Memorial de formação pedagógica: trilhando os caminhos da docência

Apresentação

Ao iniciar a disciplina, Prática Pedagógica na escola VI, ficou definido que um dos pré-requisitos avaliativos seria uma produção de um memorial analítico. De repente, fiquei logo assustada, totalmente perplexa, pois jamais tinha visto ou produzido um memorial dessa categoria. Então, pensei que seria uma espécie de “diário” no qual o professor poderia escrever e contar sobre tudo que poderíamos vivenciar durante o desempenho de nossa prática docente em pleno processo de formação.

E, nesse sentido, fiquei indagando-me quais seriam as melhores estratégias para realizar tal atividade. Seria, então, um grande desafio! Pois, qual seria exatamente o momento mais adequado para registrar as influências que norteiam a prática educativa, sem esquecer meus pensamentos, sentimentos, minhas atitudes, minha postura docente... Enfim, em que momento poderia parar nossas atividades para refletir e registrar tudo aquilo que sentimos e presenciamos de maneira crítica e reflexiva diante de tantas dificuldades e incertezas em desempenhar, de fato, uma prática docente eficaz.

Inicio o trabalho contanto um pouco da minha infância e minhas experiências escolares que foram fundamentais em minha formação. Depois, relato sobre minha formação acadêmica e minhas experiências vividas no cotidiano escolar: meus acertos, vitórias e avanços, mas também as dúvidas, críticas, falhas e momentos de desânimo.

Não pretendo fazer deste memorial de formação apenas uma biografia acrítica e ingênua, enfim, desvinculada do contexto histórico em que vivi e dos meus objetivos que tracei para trilhar os caminhos da docência, mas um momento crítico e reflexivo sobre as realizações já feitas e as por fazer. Considero que o presente trabalho não é, portanto, um ponto de chegada, mas um ponto de partida para novos desafios.

II – MINHA INFÂNCIA: O INÍCIO DE TUDO...

Desde a infância, sempre tentei ser uma aluna disciplinada e esforçada. E assim, fui crescendo com esta determinação e a cada assunto aprendido, eu sempre mantinha minha motivação como forma de aprender cada vez mais. A cada ano, tentei superar minhas próprias dificuldades e acreditando na minha potencialidade, consegui ultrapassar meus obstáculos e realizar meus sonhos através de muita dedicação e força de vontade. Sempre gostei de estudar, pois acreditava que somente os estudos poderiam me fornecer uma profissão desejada.

Considero que esta determinação deve-se a minha curiosidade, força de vontade, apoio familiar e coragem que foi e continua sendo minha motivação para superar os desafios.

III - TRILHANDO OS CAMINHOS DA DOCÊNCIA

A. O INÍCIO DE UMA TRAJETÓRIA

Passar no vestibular, é sempre motivo de alegria e vitória. Depois de tantas dificuldades, angústias, expectativas e tantos desafios, consegui lograr êxito, em 2002, ao ingressar na UFPI em Pedagogia, como também passar no concurso público de oficiais militares (CFO que por impunidade, falta de seriedade e uso do poder minha vaga – 7ª colocada – foi cedida indevidamente a quem não tinha o direito de estar na academia, e por essas circunstâncias não me formei em Tenente oficial da Polícia Militar), e no curso superior sequencial em formação específica em Psicopedagogia aplicada à Educação (UESPI – formei em 2004 e, no momento presente, já estou cursando o curso de especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional).

A minha identificação pelo curso de Pedagogia foi alimentada desde a adolescência. Sem perceber de fato que tinha esta vocação, sempre ensinei meus primos e gostava muito desta atribuição, era algo que impulsionava e que fazia sentir solidária com os outros e, ao mesmo tempo, competente ao vê-los motivados e aprendendo os assuntos que a princípio não gostavam de estudar, como também por ter conseguido notas boas em determinados conteúdos em que eles tinham dificuldades em aprender.

Durante toda trajetória estudantil, admirava a competência e dedicação dos meus professores pela docência. E a cada ano passado em minha vida, sentia-me triste por perdê-los pois, ao meu ver, devo muita gratidão aos meus mestres, pois cada um teve um papel importante no que fui e serei na minha formação pessoal e profissional.

Quanto a minha formação acadêmica, surgiram muitas dúvidas, angústias, dificuldades, decepções(...). Devido a essas circunstâncias, acredito que quanto mais lutamos para superar tantos obstáculos, mais valorizamos nossos esforços (valeu a pena!). E por tudo isso que vivenciei tive muita garra em buscar outros conhecimentos, aprofundar mais sobre os assuntos relacionados à Educação, e isso fez com que eu participasse de vários cursos e palestras. Isto deu uma contribuição enorme para minha prática.

E assim, com o tempo fui ficando mais segura no que diz respeito a aquisição de novos conhecimentos e aperfeiçoando-me a cada dia, a cada leitura, a cada curso de extensão e cada experiência vivida na docência, sentia que sempre haveria uma lacuna a ser preenchida, como algo que eu deveria aprender, algo para modificar, algo para refletir. Sentindo com este vazio e buscando mais consistência em meus conhecimentos a cada leitura ou experiência , sentia-me cada vez mais motivada e consciente que é necessário saber mais sobre as estratégias para facilitar a aprendizagem dos alunos, cursos de capacitação em oratória para estabelecer uma comunicação mais eficaz, os dilemas práticos da docência para contornar situações inesperadas e complexas. Enfim, essa busca constante é fruto do hábito que adquiri na universidade, chegando ao ponto de frequentar diariamente a biblioteca como forma de suprir as minhas inquietações ao tentar conhecer mais os fatores que influenciam a minha prática docente.

Essas vivências tanto, na universidade como no espaço escolar, passei, enfim, a adquirir um novo hábito, uma nova postura, uma nova dedicação sendo que as inquietações sempre foram impulsos que me fizeram agir em busca de caminhos que eu pudesse tornar-me futuramente em uma profissional qualificada e competente. E faço das palavras de Paulo Freire (1996, p. 48) as minhas: “ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para constatar, constatando intervenho, conhecer o que conheço e comunicar ou anunciar a novidade".

Freire ainda diz que o educador não deve ensinar apenas os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo, que nada mais é que a capacidade de intervir no mundo, de conhecer o mundo, é não estar demasiado certo de nossas certezas. Aprender criticamente é possível, basta ter educadores que vivenciam na prática, incentivando seus educandos a serem criadores, investigadores, inquietos, curiosos, humildes e persistentes.

O fato de eu ter conhecido isso somente na universidade prova que não foram estes educadores que tive (apesar de suas qualidades). Os meus professores foram aqueles que eu aprendesse a intervir no mundo, que não exercitaram a criticidade dos seus alunos – talvez pela época pela falta de conhecimento e de má formação, ou até mesmo por reproduzirem o que vivenciaram no passado ou por não terem vivenciado na sua prática: a criatividade, a liberdade de expressão, a autonomia,etc.

B. O CUMPRIMENTO CURRICULAR - UMA REFLEXÃO CRÍTICA

Para iniciar minhas experiências no ambiente escolar, recordo-me dos estágios exigidos pela mesma disciplina Prática pedagógica na escola III e IV cujas disciplinas deveriam ser uma prática direcionada à aprendizagem profissional e que, portanto, teria como objetivo de fornecer subsídios teóricos e práticos aos alunos, isso de fato não ocorreu da forma planejada. Considero que, contrariamente aos verdadeiros propósitos da disciplina, as mesmas não passaram de uma simples aprendizagem desvinculada da associação entre teoria e prática, pois não houve uma ponte que pudéssemos aliar conhecimento com práxis. Quanto a esse respeito, concordo plenamente com a seguinte afirmação:

Parece-nos evidente que o excesso de teorias que não vêm acompanhadas de uma prática conveniente, como existe na maioria dos atuais cursos de formação de professores, acaba por prestar um desserviço tanto à natureza do ensino quanto a seus estudantes. (GIROUX, apud NOGUEIRA, 2004, P. 96).

Dessa forma, o que estava proposto no ementário e seus respectivos objetivos, lamentavelmente, não foi cumprido com sucesso. O que seria uma excelente oportunidade acabou transformando-se em uma prática totalmente dissociada da realidade em que vivemos na qual exige, acima de tudo, um profissional altamente capacitado para enfrentar as adversidades do cotidiano escolar. Então, como podemos ver essa não é uma realidade apenas da UFPI , mas de outros cursos de formação superior em nosso país.

A meu ver, as disciplinas referidas deveriam proporcionar ao corpo discente oficinas e outras modalidades de aprendizagens vivenciais que pudesse através dessas práticas possibilitar experiências vivenciadas baseadas nos pilares do saber, saber fazer e saber ser do professor capazes de transformar nossas experiências em competências e habilidades docentes, ou seja, que seria possível formar professores para assumir de fato uma profissão que exige, a todo custo, saberes e atribuições diversas para uma atuação eficaz e produtiva.

Infelizmente, confesso que estas experiências acabaram sendo mais uma fonte de observação do que realmente uma prática de aula sem nenhuma atuação ativa e consciente. Descrevo-as assim porque não era tempo para isso, pois já havíamos concluído a mesma disciplina (I e II) e outras disciplinas disponibilizaram a mesma prática e vivência no campo.

Dessa forma, já estávamos cansados de vivenciar a prática docente na condição de meros observadores, embora muitos já se encontravam trabalhando em escolas públicas e particulares por contrato assinados pela própria universidade através das empresas prestadoras de serviço terceirizado (CIEE e FUNDAÇÃO JET). Era necessário, portanto, mais fundamentação prática e antecipada, pois a partir do IV período já estávamos sendo solicitados no mercado de trabalho. Então, precisávamos de disciplinas e cursos de extensão em que pudéssemos atuar como sujeitos e não como meros observadores passivos do cotidiano escolar. E assim, o tempo foi passando, e somente fazíamos era aceitar contrariamente as condições impostas pois quando reivindicamos não éramos beneficiados, tudo por conta de currículo inflexível no que diz respeito às práticas de ensino centrada na observação.

A esse respeito, em diversos momentos conversávamos sobre a nossa insatisfação tanto em conversas informais como nos debates ocorridos em sala de aula. Enfim, em várias oportunidades relatávamos sobre nossas angústias, necessidades e aspirações, no entanto, esses relatos ficaram apenas nos discursos. E assim com o transcorrer do curso, era inevitável que a cada disciplina ficássemos cada vez mais desmotivados por aprendermos mais com nossos erros cometidos no exercício da prática docente do que com os ensinamentos oferecidos pela universidade. E com tanto desânimo, pensei como seria possível agirmos se não há determinação e cumplicidade de todos para mudarmos algo indesejável, para reivindicar melhorias, para modificar práticas insignificativas se há de fato uma mobilização de todos para que ocorra uma mudança significativa.

Nesse sentido, apesar de acreditar que a cada experiência temos a possibilidade de acrescentar ou transformar algo, percebi que os fatos e suas circunstâncias estavam se repetindo, sem nenhuma significação pois alguns professores não executavam seu papel com inovação e entusiasmo, supomos que o os mesmos já se encontravam desmotivados e cansados da docência ou, então, por não saber utilizar estratégias para conduzir o processo de ensino-aprendizagem de forma eficiente e eficaz.

E tudo isso acabava nos desestimulando porque se alguns de nossos mestres pregavam determinação e nova maneira de atuar, entretanto nos apresentavam uma postura oposta, ou seja, nos ofereciam cada vez mais práticas obsoletas frente às novas exigências do campo de trabalho. Esse tipo de postura refletia no modelo de educadores que não queríamos ser. Apesar dessa vivência, acredito que foi valiosa porque não tentaríamos que seguir o modelo dos alguns dos nossos professores em sala de aula; sem motivação, sem um espírito de inovação, práticas repetitivas e monótonas...

Resumindo minhas colocações já mencionadas, as referidas disciplinas tinham com objetivo apenas relatar o que havia observado no cotidiano das escolas. A finalidade de nossos estágios, que conduzia nossas idas ao campo, era apenas conhecer a realidade escolar e coletar de dados para a elaboração de um relatório de caráter parcialmente descritivo, sem nenhuma fundamentação teórica sobre o que iríamos presenciar, como por exemplo: as indisciplinas dos alunos, as normas estabelecidas pelas escolas, os métodos e técnicas utilizadas pelos professores, a formação da identidade do professor, os saberes necessários à docência(...). Enfim, tudo aquilo que diz respeito a formação docente.

Sobre essa discussão, vou relatar uma crítica: Porque as professoras dos estágios não fizeram uma socialização após da primeira ou segunda visita com o propósito de relatarmos nossas experiências para constatar de fato o que havíamos presenciado no campo e a partir daí, conforme as experiências no campo, saberíamos realmente o que iríamos fazer diante de tantas dificuldades e incertezas, pois através das experiências de nossas professoras, possuidoras de um vasto conhecimento na docência, poderiam sugerir estratégias de observação mais crítica na qual as leituras seriam a nossa fundamentação teórica para que pudéssemos apresentar e discutir os dados que coletamos no campo de estágio. E com base nas leituras, poderíamos fazer um excelente relatório descritivo-analítico.

Acredito que dessa forma poderíamos criar um elo entre teoria e prática que a partir de nossas vivências seríamos capazes de fazer uma excelente observação baseando-se em uma análise crítica e reflexiva sobre os dados coletados. Ainda, seguindo a mesma linha de raciocínio, cabe destacar que ”é preciso que se faça atenção de dados relevantes e de qualidade, para se conseguir uma avaliação da situação e do processo” (MELCHIOR, 2004, p. 49).

Para a realização de uma observação criteriosa é necessário que se tenha diante de situações reais no cotidiano um olhar preciso, fundamentado, investigativo, analítico e, principalmente, crítico-reflexivo. Considero, com base nas leituras realizadas, que essas atribuições citadas são fundamentais a todo professor em processo de formação, na qual exige uma formação de um professor pesquisador. Sem conhecimento e aprofundamento dos saberes, ensino e práticas de pesquisa científica como poderemos exercer, futuramente, uma nova postura exigida no mercado de trabalho que para tal função requer uma formação inicial e continuada mais sólida para enfrentar novos desafios e que tenhamos conhecimento e consciência dos fatos ocorridos para trilhar essa caminhada.

Sobre essa questão, vale mencionar que a formação docente é um caminho árduo e são tantas atribuições que

tantos medos só existem porque há grandes expectativas acerca que o professor deixe de ser um mero transmissor de conteúdos e abra espaços de reflexão e participação em seu cotidiano, de modo que possa verificar se a teoria que orienta sua prática serve ou não para aqueles alunos. (...) um docente que possa aperfeiçoar seu ofício, desconstruindo idéias que já não mais fazem sentido e construindo outras mais férteis, em seu lugar (MELO, 2002, p. 25)

Diante de tantas incumbências cabe a nós, professores, que tenhamos a consciência da importância de se construir nossa identidade docente, pois sem essa construção, que há de ser desenvolvida de forma estruturada e consistente é, impossível a conscientização de tantas atribuições para o desempenho de nossa função. Quanto a construção da identidade docente, cabe esclarecer que

se caracteriza, assim, por uma identidade pessoal/social, uma marca que a distingue dos outros indivíduos e que o leva a buscar certos objetivos. Mas essa mudança, se amplia, se transforma em decorrência do momento, da cultura e de todo o ambiente social, político, religioso e econômico que o rodeia. Esse contexto que o cerca apresenta dados que o concorrem ou se opõem à conclusão de seus objetivos (ANDRÉ, apud NOGUEIRA, 2004, p.12).

Como podemos perceber a construção a identidade pessoa/social é dinâmica e complexa. Sendo assim, cabe ao professor ter uma visão crítica da realidade em que vivemos e de nossos propósitos para que tenhamos a consciência de que a mudança é necessária. Diante do exposto devemos aceitar que “não somos apenas o que herdamos tampouco só o que adquirimos, mas somos a relação dinâmica, processual do que herdamos e do que adquirimos” (FREIRE apud NOGUEIRA, 2004, p.21).

C. EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NO COTIDIANO ESCOLAR

Durante todo estágio, tentei propiciar ao aluno uma aprendizagem significativa. Meu propósito era conduzir aulas prazerosas e produtivas, desejando que os alunos pudessem manifestar seus interesses ao estudar. A todo instante, procurei posicionar-me como mediadora ou facilitando da aprendizagem desses alunos, tentando ajudá-los a construir seu próprio conhecimento.

Quanto a minha postura de tentar conduzir de forma eficaz minha atuação docente lembro-me de Paulo Freire (1996, p. 25), ao esclarecer que “ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Concordo com o autor e, ainda, digo que ensinar inexiste sem aprender. E assim, procuro proporcionar aos meus alunos uma aprendizagem sustentada pela curiosidade, pois considero que a curiosidade, um ambiente favorável à aprendizagem e, acima de tudo, que a motivação e a curiosidade estimulam a pesquisa e a reflexão crítica sobre aquilo que queremos aprender através de simples pergunta.

Com o transcorrer do tempo foram surgindo dúvidas e dificuldades. Teve momentos que me via repetindo atitudes das minhas professoras primárias. Por mais que eu tivesse estudando uma teoria diferente (concepção construtivista) por vários momentos reproduzi, sem intencionalidade as experiências que vivi como aluna. Não conseguia no início, liderar atividades direcionadas à 4ª série até porque não tive o prazer de exercer atividade docente em um ambiente escolar.

Ai pude observar que embora o curso fosse na minha opinião um grande aprendizado percebi que nosso conhecimento na universidade foi assim limitado perto de inúmeras situações que a docência nos propõe. Em cada momento de insegurança, pensei que não daria conta, no entanto foi diante de tantas dúvidas que fui recebendo “feedback” dos alunos ao tentarem se manifestar para participar da aula e assim se manifestar para participar da aula e assim fui esquecendo minhas inquietações ao ponto de me sentir tranquila, pois os alunos estavam bastante empolgados apesar da matemática ser considerada por alguns como “bicho papão”. Então tudo estava sob controle, todos estávamos na mesma sintonia, ou seja, estavam sedentos por aprender cada vez mais, e a cada questão proposta mas um desafio a ser superado.

Acreditando na hipótese de que transmitimos o conhecimento da mesma maneira em que aprendemos. Então se aprendermos de forma “correta” e prazerosa, ensinamos corretamente. Entretanto se aprendemos de forma ”errada” e opressora, ensinamos de forma alienada. Resultando uma prática totalmente tradicional, analisei que há momentos que devemos nos posicionar como observadores críticos de nossa prática, pois nos propicia uma situação ímpar. Sendo assim, pensei que devemos estar atentos constantemente às nossas atitudes e maneiras de “ensinar”.

E para isto servem as pesquisas, as teorias, os relatos de experiências para embasar nossa prática educativa. São exatamente estas vivências que nos acrescentam, nos fazem refletir e através dessa análise é que vamos alargando nossos horizontes e possibilitando novos olhares.

A partir dessas experiências, percebi que sou capaz de intervir de forma construtiva em minha prática pedagógica, podendo fazer mudanças na medida do possível e assim fui tentando modificar minha maneira de pensar, falar, sentir e agir. Sinto que grandes mudanças ocorreram durante toda execução das atividades. Mas ao final de tudo, tal mudança somente ocorreu por conta das minhas experiências e ao relacionamento que tive com outras pessoas: trocando experiências, questionando, refletindo, buscando algo de novo, qualquer falha ou lacuna a ser preenchida e/ou a ser transformada.

D. CARACTERIZANDO O CAMPO DE ESTÁGIO

O estágio supervisionado da disciplina Prática Pedagógica na Escola VI foi realizado na Escola Municipal Moaci Madeira Campos foi fundada na gestão do Prefeito Prof. Raimundo Wall Ferraz, tendo como Secretário Municipal de Educação e Cultura o Prof. José Reis Pereira.

A autorização para o funcionamento deu-se a 28 de março de 1994, sendo inaugurada na data de 23 de agosto do mesmo, com o objetivo de oferecer ensino fundamental (1º e 2º blocos) nos turnos matutino e vespertino.

A partir de 1995, para atender a demanda da comunidade, a escola passou a oferecer classes de alfabetização da Educação Infantil , decisão esta que veio a contribuir para o melhor desempenho dos alunos do 1º bloco.

Desde sua fundação até os dias atuais a escola vem concentrando esforços no sentido de possibilitar uma educação de qualidade e assim cumprir com sua função de agente de mudanças.

A escola está localizada na Rua Dean Rusk de Andrade, (Rua 06), Quadra 6, nº 4726, Santa Sofia, no bairro Mocambinho, zona norte de Teresina-PI. A referida escola está instalada em amplo prédio que consta de 27 dependências, sendo assim distribuídas e ocupadas: 12 salas de aula, 1 diretoria, 1 secretaria, 1 sala de professores, 1 cozinha, 1 depósito para merenda escolar, 1 gabinete dentário, 2 banheiros, 1 pátio coberto, 2 depósitos para material de limpeza, escolares e outros.

A escola para atender ao funcionamento consta com o seguinte corpo docente e administrativo: 1 diretora, 1 diretora-adjunta, 1 pedagoga, 24 professoras, 1 secretária, 3 agentes de portaria e 5 auxiliares de serviços gerais.

O corpo docente apresenta a seguinte qualificação: 15 professoras graduadas em Pedagogia, 09 têm especializações em diversas áreas.

Considerada como uma das melhores escolas públicas municipais de Teresina, a Escola Municipal Moaci Madeira Campos sempre se destaca com uma escola pública de referência presente no ranking e com melhores índices de uma educação qualificada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No mundo globalizado em que vivemos hoje, as mudanças são constantes e o professor não pode parar no tempo e achar que pode trabalhar do mesmo modo que começou. É preciso estar sempre se atualizando, tendo uma atitude reflexiva, procurando sempre onde pode melhorar sua prática.

Acredito que nenhuma mudança educacional aconteça sem mudança da postura do professor e isso não acontece da noite para o dia, sem reflexão sobre sua própria prática, buscando em que ponto pode melhorar. Nesse sentido, cabe mencionar que:

Saber analisar e explicitar sua prática permite o exercício de uma lucidez profissional que jamais é total e definitiva, pela simples razão de que também temos necessidades, para permanecermos vivos, de nos contar histórias. Uma prática reflexiva não se fundamenta só em saber analisar, mas em uma forma de sabedoria que permite encontrar seu caminho entre a auto-satisfação conservadora e a auto-difamação destruidora (PERRENOUD, 2000, p. 160).

Para isso é muito importante que o professor saiba bem o que quer para seus alunos, tenha argumentos coerentes que justifiquem sua prática e não perca de vista seus objetivos, tendo compromisso e convicção com o que quer para seus educandos. Com base nisso, creio que preciso mudar algo que faço, que preciso ter a mente aberta para novos caminhos e jamais perder de vista meu objetivo, não desprezar o que já sei em detrimento do novo, ter uma atitude reflexiva perante às diversas mudanças “sugeridas” nos cursos de formação e capacitação.

Enfim, filtrar o que me serve tendo consciência de que “mudar” é difícil, mas possível” (FREIRE, 1996, p.88). Foi entre o difícil e o possível que fui conquistando o meu espaço nas escolas por onde passei, pois acredito que devemos fazer aquilo que está ao nosso alcance.

Lucília Santos – Formação Internacional em Professional e Self Coaching, Leader Coach, Analista Comportamental e Analista em 360º pelo IBC. Coautora do livro " O sentido e a busca da felicidade" da Editora Conquista-RJ. Graduada em Pedagogia e em Psicopedagogia aplicada à Educação. Especialista: Neuropsicologia, Psicopedagogia Clínica, Empresarial, Institucional e Hospitalar, MBA em Gestão de Recursos Humanos e em Neuropsicopedagogia Clínica. Atua como neurocientista, coach, psicoterapeuta, consultora, professora, palestrante e escritora.

Lucília Santos
Enviado por Lucília Santos em 25/06/2020
Reeditado em 08/10/2022
Código do texto: T6987881
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