EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO NÃO É PROMESSA ELEITORAL

(*) Gerardo Carvalho (Pardal)

Você já ouviu algum candidato, seja para o executivo, seja para o legislativo, dizer que entre as suas plataformas de governo está obrigatoriamente a educação para o trânsito.

A cada ano, a vida de aproximadamente 1,35 milhão de pessoas é interrompida devido a um acidente de trânsito. Entre 20 e 50 milhões de pessoas sofrem lesões não fatais, muitas delas resultando em incapacidade em 178 países. Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade, o segundo na faixa de 5 a 14 anos e o terceiro na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes já representam um custo de US$ 518 bilhões por ano, ou um percentual entre 1% e 3% do produto interno bruto de cada país. Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 (passando para a quinta maior causa) e 2,4 milhões, em 2030. Entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão com traumatismos e ferimentos.

No Brasil se considerarmos os gastos com o resgate, tratamento hospitalar e reabilitação das vítimas; conserto de equipamentos de trânsito danificados nessas ocorrências, custo do atendimento prestado pela polícia e bombeiros; além do reflexo com a perda de cidadãos em idade economicamente ativa, o valor apontado chega a R$ 56 bilhões segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Com isso simplesmente deixa-se de ter verba suficiente para construir anualmente 28 mil escolas de educação básica ou 1.800 hospitais. A conclusão é que perdemos a oportunidade de tratar do tema ‘educação para o trânsito’ no começo da vida do cidadão, nas escolas, o que beneficiaria a formação de brasileiros/motoristas mais conscientes de seus deveres e do respeito às leis, especialmente às de trânsito.

O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, atrás da Índia, China, EUA e Rússia. 400 mil é o número de pessoas afetadas por acidentes de trânsito no Brasil, segundo levantamento do ONSV. O estudo revela que, no País, 47 mil pessoas morrem em decorrência desses acidentes.

Os órgãos ligados ao trânsito veicularam algo sobre o Maio Amarelo? Campanhas já não têm lá muito efeito, imagine quando nem se ouve falar!

Os candidatos mencionam em fazer leis que obriguem educação de trânsito no currículo básico nas escolas? E muitos deles devem ter alguém na família que sofreu acidentes!

Fortaleza, 18/9/2018

(*) Gerardo Carvalho (Pardal) - filósofo,

bacharel em Comunicação Social, educador de Trânsito

Gerardo Pardal
Enviado por Gerardo Pardal em 02/04/2020
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