiva. O Brasil pais de desigualdades é o cenário em que a educação vem se desenvolvendo ao longo dos anos. Esse texto responderá: quais os fatores históricos contribuíram para a dificuldade do desenvolvimento do processo educativo nesse cenário brasileiro de desigualdade?
Primeiramente, no Brasil colônia a educação era jesuítica (aulas de ler, escrever e contar) exclusiva para os meninos, brancos e ricos, filhos de fazendeiros. Os filhos dos índios eram ensinados a ler nas aldeias com objetivo de catequese. Logo, meninas e escravos eram excluídos do processo educativo.
No Brasil imperial, com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, houve uma modernização. Foram criadas bibliotecas, universidades e até a imprensa. Assim houve uma expansão das aulas régias, no ensino secundário, as meninas das elites passaram a receber educação. Além de a iniciativa do ato adicional de 1934 que estabeleceu o sistema de educação elementar e a criação do colégio Pedro II.
O Brasil republicano não se diferenciou muito. Em 1891, foi criada uma constituição contraditória que dizia que o cidadão pleno era aquele que sabia ler e escrever, mas o governo não oferecia educação para a população. Os imigrantes trouxeram experiencias pedagógicas significativas, mas ainda não havia educação para todos.
Na década de 30, surgiram o manifesto dos pioneiros da educação que reunião educadores como: Anísio Teixeira, Fernando Azevedo, Cecilia Meireles e Lourenço Filho. Foi elaborado no governo de Getúlio Vargas, tinha o objetivo de que o estado organizasse um plano geral de educação e defendia uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita.
Na década de 60, segundo o site Andragogia Brasil, Paulo Freire organizou um movimento de alfabetização popular para adultos. Foi feita na cidade de Angicos com cerca de 300 trabalhadores rurais. Sendo que a cidade possuía 13 mil pessoas e 75% eram analfabetos
Na década de 80, a educação foi muito discutida na constituinte, a área de educação e cultura receberam muitas propostas de emendas. Além disso, foram inaugurados CIEP (Centro de Integração de Educação Pública).
Por fim, a educação no Brasil em 2021, o Brasil ocupa 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE);
Após passarmos por toda a história da educação no Brasil vemos quais foram os fatores históricos que contribuíram para dificuldade do desenvolvimento do processo educativo. Mas, também vimos que por meio de educadores como Anísio Teixeira, Paulo Freire e outros. Bem como, pressão dos cidadãos houve uma melhora na educação. Hoje, por mais que os índices não sejam os melhores há um PNE, Plano Nacional de Educação, que visa melhorar a educação de forma geral. De influenciar o aumento de investimento na área. Portanto, estamos no caminhando.