A IMPORTÂNCIA DO USO DE APLICATIVOS COMO FERRAMENTAS ALIADAS AO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA EM SALA DE AULA

RESUMO:

O presente trabalho tem como objetivo analisar as vantagens de inserir novas ferramentas digitais como aliada ao ensino da língua inglesa. A escolha do presente tema se deu pela relevância em analisar os aplicativos Duolingo e Lingualeo para identificar suas principais características, bem como relacioná-lo com concepções educacionais e perspectivas pedagógicas. Os principais autores utilizados para nortear e dialogar com as discussões são: Deterding. S (2012), Godoy (1995), Prabhu (1990), Mesquita; Rolim; Oliveira (2018). A metodologia utilizada para embasar as discussões propostas nessa pesquisa foi qualitativa, descritiva e bibliográfica, realizada a partir de artigos da internet, revistas eletrônicas e as funcionalidades dos próprios aplicativos descritos acima.

PALAVRAS-CHAVE: Aplicativos; Ferramentas Digitais; Língua Inglesa

ABSTRACT:

This work aims to analyze the advantages of inserting new digital tools as an ally to the teaching of the English language. The choice of this theme was due to its relevance in analyzing the Duolingo and Lingualeo applications to identify its main characteristics, as well as to relate it to educational concepts and pedagogical perspectives. The main authors used to guide and dialogue with the discussions are: Deterding. S (2012), Godoy (1995), Prabhu (1990), Mesquita; Roll; Oliveira (2018). The methodology used to support the discussions proposed in this research was qualitative, descriptive and bibliographic, carried out from internet articles, electronic journals and the functionalities of the applications described above.

KEY-WORDS: Applications; Digital Tools; English Language

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo analisar as vantagens de inserir novas ferramentas digitais como aliada ao ensino da língua inglesa. A escolha do tema se deu pela relevância em analisar os aplicativos Duolingo e Lingualeo para identificar suas principais características, bem como relacioná-lo com concepções educacionais e perspectivas pedagógicas. Os principais autores utilizados para nortear e dialogar com as discussões são: Deterding. S (2012), Godoy (1995), Prabhu (1990), Mesquita; Rolim; Oliveira (2018). A metodologia utilizada para embasar as discussões propostas nessa pesquisa foi qualitativa, descritiva e bibliográfica, realizada a partir de artigos da internet, revistas eletrônicas e as funcionalidades dos próprios aplicativos descritos acima.

De acordo com a visão de Godoy (1995):

Muitos pesquisadores de orientação qualitativa fazem seu trabalho de campo através de observação e entrevista, empregando muito do seu tempo no local da pesquisa, em contato direto com os sujeitos. Registram suas notas, analisam seus dados e escrevem os resultados obtidos, incluindo descrições de trechos de conversas e diálogos. Outros advogam uma abordagem mais empírica, apoiada em filmagens destinadas a captar atos e gestos das pessoas. Existem ainda aqueles que se utilizam de vários tipos de documentos escritos, de natureza pessoal e / ou oficial. Fotos coletadas ou tiradas pelo pesquisador também podem compor o conjunto dos dados. (GODOY, 1995, p.62)

Vivemos em uma sociedade em que a popularização dos celulares e demais aplicativos móveis e sua presença na escola demanda que pensemos em alternativas para o uso pedagógico e produtivo desses dispositivos em sala de aula, para que possamos discutir sobre a necessidade de se pensar em alternativas de uso de aplicativos móveis no contexto escolar, a partir de metodologias de aprendizagem centradas no aluno.

Segundo Prabhu (1990) enfatiza que o melhor método é aquele que o professor, a partir de sua percepção pedagógica, em sua atuação em um ambiente real e específico, em interação com seus alunos, na compreensão da qualidade dos resultados avaliados no processo, escolhe para mediar o caminho a ser percorrido pelos aprendizes em prol da aprendizagem.

Nesse sentido, ressalta-se que o público alvo dessa pesquisa destina-se à adolescentes de uma turma de 6º ano, de ambos os sexos, etnias e classes sociais variadas, de uma escola da rede pública municipal da cidade de Picos – PI, com faixa etária entre 10 a 14 anos.

Os mesmos ainda vivem a plenitude da infância em transição para a adolescência, fase de grandes descobertas. Também é notório o interesse dos alunos pôr o conhecimento de uma nova língua que não seja o português e como usam os aplicativos de game no celular, em casa, para fins de entretenimento. A gamificação já é uma realidade.

Conforme explicita Deterding, Dixon, Khaled e Nacke (2012) essa gamificação como o uso de elementos do design de games em um contexto não-game. Em outras palavras, o princípio da gamificação é a apropriação de elementos dos jogos aplicados em contextos, produtos e serviços não necessariamente focados em jogos, mas com a intenção de promover a motivação e o engajamento cognitivo do indivíduo (DETERDING et al., 2012).

2. NOVAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS A FAVOR DOS PROFESSORES

Com o passar dos anos, foram implantados em várias escolas do país, tanto na rede pública quanto privada, meios mais eficientes que facilitam o processo de ensino e aprendizagem no que diz respeito a outra língua. Além dos livros didáticos de inglês, a língua aqui tratada em questão, ainda há CDs com os textos e músicas que podem ser ouvidos em caixas de sons; Datashow que pode passar vídeos e músicas, escolas equipadas com internet, que pode dispniblizar a liberação do sinal Wi-fi da própria escola para os alunis pesquisarem nos seus celulares ou tablets, mediante orientação do professor.

Porém, em muitos casos, há problemas com as ferramentas escolhidas o que acaba tornando-as não tão produtivas como seria esperado. As razões para tal impasse podem ser a origem desses recursos, ou seja, não terem sido desenvolvidos por estudiosos da área educacional, ou linguística (no caso de recursos para o ensino de língua inglesa) e sim por técnicos; bem como a falta de fundamentação teórica dos professores no momento da escolha e também no uso desses materiais em sala de aula.

Diante desse panorama, acredita-se que os professores precisam conhecer as características dos recursos escolhidos e, inclusive, relacioná-las às concepções educacionais em que se baseiam a fim de saber aplicar adequadamente o que a Internet oferece no contexto de sala de aula.

O professor deverá saber mediar o uso correto e eficaz dessas ferramentas e proporcionar uma experiência ímpar na vida dos alunos. Segundo Braga (2013), as mídias não determinam as mudanças, mas sim a perspectiva pedagógica a ser adotada e a exploração eficaz e eficiente dos recursos que elas oferecem.

Então, é imprescindível que o professor faça uso consciente das possibilidades que a tecnologia oferece, a fim de construir significados aos alunos, podendo assim, transformar as informações em conhecimento. Faz-se necessário que o professor conheça as bases teóricas que subjazem os recursos tecnológicos bem como suas características para que seu uso cumpra com seus objetivos almejados.

Em relação ao ensino de língua inglesa, foco deste trabalho, há diversas abordagens que surgiram de acordo com as necessidades da sociedade e também conforme a eficiência dos métodos que vêm sendo aplicados. Leffa (1988) discute essas abordagens conforme se pode apontar posteriormente. .

A primeira abordagem discutida pelo autor foi a da gramática e tradução que consiste no ensino da segunda língua pela primeira. A memorização de palavras, conhecimento das regras necessárias para formas frases e exercícios de tradução se faziam necessários.

Segundo Leffa (1988, p.4) “pouca ou nenhuma atenção é dada aos aspectos de pronúncia e de entonação”. O objetivo dessa abordagem era que o aluno apreciasse a cultura e literatura na língua estrangeira.

Em seguida, surgiu a abordagem direta, na qual a língua estrangeira deve ser aprendida através da segunda língua, ou seja, a língua materna do aluno não deveria ser utilizada. Para tanto, o significado das palavras era transmitido através de gestos e gravuras, sem se valer da tradução.

Conforme Leffa (1988), o foco estava na língua oral, entretanto a escrita podia ser introduzida nas primeiras aulas por meio de diálogos situacionais. Pela primeira vez as quatro habilidades são utilizadas no ensino de línguas (ouvir, falar, ler e escrever).

Na sequência, surgiu a abordagem para a leitura que, de acordo com Leffa (1988), deveria almejar o gosto pela cultura e literatura das pessoas. Sendo assim, seu objetivo era desenvolver a habilidade de leitura, criando condições para que ela fosse propiciada dentro e fora da sala de aula. O vocabulário nessa abordagem era tido como essencial e deveria ser expandido o mais rápido possível.

Outra abordagem discutida por Leffa (1988) foi a abordagem audiolingual, que nasceu durante a Segunda Guerra Mundial para atender as necessidades do exército americano que precisava de falantes fluentes em outras línguas. Esse método foi considerado como uma reformulação da abordagem direta, tendo como foco a língua oral novamente. Acreditava-se que “o aluno só deveria ser exposto à língua escrita quando os padrões da língua oral já estivessem bem automatizados” (LEFFA, 1988, p. 13).

3 O USO DOS APLICATIVOS EM SALA DE AULA: Trabalahndo com o Lingualeo e Duolingo

Os aplicativos escolhidos como objetos de estudo nesse trabalho foram o Lingualeo e Duolingo. Foram criados e ambos estão disponíveis gratuitamente no PlayStores ou Apple Store, em Androi ou IOS.

O Lingualeo é um aplicativo interativo voltado para o estudo e aprendizado da língua inglesa, que permite ao dono de smartphone ou tablet ouvir a pronúncia correta das palavras, guardá-las para consulta em um dicionário personalizado e traz exercícios de prática de tradução e pronúncia.

Segundo Gonzales (2013), o app, que já é bastante conhecido (mais de 3 milhões de usuários) foi desenvolvido na Rússia pela Lingualeo, um portal especializado em aulas de inglês online, e oferece uma experiência gratuita para a maior parte das práticas e exercícios de pronúncia e tradução.

É possível, porém, comprar pacotes com créditos (chamados de almôndegas) dentro do próprio app, para mais prática da língua inglesa. Os usuários podem, ainda, sincronizar seu progresso de estudos com o portal, permitindo a prática no dispositivo móvel ou computador. Esse aplicativo dispõe de três categorias básicas: vocabulário, dicionário e treinos. E ainda realiza, de maneira automática, o monitoramento de seu progresso no aprendizado das palavras.

Uma forma de aplicá-lo em sala de aula é pedindo para os alunos realizarem consultas de novas palavras com a finalidade de aumentarem seu vocabulário; formação de pequenas frases e treinar corretamente a pronúncia.

Já o Duolingo , foi lançado em 19 de junho de 2012, oferecendo cursos de inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, entre outros. Seu objetivo é ensinar uma língua estrangeira gratuitamente e ajudar a traduzir a web. . No Duolingo há exercícios para o indivíduo escutar e depois escrever ou gravar lendo o que está escrito. Nessa abordagem também há a integração das quatro habilidades (ouvir, falar, ler e escrever).

Ele é dividido por categorias como profissões, cores, comida, entre outros, e cada uma delas possui algumas lições. Nessas lições há uma lista de palavras que o usuário deve praticar durante os exercícios, e que são sempre retomadas em outras lições. Um aspecto interessante do aplicativo é que se trabalha com o reforço das palavras, ou seja, depois de um tempo a pessoa deve voltar nas lições já cumpridas e praticá-las novamente, garantindo o aprendizado por meio da memorização.

Uma forma de trabalhar com essa ferramenta com os alunos em sala de aula é que como ele tem forma de game, em que caso não seja respondido corretamente, perde-se pontos, ou seja, o aluno deverá fazer os exercícios, se esforçar, caso contrário, não terá sucesso no desenvolvimento de uma gincana, por exemplo.

4 RESULTADOS DAS DISCUSSÕES

Tendo em vista a importância de implementar essas ferramentas de maneira lúdica, facilitando o aprendizado dos alunos e o método de ensino do professor, foi apresentado no decorrer desse trabalho possibilidades para se trabalhar a língua inglesa com recursos além dos convencionais. Não se trata de um métodos utópicos, pois muitas escolas já contam com acesso à internet por meio de rede Wi-fi e os alunos, na sua maioria, tem célular e fazem uso da internet em casa.

O professor poderá fazer uso tanto em sala de aula, quanto em atividades para casa, incentivando os alunos a pesquisarem e socializarem com os restante dos colegas e deixando a aula o menos chata e monótona possível. Outra forma de aproveitamento é com a realização de gincanas interativas, em que o professor pode dividir a turma em dois ou mais grupos e fomentar disputas valendo ponto extra ou uma nota completa nas avaliações, e ainda dando prêmios simbólicos, como incentivo.

Como os aplicativos não oferecem instrumentos para o professor monitorar o desempenho de cada aluno individualmente, seria importante neste ponto saber quais alunos têm mais dificuldade e em quais palavras, para que se possa elaborar ações extras para recuperação da aprendizagem.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O maior objetivo desse trabalho foi discutir as possibilidades pedagógicas dos aplicativos móveis na educação, sob o viés de aliar metodologia e tecnologia, de modo a colocar o aluno como centro do processo.

Com as descrições dos aplicativos, quisemos apenas evidenciar que com um APP simples, podemos potencializar a aula de língua inglesa, que ainda é vista como desinteressante por grande parte dos alunos. Assim, o uso de dispositivos portáteis no ensino presencial, como o smartphone, aliado a aplicativos pedagógicos, pode modificar e aperfeiçoar os processos de aprendizagem e, consequentemente, o aprendiz, o professor e o os contextos formais de ensino.

Se, por um lado, os avanços tecnológicos e a inserção das tecnologias móveis nas atividades de aprendizagem tornam cada vez mais difícil ignorar suas vantagens, por outro lado, é necessário ponderar que o uso das tecnologias em sala de aula não trará a solução para todas as deficiências no ensino como um todo. Noutro sentido, podem ampliar contextos de exclusão econômica.

Sob essa perspectiva, é preciso considerar, no desenvolvimento de planos de ensino que utilizem a tecnologia digital móvel, que existem alunos que ainda não possuem um celular, ou mesmo escolas que não possuem estrutura adequada a essa realidade, sem laboratório de informática, sem conexão sem fio à internet, e, por fim, alunos que não tenham acesso à internet em casa (WARSCHAUER, 2016).

Portanto, quanto à sua atualidade e adequação à realidade de cada um, os aplicativos móveis destinados ao ensino de línguas estrangeiras, sobretudo a língua inglesa, demonstram o ajustamento dos tempos à tecnologia. Num mundo de informação acessível e globalizada, a mobilidade se destaca como característica primordial para a valorização dessas iniciativas.

No entanto, a impossibilidade de aquisição do dispositivo eletrônico pode surgir como um elemento de exclusão do espaço de aprendizado, nesse caso, digitalizado e móvel. Sendo assim, fica evidenciada a necessidade de estudos que abordem a implementação de aplicativos digitais no ensino , sobretudo, nos espaços formais de educação, considerando a possibilidade de as tecnologias contribuírem para a autonomia e a motivação do aprendiz, ao mesmo tempo em que operem mudanças no cotidiano da escola e do professor e que esses alunos contribuam para uma sociedade mais inclusa e informada. Por fim, os aplicativos digitais específicos para o aprendizado da Língua Inglesa, como Lingualeo e Duolingo, são um exemplo da diversidade, das possibilidades, dos impasses e das perspectivas que se avizinham, basta haver interesse por parte dos professores e disposição em aprender por parte dos alunos.

6 REFERÊNCIAS

BRAGA, Denise B. Ambientes Digitais: Reflexões teóricas e práticas. São Paulo: Cortez, 2013.

DETERDING, S.; DIXON, D.; KHALED, R.; NACKE, L. From game design elements to gamefulness: defining “gamification”. In: Proceedings of the 15th International Academic MindTrek Conference: Envisioning Future Media Environments (MindTrek '11), 2012.

Duolingo. Retrieved April,5 2016, from http://duolingo.com/ 2016

GODOY, Arllda Schmidt. INTRODUÇÃO À PESQUISA QUALITATIVA E SUAS POSSIBILIDADES: Uma revisão histórica dos principais autores e obras que refletem esta metodologia de pesquisa em Ciências Sociais. Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63 Mar./Abr. 1995.

GONZALES, Daniel. App interativo da LinguaLeo permite aprender e praticar inglês no smartphone. Estadão. 2013.Disponivel em: https://link.estadao.com.br/blogs/daniel-gonzales/app-interativo-lingualeo-ensina-ingles-de-graca-no-smartphone/. Acesso em 25/06/2020, às 02h.

LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN, H. I.; VANDRESEN, P. Tópicos em lingüística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: UFSC, 1988. p.211-236.

MESQUITA, Sandra Valéria Dalbello de; ROLIM, Anderson Teixeira; OLIVEIRA, Gabriela Lima de. A atualidade de aplicativos digitais móveis para aprendizado de língua inglesa . Revista Educação e Linguagens, Campo Mourão, v. 7, n. 13, jul./dez. 2018

PRABHU, N. S. There is no best method – why? TESOL Quartely, v. 24, n.1, 1990. p. 161176.

WARSCHAUER, Mark. Tecnologia e inclusão social: a exclusão digital em debate. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.

Patrick Sousa
Enviado por Patrick Sousa em 25/06/2020
Reeditado em 25/06/2020
Código do texto: T6987171
Classificação de conteúdo: seguro