DE NADA ADIANTA O BUNKER SE O PERIFÉRICO NÃO É CONFIÁVEL
Quando as pessoas adotam reforçadas medidas de segurança em seus lares, temendo o pior e sentido-se inseguras, não levam em conta que isso pode ser apenas algo paliativo, aplicável somente quando estiverem em casa correndo ainda que em menor grau algum risco. Ninguém permanecerá o tempo todo em seu domicílio. Precisarão sair e isso lhes destinará até 12 horas de seu dia fora de casa.
Fora de casa é que o risco se torna imprevisto porque não se vai a lugares selecionados e sim onde se precisa ir. A parte externa do destino de qualquer indivíduo deveria ser também cercada de segurança sublimar e não necessariamente apoiada por aparato fornecido pelo governo mas sim dotada de tranquilidade onde não fosse comum a cultura de gente à margem da lei. Como não é bem assim, o cidadão fica como o predador diante da presa na mata onde o primeiro não vai até o refúgio da segunda, mas, espera que ela passe em algum lugar e bem ao estilo "a hora da onça beber água" ataca.
Então acontece de pessoas se mudarem para cidades, vilas e locais onde ainda que de algum modo tenham alguma insegurança está é menos gritante do que nos lugares de maior aglomeração. Quem assim decide, entende que precisa morar numa casa de cerquinha e ir na padaria da esquina à pé, de chinelo e pijamas. Morar onde nada acontece e a tranquilidade associa-se ao marasmo e não dá margem ao estresse. Claro, isso não é possível a todos. A vida exige progresso e cuidar do próprio futuro não dá certo onde nada acontece.
Por isso todos os dias pessoas se lançam a situações imprevisíveis, inseguras, presas nesta "selva de pedra" onde o perigo está em cada esquina, sim, inseguros, à mercê dos riscos do periférico 12 horas pro dia fora de casa, seu bunker.
Quantas vezes ouvimos alguém mencionar: "Quando me aposentar vou voltar para.. ou ir para um lugar mais calmo. Mas, que razoável seria se onde já estamos se tornasse calmo e não fosse a ninguém destinada a mudança de lugares onde se construiu uma história que foi Corroída pela insegurança. As escolhas são o que define a condição de cada indivíduo.