O PEDESTRE NO TRÂNSITO
Gerardo Carvalho (Pardal)
Já tenho escrito alguns artigos, abordando e algumas temáticas do trânsito para alguns jornais. Em todos eles, tenho enfatizado que a causa principal da péssima convivência e até mesmo da inacreditável violência no trânsito é a falta de educação dos seus usuários. Não só dos motoristas, mas também dos pedestres. Na reportagem veiculada por um jornal de grande circulação em Fortaleza, Ceará, no dia 12 de agosto de 2006, constatamos um número preocupante: “das 1.794 pessoas que morreram, 753 eram pedestres, o que corresponde acerca de 42% das mortes de 2001 a 2005.”
A falta de educação dos motoristas é apontada por 50% dos entrevistados como o que mais incomoda. Os pedestres também são responsáveis. São imprudentes. Não estão preparados para conviver com este trânsito louco. Quem lê este jornal agora recebe (ou recebeu) educação para o trânsito na escola? Atualmente, como gestor de uma escola municipal, estou envolvido, durante estes dias, na escolha do livro didático para 2007. Infelizmente, observei que nenhuma editora nos enviou livros, de qualquer que seja a disciplina, em cujos conteúdos abordem a educação para o trânsito. O Código Nacional de Trânsito prevê que haja Educação para o trânsito da pré-escola à universidade. O PCNs (Planos Curriculares Nacionais) coloca o trânsito como tema interdisciplinar e transversal. Na verdade se “atravessa” na Semana Nacional de Trânsito (no mês de setembro). Isso quando a escola planeja e trata deste assunto nessa semana.
A paz, a humanização no trânsito só serão uma realidade quando os órgãos responsáveis pela educação exigirem que nas escolas haja, mesmo que interdisciplinarmente, educação para o trânsito. É preciso urgente que se enfatize o trânsito, a terceira causa morte no Brasil. Só perde para o câncer e as doenças cardiovasculares.
Fortaleza, 28 de agosto de 2006
(*) Gerardo Carvalho (Pardal)
Professor, educador de trânsito, Jornalista.