A POLÍTICA PARTIDÁRIA PRECISA DE REFORMA: NOS TRÊS PODERES
A POLÍTICA PARTIDÁRIA PRECISA DE REFORMAS: NOS TRÊS PODERES.
VALÉRIA GUERRA REITER
Como poderemos continuar vendo pessoas com seus guarda-chuvas rasgados, suas roupas surradas, sua educação incipiente, e sua existência anulada (em filas do Caixa Tem, que na verdade NÃO TEM). Enquanto pessoas compram suas ilhas, e viajam, outras pessoas funcionam como a massa perfeita para tais enriquecimentos; na maioria das vezes: ilícito.
Nossa vida brasileira é permeada de DESIGUALDADE, sempre escravizados (de DITADURA em DITADURA), inclusive por ditaduras falseadas de democracia. O povo realmente chegou a um patamar de histeria verde e amarela, que agride enfermeiros em meio a uma gravíssima Pandemia. Parcela considerável do povo se acostumou a sofrer e a ser ludibriada pelas POLÍTICAS PARTIDÁRIAS
A meritocracia na realidade não existe, ou é utilitária. Ela usa e abusa da baixa-autoestima que habita em cada brasileiro, que se acostumou a trocar pau-brasil por espelhinhos; ou que aprendeu a endeusar “os deuses” brancos e bem vestidos europeus que aqui desembarcaram já premeditando a espoliação da terra e do povo. Sim, tínhamos um povo aqui, e ele desfrutava de uma vida igualitária.
Não poderia ser diferente, o mercantilismo tinha seus pilares, e um deles era a colonização de novas terras, afinal eles precisariam das riquezas para continuar com sua balança comercial positiva, e ao lançarem suas embarcações em mares bravios desejavam fincar sua espada no coração de quem não tinha legitimidade. Eles vieram e extirparam a cultura indígena, que religiosamente já possuía Tupã, Jaci e Guaracy em seu panteão.
A Coroa portuguesa fincou sua cruz em nosso território, demonstrando claramente sua intenção mais vil: aculturar e subjugar o nativo como elemento reprodutivo e formador de uma nova raça que seria a alavanca de crescimento de uma massa servil. A outra matriz viria da África e este braço escravizado também formaria o novo povo.
Séculos mais tarde era chegada a hora de “branquear” a população, e então vieram os imigrantes, que ocupariam as terras destinadas a eles, e que por lei não poderiam ser ocupadas pelos negros. Brancos mais uma vez tirando a vez do povo mestiço. A eugenia tinha como certo que o Brasil agora seria branco, mas sua tese não vingou, no século XIX aqui já existiam por volta de cinquenta e oito por cento de pardos e negros.
As políticas sempre buscavam privilegiar as elites, e com isto passamos do voto aberto, que incluía o cabresto do coronelismo ao voto secreto, com um modelo bicameral que inclui a Câmara de deputados e o Senado, a Constituição de 1824 nos legou o parlamento. E até hoje ele está aí, integrado por homens e mulheres com salários astronômicos, que na maioria das vezes servem a um empresariado magnânimo.
Hoje no Brasil, o número de mortos que resulta de esta pandemia drástica passou de sete mil, e os infectados já ultrapassam os cem mil casos. De forma paralela no palco político se avizinha um novo golpe, comandado por um aspirante a Hitler, uma pessoa que desconsidera a democracia, apesar de ter sido eleito através dela. Eu só sei que o povo segue morrendo, em filas da Caixa Econômica federal que possui um APP que funciona como muitos dizem no popular “mal e porcamente”; e que, além disso; e esta informação eu trago de fonte segura: quando abre fornece senhas erradas, e faz as pessoas irem inúmeras vezes numa corrida do ouro a caixas eletrônicos contaminados, ou agências lotéricas que não conseguem efetuar o saque da irrisória quantia.
Meus nobres leitores, o salário dos deputados e senadores é em torno de trinta e quatro mil reais mensais. Claro, que semo acréscimo das regalias e benefícios. O salário mínimo instituído na República Federativa do Brasil é de exatos mil e quarenta e cinco reais. São quase vinte e oito milhões de brasileiros que labutam sob condições mediocrizadas e insalubres, que inclui o valor bem salgado, como etimologicamente expressa.
A crise é nefasta, já que tem um personagem a mais: o coronavírus, que primeiro mata, e depois interroga. Não podemos mais ficar na mão de homens e mulheres que estão sob suas confortáveis quarentenas (aparentemente) defendendo o povo com o estandarte da legislação republicana. Temos quinhentos e noventa e quatro parlamentares (513 deputados federais, e 81 senadores) praticamente legislando em causa própria ou esquentando os sofás do isolamento, através da retórica, enquanto mais de doze milhões de pessoas que sequer possuem emprego informal.
Reformas são necessárias. Elas ocorrem no Meio Ambiente; neste caso com o nome de seleção natural: que escolhe o mais adaptado à qualquer variação imposta por fatores, como por exemplo, o exercido pelo coronavírus sobre o Homo sapiens. Precisamos mudar o quadro natural estabelecido nas três esferas de poder que sustentam como pilares a nossa República. E a paridade é uma das mudanças necessárias a um equilíbrio social. O vírus que habitava o pulmão dos morcegos, ou que fora fabricado em laboratórios: não seleciona deputados, senadores, estivadores, ou pedreiros; na realidade ele não indulgente quando se trata de infecção. Se o povo quiser uma igualdade de direito e de fato: basta que alguns infectados adentrem pelas portas palacianas que abrigam o interior dos “TRÊS PODERES” e espirrem e assim poder-se-á eliminar tudo que se traduz em vida.
A falta de pão já foi “o estopim” para deflagrar um das mais expressivas revoltas de todos os tempos e que dividiu a História em: Idade Moderna e Idade Contemporânea. Sim, a Revolução Francesa se cansou da monarquia, e rasgou o véu do absolutismo, colocando o contrato social em prática conjuntamente com os Três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Reformemos a lei, em sua estrutura orçamentária precipuamente, para que não haja mortes por vírus, ou por guilhotinas, talvez a História precise mudar de fase, uma fase sem poderes, inaugurando assim: a Idade Altruísta.