AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: FALAS E SIGNIFICADOS: UM ESTUDO PILOTO
Regina Lucia Barros Leal da Silveira 1
Michele Belchior  ( colaboradora)
Michelle Belchior2 (colaboradora)
RESUMO O estudo configurou-se como um recorte de análise da dinâmica avaliativa da universidade, um olhar para seu interior, no contexto cultural e identitário da Universidade de Fortaleza, a partir do instrumental da Avaliação Institucional. A metodologia adotada, de natureza qualitativa teve a pretensão de apreender os significados expressos nas falas dos discentes no item aberto do instrumento de avaliação Institucional 2003/02, no que eles poderiam escrever sugestões. O estudo revelou a relevância da análise das falas dos docentes e discentes respondentes do item aberto da Avaliação Institucional, resgatando suas contribuições e fortalecendo a participação qualitativa dos sujeitos. Quanto às sugestões e criticas, estas são pertinentes, o que nos leva a deduzir o quanto podem colaborar para a melhoria da vida acadêmica. Com o propósito de fortalecer a participação coletiva do processo, sugere-se outras estratégias: colóquios, seminários, reuniões do colegiado, debates com os alunos, exposições, palestras, encontros, conversas formais sobre demandas e serviços. Enfim, fortalecer o trajeto participativo do processo de avaliação fortalece sua credibilidade, sua dinâmica e seus resultados. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação. Avaliação superior. Avaliação institucional. INTRODUÇÃO A atual Política Educacional Brasileira assumiu a Avaliação Institucional, como um dos instrumentos indicadores da qualidade do trabalho desenvolvido pelas instituições de ensino superior-IES, configurando-se como uma atividade estruturada, planejada, com a finalidade de melhorar a qualidade da educação superior no Brasil.. A avaliação reconhecida como necessária deve-se caracterizar como estruturada, que permite investigar a qualidade institucional no sentido de seu comprometimento com o aspecto sócio- políticoeducativo da instituição e do constante redimensionamento das suas próprias ações, visando assim superar todo e qualquer esquema de leitura reducionista, a fim de que se estabeleça uma compreensão integrada de seu conjunto multidimensional (FEEVALE, 2001 Nessa perspectiva, para superar a visão pontual do processo Avaliativo GATTI (2000); SOBRINHO (2000), deve-se considerar a complexidade PETRAGLIA (2000) a pluralidade, a 1 Mestre em educação pela Universidade Federal do Ceará, [Membro da Comissão de Avaliçao Institucional da UNIFOR, Supervisora de Estágio do CCH e professora da graduação e pós-graduação]. 2 Mestre em Psicologia e Subjetividade e professora do centro de Ciências da Saúde 1diversidade dos contextos das instituições de ensino superior, bem como os seus determinantes históricos, políticos, econômicos, sociais e culturais. O momento da avaliação é privilegiado, pois permite termos a percepção do conjunto de problemas que estão presentes em nossa prática educativa. É quando realizamos um balanço do nosso trabalho individual e coletivo, que se manifesta no aproveitamento alcançado pelos alunos. (VASCONCELOS, 1996). A proposta de investigação ora apresentada está ancorado na experiência prática de avaliação institucional da Universidade de Fortaleza. Foi nosso interesse aperfeiçoar o sistema de avaliação, adequando-o a cada momento histórico e seus determinantes culturais, políticos, econômicos e sociais. A metodologia adotada, de natureza qualitativa teve a pretensão de apreender os significados expressos nas falas dos discentes no item aberto do instrumento de avaliação Institucional 2003/02, da universidade de Fortaleza, organizada pela Comissão de Avaliação Institucional-COAVI no que eles poderiam escrever críticas e sugestões. Optou-se pela metodologia de análise de conteúdo BARDIN (1999). Enquanto esforço de interpretação, oscila entre dois pólos de rigor da objetividade e de fecundidade da subjetividade. Absolve e cauciona o investigador por esta atração pelo escondido, pelo latente e não aparente, o potencial do inédito (do não dito) retido por qualquer mensagem. Os dados foram organizados em categorias de análise: aspectos didáticos-pedagógicos; aspectos técnico-administrativos; referências ao processo e ao instrumental de avaliação. Na pesquisa documental, foram analisadas as sugestões dos professores e alunos respondentes do item aberto, do Centro de Ciências Administrativas –CCA/258; Centro de Ciências Jurídicas-CCJ /323; Centro de Ciências da Saúde-CCS/351 e Centro de Ciências Humanas –CCH/164, totalizando 1281 alunos e professores do CCA /05; do CCT / 03; do CCJ / 12; do CCS/08 e do CCH/07, totalizando 35 professores. Os dados coletadas no instrumental de avaliação seguiu a sistemática do Projeto piloto. Foram organizados em categorias assim definidas: aspectos didádico-pedagógicos; fatores de natureza administrativa; referências ao instrumental e ao processo avaliativo. A análise do explicito e do implícito nas falas pretendeu apreender e agregar qualitativamente as contribuições de alunos e professores do Centro de Ciências Humanas, buscando encontrar outras possíveis alternativas e estratégias para o aperfeiçoamento do processo de avaliação. A Avaliação de Fortaleza vem consolidando uma experiência de escuta. O que se pretendeu foi trabalhar os dados subjetivos da avaliação institucional dando um tratamento de análise do item aberto a de sugestões e críticas inserido no instrumental. 2003/02. 1.REGISTROS DOS ALUNOS: falas 21.1) Aspectos didático-pedagógicos Os alunos elogiam professores que incentivam o estudo de textos clássicos e atuais, se relacionam bem com os alunos; os que demonstram um grau de entusiasmo e paixão pelo que fazem; aqueles que contaminam a turma com seu entusiasmo; desenvolvem aulas dinâmicas, dão orientações claras e seguras, inclusive do ponto de vista do conhecimento. Parabenizam nominalmente alguns professores elegendo-os como mestres do conhecimento, Destacam os professores pontuais, responsáveis, “atuantes, brilhantes” e os que dão exemplos de responsabilidade. Como docentes os professores são todos competentes e capacitados.Estou adorando o corpo docente da universidade” Parabéns para todos aos professores, pois passam informações atualizadas...” Professores são de ótimas qualidades, pois demonstram interesse, competência e outros mais, na área que atuam. Os alunos registram também que alguns professores apresentam dificuldades no que diz respeito ao relacionamento aluno-professor, ressaltam: inabilidade na condução dos trabalhos: inadequada dinâmica de sala de aula; pouco domínio de conteúdos específicos da disciplina que lecionam; desperdício do tempo de aula; exagero de estudos de textos sem a devida orientação; exacerbação de seminários que, segundo eles, retiram do professor a responsabilidade de ministrar a aula; sobrecarga de trabalhos sem considerar a realidade do alunado da UNIFOR, falta de compromisso em dar o conteúdo programado; inadequação metodológica em promover debates; desestimulo pela profissão, entre outras. Sugerem que professores sejam capacitados para o desenvolvimento da prática docente e reforçam a necessidade de dinamizar os estágios. Maior conscientização dos professores quanto à necessidade de dar todo o conteúdo do programa...: Estimular o debate e também dar tempo ao aluno para tirar suas dúvidas, fazerem suas perguntas. Devemos ter professores com prazer de dar aula A metodologia de ensino não pode se limitar em passar livros de mão em mão, mas sim em conceitos que leve o incentivo do aluno a um aprendizado amplo, acredito que o ensino ainda se faz com explicações, ao qual se possa abstrair idéias e contextos do que foi explicado... Como docentes os professores são todos competentes e capacitados, mas quando se trata de humanidade e solidariedade, existe muita exclusão por parte dos docentes, não querendo generalizar, pois não são todos. 3Relatam que alguns docentes não demonstram capacidade para atuarem como professores por não desenvolverem suas atividades com competência; aludem a importância de darem mais atenção à pesquisa e a sintetizarem suas aulas; referem que muitos faltam às aulas e não repõem conteúdo; enfatizam que vários docentes repetem o mesmo assunto de forma reincidente; registram de forma predominante que há aulas cansativas e monótonas; falam dos professores que são considerados mitos “do ponto de vista negativo e que não buscam melhorar sua prática; professores que ficam” jogando conversa fora “, fazem referência a ausência de humanidade e compreensão por parte de professores”. São muitas as expressões de agrado e desagrado. Há contradições presentes nos relatos. Há que se considerar, pela análise, que existem registros bem pontuais, indicando situações especificas, pessoais e dificuldades de relacionamento com alguns docentes. Na análise, percebe-se implicitamente, pela forma da escrita, das expressões, do “tom analógico* que há sentimentos ocultados. Não obstante, as críticas revelam a exigência de melhorar a performance do corpo docente e a necessidade da aprendizagem de novos saberes teóricopráticos no sentido de aperfeiçoar a ação didática que ocorre em sala de aula. Segundo eles, há professores que exalam novidade e expressam permanente entusiasmo. Todavia, também referem a presença em sala de aula de docentes acomodados, desinteressados, entre outras denominações. Os professores estão sempre sobrecarregados e sem tempo para os alunos. Parece que estou apenas pagando para receber um diploma, pois quando o professor não falta ele fica jogando conversa fora com os alunos em horário de aula. O que eu venho notando, é uma certa tendência dos professores de sobrecarregarem os alunos com trabalhos, tirando um pouco sua responsabilidade enquanto professor, de ministrar o conteúdo em sala de aula. Por outro lado também venho sentindo que alguns professores chegam para dá aula, sem ao menos ter feito um esquema de aula, sem ter lido os textos, e isso gera uma dificuldade de compreensão dos alunos, que não encontram as respostas para suas dúvidas. A análise dessa categoria revela uma predominantemente crítica quanto à metodologia de ensino em sala de aula. Essa constatação ratifica a importância da Universidade de Fortaleza continuar investindo na formação continuada dos docentes, particularmente nos aspectos didático-pedagógicos, qualificando-os, permanentemente, em didática, dinâmica de grupo direcionada à sala de aula; relação professor aluno, competências e habilidades pedagógicas de ensino e pesquisa, utilização de novas tecnologias, dentre tantas outras alternativas de formação, quer no ensino presencial, quer na modalidade de ensino a distância. 1.2) Aspectos administrativos Os alunos, quanto aos serviços prestados pela universidade, fazem críticas aos mesmos serviços, ora emitindo opiniões e sugestões, ora ressaltando dificuldades.. 4A coordenação devia ter uma interlocução maior com os alunos, procurando se comunicar melhor a respeito de estágios, critérios de contratação de professores e apoio às atividades do curso. Uma forma democrática de ouvir algumas reclamações de alunos que discordam, por exemplo, da contratação de alguns professores, que não demonstram ainda a capacidade, por enquanto de assumirem o cargo, com a competência necessária; quando possuem, mas ainda não demonstraram a qualificação esperada para lecionar. Deveria existir uma maior integração entre alunos e coordenação e professores de uma maneira geral, para que tudo fosse mais bem compreendido. Falta um apoio maior por parte da administração aos alunos Gostaria que fosse mais amplo o quadro de professores para que pudéssemos ter professores somente do curso. Menos burocracia, arrogância e mais ações conjuntas em prol VERDADEIRAMENTE do curso. tem que manter os alunos mais informados das coisas, como expor cartazes no painel do bloco, organizar palestras e cursos gratuitos para os estudantes de publicidade, pois temos um numero quase insignificante de palestras e cursos sempre são pagos... Esta crítica é construtiva , espero que ela não fique só no papel, que seja avaliada e levada a sério e que possamos ver as melhorias... Deveriam sortear mais computadores, porque tem bastante alunos que precisam de um computador, no mínimo 50 computadores eram para ser sorteados. As funcionrias da Coordenação possuem desempenho exemplar! Os demais, também são muito satisfatórios. Lêem-se nas entrelinhas algumas insatisfações, advindas de experiências negativas com relação aos serviços. Quanto aos aspectos referentes à biblioteca, atendimentos nas secretarias dos cursos, nas coordenações, enfim, em outros serviços, como o DAE, observouse que esses serviços são criticados pelos alunos, em todos os cursos dos Centros. Destacam a necessidade das coordenações estarem mais presentes para resolverem os problemas dos cursos. 1.3) Registros sobre a avaliação institucional Cabe salientar que foram muitas as críticas e sugestões dos alunos quanto à avaliação institucional. Ressaltam o instrumento com suas falhas e omissões; a falta de retorno dos 5resultados da avaliação; revelam satisfação, outros, descrédito quanto às medidas de melhoria por parte da universidade. Na análise, às vezes de forma sutil e ou de forma direta e objetiva citam falhas do instrumental e do processo. Entretanto, é interessante destacar que os alunos (lembramos – os respondentes) demonstram um grau de aceitação e motivação para opinar, através da Avaliação institucional, sobre a universidade, seus professores, coordenadores, serviços. É muito importante esta avaliação. A universidade está de parabéns. Seria importante que os resultados da avaliação fossem divulgados Essa avaliação é uma forma de mostrar o desempenho do aluno e principalmente do professor. Foi uma excelente idéia. Está ótima . Uma boa forma de avaliação, pois são através das críticas que conseguimos progressos no amanhã A Avaliação Institucional é muito importante para o desenvolvimento do curso, porém, não é divulgada nenhuma informação sobre os resultados da mesma, não podendo, assim, o estudante fazer qualquer previsão ou apontamento a respeito dos resultados. A Avaliação Institucional é muito importante para o desenvolvimento do curso, porém, não é divulgada nenhuma informação sobre os resultados da mesma, não podendo, assim, o estudante fazer qualquer previsão ou apontamento a respeito dos resultados. Deveria haver, para cada professor, um espaço em branco, destinado a anotações variadas sobre o método de ensino, assim como sobre as várias características, boas ou ruins, do profissional. Falta espaço para possíveis sugestões sobre os professores Gostaria que existisse um espaço p/críticas e sugestões como essa p/ cada professor Também poderia ter um espaço para a gente poder escrever sugestões ou críticas sobre os professores, é a melhor maneira de corrigir alguns erros! A Avaliação Institucional precisa de um item a fim de que o aluno possa escrever como sugestão ou crítica para cada professor. (Foi uma sugestão presente em todos os cursos) Percebem-se em alguns registros, indicações de impaciência e descrédito quanto à tomada de decisões com base na avaliação institucional, principalmente com relação aos serviços de secretaria e questões relacionadas à docência. 6Com relação às sugestões dos professores, estes se detiveram nos aspectos relacionados ao sistema de avaliação institucional. Não há sequer uma sugestão sobre os aspectos didáticos pedagógicos. Enquanto os alunos reforçaram a importância dessa categoria sugerindo ações de melhorias, os docentes omitiram opinião quanto à metodologia, à importância da Universidade oferecer cursos de formação e qualificação para os docentes. 2. REGISTROS PROFESSORES 2.1) Não há registros sobre aspectos didático-pedagógicos 2.2) Aspectos administrativos Registro o meu entusiasmo e a minha confiança, em todos os níveis, na Administração da UNIFOR. Felicito a todos pelo clima de cordialidade e de eficiência, que devemos objetivamente ampliar. 2.3) Registros sobre a avaliação institucional Deveria haver opções que justificassem a alternativa: "Sem condições de avaliar". No meu caso específico, quando assinalei essa opção para meu diretor e para minha coordenadora de curso foi por desconhecer o cumprimento de tal atribuição por um dos dois. Já no caso do coordenador do curso de direito, assinalei essa opção por nem sequer conhecê-lo. Seminários entre professores sobre avaliação dos alunos visando ao intercâmbio de experiências. A análise dos registros de professores revelou que poucos são os docentes respondentes do item aberto. 3.SUGESTÕES DE MELHORIA 3.1Aspectos didáticos pedagógicos: Estudo de textos clássicos e atuais; fortalecimento de um bom relacionamento entre professor e aluno; desenvolvimento de atividades que dinamizem as aulas; orientações claras e seguras, sobretudo do ponto de vista do conhecimento; necessidade de pontualidade, atuação dinâmica em sala de aula; competência na ação docente; estímulo pela profissão e o compromisso com a formação acadêmica do aluno. Estudo de textos com a devida orientação; fortalecimento da competência didático –pedagógica no sentido de evitar o desperdício do tempo de aula; desenvolvimento da pesquisa; habilidades didático-pedagógica para o desenvolvimento das aulas; promoção de debates, dinâmicas grupais; elaboração de síntese das aulas; redução de seminários e mini-aulas; domínio do conteúdo da disciplina; Exposições adequadas, sem graves 7erros de português; reposição de conteúdos; evitar repetir o mesmo assunto de forma reincidente; relação de proximidade, de humanidade e compreensão por parte de professores. O que se lê na entrelinhas? Os alunos expressam desejo de fortalecer as relações professor - aluno, estudar textos clássicos, desenvolvimento da pesquisa, entre outras. A capacidade de criticar, de olhar para dentro, de ver seus professores como sujeitos aprendentes, a nosso juízo é positivo. Ao expressarem suas insatisfações, os sentimentos de desconforto com certas rotinas escolares, indicam que são capazes de colaborarem com os docentes na inserção de outras metodologias que gerem a curiosidade pelo saber; seus registros mostram sede de conhecimento, de participação em pesquisa e em estudos mais contextualizados. Ao reconhecerem a importância do papel do professor, tal constatação remete-nos a uma reflexão. O ensino presencial ainda exerce uma forte influência na formação do aluno. O professor é ainda uma matriz de identidade, uma referência intelectual e afetiva. Ao expressarem a relevância de aulas mais dinâmicas, da discussão, do debate, estão indicando caminhos metodológicos para os professores e, sobretudo quando citam a exigência de se estabelecer a humanização em sala de aula, a cooperação. Fica implícita uma certa insatisfação com relação ao individualismo e à exacerbação do isolamento em sala. Há uma forte indicação de que é imprescindível na universidade, no cenário acadêmico, a formação de profissionais que possam desenvolver uma ética solidária no mundo do trabalho. 3.2Aspectos administrativos: As coordenações deveriam ter uma interlocução mais eficiente com os alunos e professores; a respeito de estágios, critérios de contratação de professores e apoio as atividades do curso; escuta das reclamações dos alunos, mesmos aqueles com os quais a Coordenação discorda. Fortalecimento da integração entre alunos professores e Coordenação porque assim fluiriam as decisões. Ampliação do quadro de professores para que fossem exclusivos do curso. Promoção de exposição de cartazes, painéis informativos sobre eventos de forma organizada, especialmente para os estudantes de publicidade. Computadores disponíveis nos centros acadêmicos para uso dos alunos, com o objetivo de facilitar consultas à biblioteca e notas de aulas. Treinamentos para os colaboradores que fazem parte da administração, habilitando-os e qualificando-os para agilizarem a solicitação dos clientes ; organização das informações; melhoria do atendimento humano no setores DAE, estimulando os funcionários para atenderem com satisfação as necessidades dos alunos. 3.3 Avaliação institucional: instrumentos e procedimentos: Implantação do item aberto de sugestões para cada professor avaliado; revisão dos conceitos de avaliação. (como amplamente, muito, parcialmente etc ). Retorno efetivo para os alunos quanto ao processo da Avaliação Institucional, sobretudo informando as ações de melhorias implantadas a partir da avaliação. Brevidade no retorno da informação quanto aos resultados; avaliação da direção da universidade e da política institucional, referindo-se particularmente à questão da obrigatoriedade da avaliação final. Debate sobre a avaliação e seus resultados com todos os professores; 8troca de informações, dificuldades e sugestões num processo democrático de socialização; avaliação dos profissionais da biblioteca, das salas de multimídia, do departamento administrativo e financeiro da UNIFOR da disposição de horários de disciplinas. Sugerem que deveriam ser avaliados, também, os professores das disciplinas do semestre anterior à avaliação institucional, pois alguns professores não puderam ser avaliados por eles. Indicam uma elaboração mais clara de aspectos (itens) do instrumental da avaliação, para facilitar o entendimento do aluno. Propõe uma análise dos conceitos utilizados na avaliação. Alguns sugerem a avaliação no final do semestre. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo revelou a importância da análise dos registros dos docentes e discentes respondentes do item aberto da Avaliação Institucional, resgatando suas contribuições e fortalecendo a participação qualitativa dos sujeitos respondentes. Tal análise dentro dos limites do estudo possibilitou uma escuta mais abrangente sobre a universidade, identificando traços de sua cultura identitária, seus serviços e práticas educacionais. Compreendeu-se, por outro lado, a relevância de uma discussão ampliada na universidade, com alunos, professores e a administração sobre a Avaliação Institucional. Não só para compreensão do processo de avaliação enfatizando-se a sua concepção diagnóstica, como também o conhecimento dos seus resultados. Com o propósito de fortalecer a participação coletiva do processo, há diferentes alternativas e estratégias: colóquios, seminários, reuniões do colegiado, debates com os alunos, exposições, palestras, encontros, conversas formais sobre demandas e serviços.; orientações em sala de aula , entre outras. Um processo de avaliação se fortalece na medida em que a comunidade acadêmica participa , dando maior credibilidade à avaliação. Considera-se imprescindível que o corpo discente participe da construção junto aos alunos de uma avaliação diagnóstica que supere o caráter punitivo culturalmente imposto da avaliação . Investir numa concepção de avaliar com uma função – a diagnose- no intuito de buscar colaborar com a administração para implantação de ações de melhoria na universidade. Na leitura das falas, observou-se a necessidade de, com maior brevidade possível, o retorno sobre os resultados da avaliação aos docentes e discentes, apresentando não só as ações de melhoria que tomaram por base a avaliação, mas as perspectivas de mudança na estrutura e funcionamento da universidade. Sugere-se a compatibilização com o planejamento estratégico da instituição, (PDI), como PPI, os projetos pedagógicos dos cursos –PP. Enfim, consta-se a importância da articulação entre gestão da universidade e avaliação, no sentido de se constituir ferramenta para a tomada de decisões para a definição e reordenamento das políticas da universidade. De acordo com o estudo, é basilar um investimento, na formação dos docentes, no aperfeiçoamento dos serviços da universidade, na qualificação de pessoal, na compreensão do papel das coordenações. 9BIBLIOGRAFIA BARDIN, Laurence. Analise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1979. DIAS SOBRINHO. J. Editorial. Avaliação. Campinas: ano 1, v.1, p.5-8, 1996. _________________Avaliação da Educação Superior/ Coleção Universitária Petrópolis: Editora Vozes, 2000. RISTOFF, D. Princípios Básicos de uma Avaliação Institucional. Avaliação. Campinas, ano 1, n. 1, jun/1996. PETRAGLIA Isabel Cristina. Edgar Morin: a educação e a complexidade do ser e do saber. Petrópolis: Editora: Vozes 6a edição, 200. Programa de Avaliação Institucional- PROIN- Centro Universitário FEEVALE, Assessoria de Avaliação Institucional -Novo Hamburgo, FEEVALE, 2002. SOBRINHO DIAS e RISTOFF Dilvo (ORG.) Avaliação e compromisso político: A Educação Superior em debate. Florianópolis: Editora Insular 2003 _______________Avaliação democrática: para uma universidade cidadã. Florianópolis, Editora Insular, 2002. _________________ e RISTOFF, Dilvo. Universidade desconstruida: avaliação institucional e resistência. Florianópolis: Insular, 2000. TUBINE, Manoel José Gomes. Universidade, qualidade e avaliação. Rio de Janeiro: Editora Dunya, 1997. Avaliação Universitária em Questão: reformas do estado e da educação superior. SGUISSARDI, V. (org.). – Campinas, SP: Autores Associados, 1997, - (Coleção educação contemporânea). 10
Regina Barros Leal e Michelle
Enviado por Regina Barros Leal em 01/12/2020
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