BULLYING: UMA VIOLÊNCIA SILENCIOSA!
BULLYING: UMA VIOLÊNCIA SILENCIOSA!
Por, Bognar Ronay
RESUMO: O presente trabalho busca refletir sobre aspectos do bullying. O tema já é bem discutido, mas mesmo assim merece atenção devido a periculosidade das ações nocivas que sua prática pode causar nas vítimas. Este estudo adotou o sistema de pesquisa bibliográfica em que são pesquisados teóricos que debatem o assunto. A partir disso, refletir em pelo menos três passos sobre algumas possíveis contribuições, a saber: a história do bullying, inclusive em terras brasileiras; quando e como pode surgir, e por final, sobre a situação da pessoa que sofre esse tipo de violência. Foi identificado também que o espaço mais utilizado pelos agressores é o escolar e que a família também não deve omissa em relação ao caso, já que para se lograr êxito nesse trabalho faz-se necessário o envolvimento de todos, tanto escola quanto a família. Destaca-se também que o risco que é essa prática, principalmente nas séries iniciais, já que é nesse período que a criança está se formando tanto físico quanto psicologicamente. Dessa forma, quanto mais cedo identificar o problema, menos possibilidades de a criança se tornar um adolescente ou adulto, dependendo da gravidade, com problemas irreversíveis.
PALAVRAS-CHAVE: Bullying. Violência. Silenciosa. Escola.
INTRODUÇÃO
Os questionamentos sobre o bullying são vastos. O assunto desafia pesquisadores que se debruçam sobre essa vertente na busca de proposições que se apliquem no combate a essa violência que atua desde o âmbito verbal até o físico. A escolha do tema que rege esse estudo foi justamente por se entender que essa ação quando chega a apresentar indícios, indubitavelmente a prática é anterior a isso.
Sendo assim, propôs-se nesse trabalho refletir sobre algumas questões que permeiam esse tema. Em primeiro momento, o estudo trata das inerências históricas de como e onde surgiu e também suas evidências em solo brasileiro. No segundo momento, vê-se como e quando ocorre. Fatores como o que encoraja agressores a praticar, bem como o porquê disso, são assuntos tratados nesse texto.
Ao final, constata-se que as vítimas podem sofrer drásticas atrocidades, desde às psicológicas até às físicas. Nesse sentido, o caso fica ainda mais acentuado quando se trata de alunos nas séries iniciais devido ao fato de que estão em processo rudimentar de formação, tanto física quanto psicológica.
Ademais, o espaço escolar é um dos locais mais utilizados para a prática dessa violência, por isso os profissionais da educação devem estar em alerta para, que se, possíveis casos vier acontecer poder tomar medidas que contribuam para a resolução do caso. A família também não pode ser excluída desse processo
O presente estudo não tem por finalidade esgotar os debates em torno do tema, mas contribuir de alguma forma com análises aplicáveis afim de somar com os materiais já produzidos pela esteira teórica que analisa o tema.
DESENVOLVIMENTO
História do bullying (com iniciou)
O termo é relativamente novo e que ganhou maior atenção recentemente no século XXI, mas os estudos iniciais da sua origem, segundo pesquisadores, teve sua origem na década de 80 quando os primeiros registros foram realizados. Segundo Nascimento (2019) o termo bullying surgiu na Noruega, na década de 80. Ele vem da palavra inglesa bully, que significa ameaçar, intimidar, amedrontar, e afins. O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega.
Segundo os estudos de Gomes (2010) a origem é anterior a apontada por Nascimento (2019) ele explica que antes disso é possível constatar que
O bullying é tão antigo quanto os estabelecimentos de ensino. Apesar de existir a muito tempo, somente no início dos anos 70 esse fenômeno passou a ser objeto de estudo científico. Tudo começou na Suécia, quando a sociedade, em sua maioria, demonstrou preocupação com a violência entre estudantes e suas consequências no âmbito escolar. Essa onda de interesse social em pouco tempo contagiou os demais países escandinavos (GOMES, 2010, p. 15).
Como pode ser observado, somente após mais ou menos três décadas é que o assunto ganhou mais influência. Ainda segundo a análise de Porfirio (2016) a palavra bullying designa um quadro de agressões contínuas, repetitivas, com características de perseguição do agressor contra a vítima, não podendo caracterizar uma agressão isolada, resultante de uma briga. Sendo assim, conforme a explicação de Nascimento (2019) o bullying se caracteriza por atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem uma motivação aparente. Ainda de acordo com sua análise o ato pode ser feito por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, intimidando ou agredindo outra pessoa que não tem a possibilidade ou capacidade de se defender.
Sobre os primeiros estudos mais amplos em território nacional, conforme explicita Gomes (2010) a iniciativa deu-se a partir de uma pesquisa realizada no ano de 2009. Ele comenta os motivos e diz que
Recentemente, o tema atraiu a atenção de uma Organização Não Governamental de origem inglesa, que atua no Brasil desde 1997 e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o Ministério da Saúde. Destacamos a seguir alguns dados que foram coletados por essas pesquisas, que foram considerados por nós, relevantes para este artigo: A PLAN BRASIL realizou em 2009 a pesquisa Bullying no Ambiente Escolar. Esse estudo, que foi o primeiro com abrangência nacional, permitiu conhecer as situações de maus tratos nas relações entre estudantes dentro da escola, nas cinco regiões do País. Para essa pesquisa foram selecionadas cinco escolas de cada uma das cinco regiões geográficas do País onde 5.168 alunos responderam ao questionário apresentado (GOMES, 2010, p. 19).
Após essas pesquisas, percorreu ainda um espaço de sete anos para que prática do bullying fosse formalizada como crime que data há pouco mais de três anos conforme expõe a especialista Schenini (2018, p. 05) segundo ela a Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. Ela esclarece também que a classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.
Essa mesma teórica que também é estudiosa do assunto explica algumas situações inerentes a esse processo. Para ela, é importante observar que esse ato desonroso
Também chamado de intimidação sistemática, é considerado bullying “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) (SCHENNI, 2018, p. 09).
Na elucidação acima, percebe-se como a situação pode tomar proporções bem amplas. Essa análise embasada na lei que criminalizou oficialmente esse ato expõe algumas de suas consequências.
A mais recente conquista, foi em 2018 outorgado pela Lei 13.663/18 que regulamenta e responsabiliza o ambiente escolar a promover ações que coíbam a prática desse crime. Sendo assim, ela entrou em vigor em 15 de maio e tem o objetivo de reduzir essa estatística. O novo dispositivo exige que as escolas promovam medidas de conscientização e combate de todos os tipos de violência, inclusive a prática do bullying (IFG.COM.BR, 2018).
Esse mesmo blog também explica como ficou as alterações em relação a lei aprovada anteriormente e como ficou com a ressalva atual que pode ser considerada um grande avanço nesse âmbito. Dessa forma elucida que
O novo dispositivo é resultado do projeto de lei da Câmara (PLC) 171/2017, da deputada Keiko Ota (PSB-SP), que foi bastante discutido no Congresso Nacional. O texto incluiu dois incisos ao art. 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - lei 9.394/1996), que obrigam todos os estabelecimentos de ensino a criarem ações para diminuir a violência. A redação destaca “especialmente a intimidação sistemática (bullying) no âmbito das escolas”. A nova lei veio para reforçar a regulamentação anterior de Combate ao Bullying (lei 13.185/2015). Essa legislação instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o território nacional. As duas leis (13.663/2018 e 13.185/2015) têm o objetivo de conscientização e prevenção do bullying (IFG.COM.BR, 2018, p. 01).
Como se sabe que o assunto é um tanto quanto relativamente novo, mas muitos avanços já foram conquistados, isso demonstra que as autoridades estão preocupadas em que esse crime não se propague e que as ações realizadas, principalmente no ambiente escolar, desencorajem pessoas a praticar e serem coniventes em não denunciar.
Portanto, essa primeira parte buscou meditar um pouco sobre a história do bullying abordando pontos relevantes de conquistas no que diz respeito ao enrijecimento das penas para os praticantes. E também em contrapartida ajudar a amparar legalmente a pessoa que sofre essa referida agressão.
A próxima seção vai tratar como e quando o bullying ocorre buscando tornar claro o entendimento dessa questão de forma que se consiga visualizar um possível cenário de raciocínio em relação ao que se propôs este estudo.
Bullying como e quando ocorre
Há duas vertentes de estudos que classificam como: prática direta e prática indireta. São duas modalidades que se distinguem por se tratar de questões afins. Sobre essa primeira, para a teórica Bruzzi (2014) se caracteriza pela “(...) forma é mais comum entre os agressores bullies do sexo masculino” já a segunda, é identificada como “agressão social, que seria a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas”.
As consequências oriundas da agressão social podem ter diversas abordagens podendo o agressor cometer diversas atrocidades, e dentre elas estão
Casos de agressão social são caracterizados por forçar a vítima ao isolamento, e este isolamento é obtido através de técnicas como comentários maldosos, recusa em se socializar com a vítima, intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima e, ainda, criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo sua etnia, religião e limitações) – (BRUZZI, 2014, p. 02).
Sendo assim, pode-se observar que é bem amplo o campo de atuação em que o agressor pode tramitar. A explicação ganha mais amplitude com as contribuições de Cavendish, R. & Salomone (2001) para os autores O bullying indireto e relacional é caracterizado pela manipulação das relações sociais e refere-se a atos como excluir alguém de forma sistemática do grupo de pares, ameaçar a perda da amizade ou a exclusão do grupo. Fica evidente também que as vítimas deste tipo de agressão são isoladas, sendo prejudicadas, uma vez que a aceitação pelos pares é vital para o desenvolvimento social do indivíduo.
Ainda sobre a questão indireta, nos estudos de Bandeira & Hutz (2012) afirmam que a maioria dos observadores apresentam sentimento de tristeza quando presenciam uma situação dessa. Explicam também que isso é mais observável entre as meninas, já que os rapazes tendem a ignorar mais a situação. Mesmo assim, os resultados do seu estudo indicam que 33,8% dos observadores já tentaram ajudar um colega numa situação de vitimização e afirmar que no geral surtiu um efeito positivo.
De maneira geral, os números são bem preocupantes, pois afetam grande parte das pessoas que na maioria são estudantes, já que o espaço escolar é um ambiente fértil para essa proliferação. Desse modo, segundo as pesquisas realizadas por Penteado (2018) revelam que se os números aqui no Brasil é que para cada dez estudantes, um sofre com essa agressão. Os dados ficam mais alarmantes a nível mundial que o número sobe de 10 para 50%.
Sendo assim, ela analisa alguns dados realizados também por outras instituições e postula que
(...) 1 em cada 10 estudantes brasileiros é vítima de bullying? Esse dado foi revelado no último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Já uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que 50% das crianças e dos jovens do mundo já sofreram algum tipo de bullying. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), esse número chega a 43% no Brasil. E mesmo estando abaixo da média global, esse dado indica a gravidade da prática no país. As escolas – como espaços formativos – são essenciais para combater o bullying e prevenir novos casos (PENTEADO, 2018, p. 01).
Dessa forma, observa-se que os números apontam pequenas diferenças de resultados, porém, o que em todos é certo é que o bullying existe em mais ou menos quantidade e precisa ser combatido. De maneira que, os olhares não devem focar nas diferenças e sim no objetivo que é o de batalhar contra essa terrível ação.
Os motivos desse acontecimento podem ser diversos e necessitam de um olhar mais atento, apurado, para identificar quando algum aluno está sendo vítima dessa ocorrência. Segundo a análise feita pela especialista no assunto Penteado (2018, p. 06) que normalmente, em casos de bullying escolar, as vítimas se sentem acuadas e não contam para seus pais ou professores sobre a violência que sofrem. Conforme a explicação que ela dá isso acontece principalmente porque a maioria sofre ameaças dos agressores para que fiquem em silêncio, além de se sentirem culpados e de não quererem parecer covardes.
Em face disso, emerge uma questão muito importante, essa mesma teórica faz algumas indagações na tentativa de suscitar vestígios que devem ser observados e alerta que
Por isso, é muito importante que diretores, coordenadores, professores e demais colaboradores da instituição estejam atentos para poder identificar o bullying na escola. Mas o que observar? Os sinais mais comuns são: tristeza e irritabilidade; falta de vontade ou medo de ir à escola; faltas frequentes; queda de rendimento na escola; isolamento ou poucas amizades; irritabilidade e perda de apetite e insônia (PENTEADO, 2018, p. 06).
Essas possibilidades apontadas pela investigadora não exaure demais probabilidades, mas são entre outras, algumas maneiras de se atentar para o ocorrido. Assim como a temática deste trabalho é refletir que o bullying é uma violência silenciosa, logo a constatação de que alguém está sendo agredido não se manifestaria de outra maneira. Por isso, a grande necessidade de se estar atento aos indícios.
Nessa vertente, essa duas primeiras partes versou sobre a história do bullying elucidando alguns pontos para contextualização e também demonstrando a luz de diversas teorias como e quando ele pode ocorrer. A próxima parte irá tratar sobre algumas vertentes vividas pela pessoa que sofre com ele.
A situação da pessoa que sofre o Bullying
Conforme foi elucidado na seção anterior é elevado o número de pessoas que sofrem com essa violência. Dessa forma, esta terceira parte procura refletir sobre algumas realidades dessa questão. Segundo estudiosos do assunto, se não tratado, há consequências que pessoa pode levar para vida toda. Para Salinet (2013) tristeza, ansiedade, falta de vontade de fazer planos são alguns dos sintomas que afetam a vida de quem é vítima do bullying. E para acentuar a questão, quanto mais tempo duram as agressões, mais grave ficam os problemas.
Ao refletir sobre a questão, Viegas (2018) faz uma sucinta proposição sobre o assunto, para ela, as sequelas podem ir desde o aspecto psicológico até o aspecto físico. Sendo assim, explica que
As consequências do bullying podem ser prejudiciais para o desenvolvimento adequado das atividades em sala de aula e para a construção de um processo de aprendizado eficiente. Além de afetar o contexto educacional, o bullying pode prejudicar o desempenho dos alunos e causar danos psicológicos e físicos (VIEGAS, 2018, p. 01).
Por essas e por outras razões faz-se necessário estar atento, pois no caso da criança nas séries iniciais que estão no seu processo embrionário de formação psicológica esses casos têm ser olhados com maior atenção, pois conforme comentam os teóricos e se sabe que é uma efetiva realidade, quanto mais cedo se prevenir, menor será as chances de sequelas.
Viegas (2018, p. 03) também alerta para uma Implicidade da questão, e que ela nomina de “grande problema é que nem sempre o professor consegue identificar quando o bullying acontece. Sendo assim, fica difícil tomar alguma atitude sobre o assunto”. Seguindo a lógica de seu processo analítico, ela conclui essa parte postulando, pode apresentar reações comuns, pois
O aluno que sofre bullying perde a vontade de ir à escola e não consegue se concentrar nos conteúdos expostos. Os demais estudantes podem apresentar sintomas de estresse e insegurança, o que dificulta ainda mais a atuação do professor em sala de aula. Isso demanda paciência e proatividade para identificar quais são as causas da agressão e tomar atitudes a esse respeito (VIEGAS, 2018, p. 04).
Sendo assim, o assunto também é analisado por Lima (2019, p. 06) que aponta alguns indícios referente a situação da pessoa que é vítima e que ela pode apresentar comportamentos escusos e que merecem atenção. Pois ao aderir a tal comportamento, podem estar tentando encobrir alguma situação em que estejam sofrendo. Para ela, isso pode acontecer com bastante frequência como: “É muito popular pessoas que sofrem bullying ficarem sempre se criticando e achando que são incapazes de realizar qualquer coisa. Isso porque a vítima geralmente se sente insegura, frustrada e com a autoestima abalada”.
Lima (2019, p. 07) também explica que não basta só verbalizar, mas que é necessário tomar atitudes e que nesse processo, o papel da família também é muito importante. “Com jovens e crianças, é dever dos pais ou familiares procurarem acompanhamento psicológico o mais breve possível para a vítima. Só assim é possível evitar um problema maior como depressão ou até mesmo uma tragédia”.
A especialista Beltrame (2017) alerta que todas as crianças, ou seja, qualquer uma pode ser vítima dessa agressão, porém há alguns casos que podem ser mais atrativos para os praticantes. Sendo assim ela explica que
Geralmente, as crianças com maior chance de sofrer bullying são as mais tímidas, as que sofrem de alguma doença, como obesidade ou as que usam óculos ou aparelho, por exemplo, devendo os pais estar particularmente atentos a estas características. No entanto, todas as crianças podem sofrer bullying e, por isso, os pais devem desde cedo ensinar a criança a defender-se (BELTRAME, 2017, p. 01).
A partir das orientações da profissional percebe-se que é necessário estar atento, pois não se sabe nem quem e quando alguém pode estar sendo vítima do bullying. Ela também explica que esses sinais podem estar revelando algo de uma envergadura bem maior e por isso redobrar a atenção para os possíveis casos pode evitar a tempo questões futuras mais graves. Portanto, faz-se necessário um olhar mais apurado pois
Esses sinais indicam tristeza, insegurança e falta de autoestima e o estresse constante também provoca sinais físicos na criança. É comum, também, que a criança ou o adolescente que sofre bullying na escola evite contato com o agressor, para não sofrer, e se mantenha em isolamento. Além disso, alguns adolescentes vítimas de bullying passam a consumir álcool e drogas na tentativa de fuga da realidade, no entanto, acabam por prejudicar a sua saúde (BELTRAME, 2017, p. 02).
Uma reflexão importante sobre o caso é a de quem pratica, pode estar sofrendo também da mesma situação ou já sofreu, e vê no ato de praticar como se fosse uma válvula de escape, uma maneira de exteriorizar ou até mesmo encobrir uma dificuldade que sente. Para Manet (2016) há alguns pontos a ser considerados, entre eles, ressalva que é importante destacar que uma série de psicólogos e outros especialistas que se debruçaram sobre o tema bullying apontam que os autores de agressões contra colegas também apresentam problemas a serem tratados. Essas evidências na maioria das vezes, estas crianças vivem em um ambiente familiar tumultuado - sem a presença de um ou ambos genitores -, não têm limites impostos pelos responsáveis e têm necessidade de autoafirmação e de angariar popularidade entre os colegas. Por conta disso, autores de bullying também devem receber atenção especial da escola e, em muitos casos, acompanhamento psicológico (MANET, 2016, p. 09).
Dessa forma conclui-se que os extremos são bem distantes. O caso merece dupla atenção, pois de acordo com a análise da teórica Manet o problema pode estar mais além do que se imagina. Logo, a relevância desse tema é grande, pois o número de vítimas pode ser bem maior do que os registrados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O assunto que foi debatido nesse estudo, foi é e possivelmente será alvo de muitas discussões, inclusive no ambiente escolar por se tratar de um propício para a propagação dessa prática. Foi visto mesmo que de uma forma sucinta situações em que pode vir a se transformar na prática do bullying. Apesar de ser um tema relativamente “novo” em solo brasileiro, mas sabe-se que é grande a preocupação em realizar medidas que desencorajam os agressores.
A escola, por ser um ambiente em que o aluno passa boa parte do seu dia, não é responsável sozinha pela identificação e resolução dos fatos. Mas devido o docente estar próximo dos profissionais da educação, e normalmente segue uma rotina disso, são quem pode primeiro detectar indícios de que o ato está sendo praticado. Logo, por sua vez, a família possui grande responsabilidade em atuar junto para que os objetivos sejam alcançados com mais eficácia.
Ademais, pressupõe-se que com o envolvimento e ajuda de todos o empasse pode ser bastante minimizado. Talvez seja difícil, ainda, falar em erradicação, mas se todo o conjunto estiver trabalhando efetivamente nesse sentido, irá desestimular muitos a praticar esse ato. Além do mais, medidas repreensivas são um forte aliado desse processo, uma vez que sonde não há punição, impera a desordem.
Sendo assim, conforme aludido anteriormente no parágrafo introdutório desse estudo, o propósito não exaurir os questionamentos em torno do tema, mas de produzir material que some aos que já foram produzidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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