AMAR O INIMIGO?¿
Quem são os inimigos? Seres extraterrestres? Pessoas de um país em guerra com o nosso? Não é isso!
Os inimigos são próximos: a própria pessoa, ela mesma, por causas diversas, pode ser inimiga de si própria. Daí ter escrito Khalil Gibran: “E disse o Divino: ‘Ame o seu inimigo e eu amei a mim mesmo!” Inimiga, também, pode ser pessoa ou pessoas de nosso convívio: familiares, relacionamentos, colegas... Escreveu Marta Medeiros: “O Direito Penal limita a punição a trinta anos, todavia, em família, existe a punição eterna!” Em família algumas pessoas são odiadas até o fim da vida. Vítimas desse ódio podem ser: pais, filhos, cônjuges, irmãos, etc. Os vínculos familiares, no entanto, por certo, são igualmente eternos, ou seja, ninguém deixa de ser o pai, a mãe, o filho, o irmão, etc.
O AMOR ENTRE OS CÔNJUGES
No casamento “Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção”, escreveu Antoine de Saint Exupéry. Após o casamento mais importante que o impulso da libido é a motivação determinante da instituição familiar, da maturidade do cônjuge, da geração e educação dos filhos, é o marido ver a esposa com a mãe de seus filhos, é a esposa ver o esposo como o pai de seus filhos. É após o nascimento de um filho que ambos se transformam em pais. Pais para sempre!
Se no livro do Gênese, o homem deu o nome a todos os animais, no casamento o nome dos filhos é escolhido em conjunto pelo pai e pela mãe.
Pode acontecer que a inimizade, a incompreensão no casamento leve o casal à separação. Há situações, de fato, quase insuportáveis, todavia, como ficam os filhos dos pais que se separam? Amargurados.
Um filho deriva do pai e da mãe, em unidade: uma só carne dos dois. Se os pais se separam a criança sente como que se sua alma tivesse sido rasgada e se sente culpada pela separação. No coração dos filhos permanece sempre a união dos pais, ali o pai e a mãe não são mais que uma só carne. Os pais que se separam precisam — ao menos — dizer ao filho que cada um deles o ama e que o filho não tem nenhuma culpa da separação de seus pais e digam lá o motivo que acharem apropriado da separação, imaturidade ou outra...
INIMIGOS NO CASAMENTO
Inimizade no casamento por quê? Os cônjuges poderiam continuar amigos, sabedores do conceito de amigo de Pitágoras: “A amizade é um vínculo entre duas virtudes.”
Se ambos fossem virtuosos, contudo, não ocorreria a separação! Daí a necessidade de viver a recomendação do Evangelho de Lucas, cap. 6,27-28: "Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam.”
Definitivamente nosso relacionamento primordial é o relacionamento com Deus, pois, somente assim poderemos viver a exortação de amar os inimigos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Precisamos mais: fazer tudo quanto pudermos para que o próximo ame a Deus sobre todas as coisas, principalmente com o exemplo de uma vida de oração.
Assim também por Jesus seremos considerados amigos. João 15, 12-14: "Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando."
Para amar os inimigos, portanto, fazer o bem aos que os odeiam, abençoar os que os amaldiçoam, orar por aqueles que os maltratam.
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