ANALISE DO CURRÍCULO DA ESCOLA DO CAMPO MINISTRO PETRONIO PORTELLA NUNES

UNIVERSIDAD COLUMBIA DEL PARAGUAY

FILIAL PEDRO JUAN CABALLERO

CURSO DE MAESTRÍA EN CIENCIA DE LA EDUCACIÓN

PERÍODO CORRESPONDENTE DE 2014 -2016

ANALISE DO CURRÍCULO DA ESCOLA DO CAMPO

MINISTRO PETRONIO PORTELLA NUNES

JUCILEIDE DAS CHAGAS LIMA

TUTORIA: SERGIO DARIO GONZALES SANCHES

PEDRO JUAN CABALLERO – PY

ABRI

Memorial apresentado no curso de Mestrado em Ciência da Educação como requisito para a obtenção do Título de Mestre.

RESUMO

Esta pesquisa objetivou analisar o currículo da escola do campo em especial da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes, do distrito de São Jorge em Tangará da Serra, conhecer como foi sua construção e orientações previstas em legislações. A investigação realizou-se através de pesquisa quantitativa com os segmentos de pais, alunos, professores e gestão.

O PPP deve ter uma dimensão de passado, de presente e de futuro, dimensão do passado servirá para a compreensão do presente e a do futuro será a meta que o presente deve ter clara para saber com que e com que meios adequados irá alcançá-la. Portanto é possível assegurar que o PPP firma-se em uma história de construções e de reconstruções, e não de sobreposições.

A construção de valores e da cidadania deve ser uma das metas do projeto. Autores evidenciam que a participação coletiva faz com que o documento satisfaça os anseios da comunidade, tendo em vista que todo o colegiado deve participar ativamente desta construção.

As escolas do campo sofrem pelas diversas dificuldades impostar as distâncias percorridas pelos alunos, aos difíceis meios de comunicação, o falta de acesso às tecnologias, tudo é empecilho que para se alcançar uma educação de qualidade. A escola Ministro Petrônio Portella Nunes, apesar das adversidades encontradas, vem com muito esforço junto aos segmentos e a comunidade, realizar uma educação para todos os e com direitos iguais.

Palavras Chave: Projeto Político Pedagógico; Currículo; Construção; Campo; Qualidade.

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Conceito e operação das variáveis................................................................76

2º Ciclo – III Fase

Tabela 02 - EIXO ARTICULADOR: Representação e comunicação............................77

Tabela 03 - EIXO ARTICULADOR: Investigação e compreensão................................79

Tabela 04 - EIXO ARTICULADOR: Contextualização sociocultural...........................80

3º Ciclo - I Fase

Tabela0 05 - EIXO ARTICULADOR: Representação e comunicação..........................81

Tabela 06 - EIXO ARTICULADOR: Investigação e compreensão......................82

Tabela 07 - EIXO ARTICULADOR: Contextualização sociocultural...........................83

3º Ciclo – II Fase

Tabela 08 - EIXO ARTICULADOR: Representação e comunicação............................84

Tabela 09 - EIXO ARTICULADOR: Investigação e compreensão................................85

Tabela 10 - EIXO ARTICULADOR: Contextualização sociocultural...........................86

3º Ciclo – III Fase

Tabela 11- EIXO ARTICULADOR: Representação e comunicação............................87

Tabela 12 - EIXO ARTICULADOR: Investigação e compreensão................................88

Tabela 13 - EIXO ARTICULADOR: Contextualização sociocultural...........................89

QUADRO DE FOTOS

Foto 01 – Comemoração dia do palhaço ........................................................................92

Foto 02 – Participação dos alunos nos jogos municipais................................................92

Foto 03- Diretor e coordenadoras...........................................................................94

Foto 04 – Profissinonais da educação.....................................................................94

Foto 05 - Cozinheiras preparando a merenda.........................................................96

Foto 06 – Cozinheiras servindo a merenda.....................................................................97

Foto 07 – Apresentação da orquestra em comemoração ao dia das maes ......................98

Foto 08 – Mães no refeitorio assistindo apresentação...........................................98

Foto 09 – Presentes para serem sorteados no dia das mães.................................99

Foto 10 – Apresentação de alunos para as mães....................................................99

Foto 11 – Comunidade no refeitorio assisntindo apresentação para os pais.................100

Foto 12 – Alunos apresentando musica para os pais.............................................1000

Foto 13 - Pais com boné que receberam de lembrança......................................101

Foto 14 – Alunos do 4º ano apresentando para os apisa...............................................101

Foto 15 – Momento de oração...............................................................................102

Foto 16 – Coronéis em expedição................................................................103

Foto 17 - Comitiva da expedição e alunos ................................................................104

Foto 18 – Alunos, professores, gestão e coronéis expedicionários ..............................104

Foto 19 – Alunos assistindo a seção da camara de vereadores..............................105

Foto 20 – Visita a escola Marechal as margens do rio Sepotuba........................106

Foto 21 – Gincana na escola Marechal..............................................................106

Foto 22 – Gincana em intercambio com a escola Marechal......................................107

Foto 23 – Festa junina na escola 2015.......................................................................108

Foto 24 – Festival de quadrilha viva São João.................................................108

Foto 25 – Aluno dançando quadrilha...................................................................109

Foto 26 – Alunos dançaão no festival de quadrilha na escola Che Guevara.................109

Foto 27 – Apresentação da Páscoa ........................................................................110

Foto 28 – Comemoração dia do funcionario publico ................................................110

Foto 29 – Culminância do Bisa Bia Bisa Bel...........................................................112

Foto 30 – Culminância da história adormeceu a margarida ..................................112

Foto 31 – Cenário da historia Bisa Bia Bisa Bel..................................................113

Foto 32 – Contação da historia............................................................................113

Foto 33 – Professora Prinart apresentando trabalhos.................................................115

Foto 34 – Aula inalgural do projeto Moral................................................................116

Foto 35 – Alunos da EJA em sala ................................................................................116

Foto 36 – Torneio de futebol socyte ...........................................................................117LISTAS DE GRÁFICOS

GRÁFICOS – PESQUISA COM PAIS E ALUNOS

Gráfico 01 – você sabe o que é currículo? ................................................................121

Gráfico 02 – você sabe o que é PPP (Projeto Político Pedagógico).......................122

Gráfico 03 – você participou do processo de construção do PPP da Escola .............123

Gráfico 04 – você participou do processo de construção do currículo da Escola ......124

Gráfico 05 – Você tem interesse em conhecer o currículo da Escola .......................125

Gráfico 06 – você tem interesse em conhecer o PPP da Escola .............................126

Gráfico 07 – Você conhece a matriz curricular da Escola ......................................127

GRÁFICO - PESQUISA COM PROFESSORES

Gráfico 01 – Você conhece o currículo da Escola.................................................128

Gráfico 02 – Você participou do processo de construção do currículo da Escola ......129

Gráfico 03 – Você participou do processo de construção do PPP da Escola...........130

Gráfico 04 – Você tem interesse em conhecer o currículo da Escola ..........................131

Gráfico 05 – Você tem interesse em participar do processo de construção do PPP .....132

Gráfico 06 – Você conhece a matriz curricular das turmas que você trabalho.............133

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PNEs – Portadores de Necessidades Especiais

ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros

LDBEM – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC – Ministério da Educação

UNE – União Nacional dos Estudantes

CEE – Conselho Estadual de Educação

CME – Conselho Municpal de Educação

ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio

ECA - Estatuto da Criança e do Adomescente

PPP - Projeto Político Pedagógico

S/N - sem numero

Km – Quilômetro

EJA – Educação de Jovens e Adultos

ULBRA – Universidade Luterana do Brasil

PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais

MT - Mato Grosso

FICAI – Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente Indisciplinado e Infrator

ONGS – Órgão Não Governamentais

CDCE – Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar

CEFAPRO – Centro de Formação de Professores

TV – televisão

SEDUC –

LDB – Lei de Diretrizes Básicas

E.M.P.P.N –Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

M.P.P.N – Ministro Petrônio Portella Nunes

art. - artigo

CNE – Conselho Nacional de Educação

CEB- Conselho de Educação Básica

Sumário

Introdução...................................................................................................................................21

PROBLEMA PRINCIPAL 21

Subproblemas 21

OBJETIVOS 21

Objetivo Geral 21

Objetivos Específicos 22

JUSTIFICATIVA 22

Relevância da pesquisa 22

Delimitação e Alcance 22

1. CONTEXTO DA ESCOLA DO CAMPO 25

1.1-A Luta do homem do campo pelo direito à educação 25

1.2 A História da Escola e a comunidade 26

1.3 O que é o projeto político-pedagógico (PPP) 29

1.3.1 O processo de participação 32

1.3.2 - O processo de mobilização 33

1.3.3 - O processo de negociação 34

1.3.4 - Que cidadão quer se formar? 35

1.4 O Projeto Político Pedagógico da Escola 36

1.4.1- A dimensão ambiente educativo 39

1.4.2 - Dimensão avaliação Pedagógica, correção das defasagens, permanência e sucesso escolar. 48

1.4.3 - Dimensão organização administrativa 65

1.4.4- Dimensões do ambiente físico escolar 67

2.1 componentes metodológicos 74

2.1.1 Enfoque metodológico 74

2.1.2 Tipo de estudo 74

2.1.3 Técnicas e Instrumentos 74

2.2 HIPÓTESES 74

2.2.1 Hipótese Geral 74

2.2.2 Hipóteses Específicas 74

2.3 Variáveis 75

2.3.1 Operação das Variáveis 76

2.3.2 Análise de dados 77

2.4 antecedentes 77

2.4.1 – Planejamento anual da Área de ciências da natureza 78

2.4.2 avaliação 90

2.4.3 Bibliografia básica utilizada pelos professores de Ciências 90

2.5 -EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS DA ESCOLA 90

2.5.1 Projeto mais educação 91

2.5.2 A Gestão 93

2.5.3 Projeto sala de recursos multifuncional 95

2.5.4 A cozinha 96

2.5.5 - Comemoração dia das mães e dia dos pais 97

2.5.6 –Hora cívica 101

2.5.7 - Visitas especiais recebidas na escola - expedição centenária Roosevelt e os cineastas Moçambicanos 102

2.5.8 – Visitas realizadas em 2015 105

2.5.9 - Participação em festival de quadrilha 107

2.5.10 – Comemorações realizadas em 2015 110

2.6 - projeto contação de história 111

2.8 - Projeto PRINART 115

2.9 - Parceiros da Escola 116

2.10 - A reforma da escola, construção e iluminação do campo 117

2.11 – Marco conceitual 120

2.12 - PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais 122

2.13 - Gráficos da pesquisa aplicado a pais e alunos da comunidade 123

3- RESULTADO 137

RECOMENDAÇÕES 139

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 141

ANEXOS.....................................................................................................................................144

INTRODUÇÃO

O propósito deste projeto foi conhecer a cerca das concepções do currículo da Escola do Campo Ministro Petrônio Portella Nunes, identificar e apontar seus desafios e perspectivas que são construídas a fim de produzir práticas educativas comprometidas e relacionadas à educação do campo.

A construção de novas formas de pensar a educação no campo requer também que se rompa com o pensamento de ciência e educação construído historicamente que reproduz a lógica da exclusão e da dominação através da negação das diferenças e da imposição de novos modos de pensar e agir baseados no modelo da sociedade capitalista, que valoriza a competitividade e o individualismo, e fomenta ainda o desenvolvimento de currículos fragmentados e descontextualizados, que se limitam a transmissão de conhecimento de forma abstrata e acrítica.

Os currículos das escolas do campo devem permitir uma integração entre os conhecimentos científicos e os saberes populares, entre as experiências educativas vivenciadas nas escolas com as práticas socioeducativas vivenciadas pelos alunos. Que busque a integração de conteúdos de diferentes campos, rompendo com a organização disciplinar, que se articule com os problemas da vida cotidiana, buscando formas de trabalho que permitam ao aluno construir conhecimento, bem como diferentes habilidades intelectuais, formas de conduta e valores.

O presente estudo traz à tona reflexões referentes ao currículo da “Escola Ministro Petrônio Portella Nunes”, em todos os aspectos que contribuam para a formação do aluno. São discutidos aspectos apontados pelos pais, alunos e professores que venham contribuir para o melhoramento curricular. A gestão terá a oportunidade de dialogar a respeito deste currículo, levando em consideração mudanças sociais que influenciam diretamente no processo ensino-aprendizagem, ao qual o educador e o educando são sujeitos, discutir qualidade desse currículo e até que ponto ele condiz com a realidade campesina. Alguns questionamentos são feitos quanto à realidade do currículo se é condizente com a realidade do campo e o conhecimento do mesmo pela sociedade escolar. O estudo objetiva também despertar os referidos segmentos, país, alunos, professores e gestão a pensar no currículo da escola do campo coerente com a sua realidade, conhecê-lo e repensá-lo de maneira conjunta de modo a melhorar o ensino-aprendizado dos alunos.

O estudo deu-se através de pesquisa não experimental, com referência no ano de 2015 e aplicação de questionário fechado aplicado a professores, pais e alunos da instituição, com enfoque investigativo quantitativo e qualitativo e análise dos documentos oficiais da própria escola.

As atividades aqui propostas desenvolveram-se no decorrer de 2015, com estudos e fundamentação teórica, coleta e análise dos dados, com encerramento em abril de 2016, quando se pretende dissertá-la.

PROBLEMA PRINCIPAL

Quais as necessidades de adequação do currículo da escola do campo da “ESCOLA ESTADUAL MINISTRISTRO PETRONIO PORTELLA NUNES” do Distrito de São Jorge, município de Tangará da Serra, no estado do Mato Grosso - Brasil

Subproblemas

• Quais características do currículo da escola do campo?

• Quais necessidades dos alunos do campo são atingidas pelo currículo escolar do campo?

• Os professores se identificam com esse currículo?

• Os pais conhecem o currículo da escola e reconhecem sua importância?

• O currículo valoriza os valores e a história campesina?

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Identificar as necessidades de adequação do currículo da escola do campo da “Escola Ministro Petrônio Portella Nunes.”

Objetivos Específicos

• Identificar os pontos que pais, aluno e professores acreditam que necessita ser alterado no currículo escolar para que ele seja efetivamente usado na escola do campo.

• Identificar as necessidades da comunidade para que o currículo possa vir de encontro a essas necessidades.

• Conhecer as principais dificuldades da escola para execução do currículo.

• Determinar se o currículo valoriza os valores e a história campesina.

JUSTIFICATIVA

Relevância da pesquisa

O Currículo de uma escola é sua parte principal, pois norteia os trabalhos pedagógicos para que se possa resultar em uma educação de qualidade. É o Currículo quem define a identidade e os valores da comunidade escolar.

O currículo da escola do campo precisa ser voltado a atender a comunidade que pertence a esta unidade escolar, para tanto precisa vir de encontro às necessidades dessa sociedade, para que todos possam se sentir parte da instituição e sentir-se inserido como agente ativo, crítico e construtor de uma educação significativa e que haja retorno a essa sociedade de maneira direta a ajudar as famílias que ali convivem.

Com o propósito de auxiliar a comunidade a repensar e conduzir o processo de construção e organização do currículo da escola do campo “Escola Ministro Petrônio Portella Nunes”, é que se justifica este estudo, pois vem de encontro com os anseios e necessidades da comunidade rural de São Jorge, distrito localizado a 80 Km da cede do município, e que atende a alunos oriundos de sítios, fazenda e aldeias indígenas Paresí.

Delimitação e Alcance

A pesquisa atuou sobre o fazer pedagógico da Escola Estadual Ministro Petrônio Portella Nunes, instituição com característica campesina, atendendo a crianças e adultos da comunidade, marcada por diversidade étnica que convive em relativa harmonia, são branco, negros e indígenas convivendo em um ambiente que serve a todos e que é o centro social e cultural da comunidade de São Jorge.

Assim o público alvo envolvido no estudo são pais, alunos e professores da instituição, todos moradores do entorno da escola (com exceção de alguns professores que vêm da cidade), em sítios ou fazendas e nas aldeias indígenas da etnia Paresi.

Num total são 100 (cem) entrevistados entre pais e alunos e 20 (vinte) professores da educação básica da instituição. A gestão escolar permitiu e colaborou com a pesquisa no sentido de abrir e ceder documentos para a pesquisa.

CAPITULO I

MARCO TEÓRICO

1. CONTEXTO DA ESCOLA DO CAMPO

1.1-A Luta do homem do campo pelo direito à educação

A questão agrária no Brasil sempre foi polêmica, pois de fato nunca atendeu a necessidade do campesino que vocacionado a prática da agricultura e pecuária de subsistência, que sempre lutou por um “pedaço” de terra que fosse seu, ao invés disso, foi secularmente explorado pelo dono dos grandes latifúndios.

No início da década de 1970, por questões econômicas e políticas o governo brasileiro, expandiu as fronteiras agrícolas para o Centro Oeste, permitindo assim a colonização dos estados do Mato Grosso, Rondônia e Goiás sucessivamente. Muitos assentamentos forma formados porém a grande maioria dos migrantes que vieram para povoar e colonizar essas áreas não conseguiram se manter na terra, as abandonando ou vendendo a quem já vinha com uma certa quantia de capital, estes enriqueceram e tornaram-se os grandes capitais agrícolas de hoje.

Muito pouco se pensou nos assentados, o modelo de posse e recursos oferecidos não atende de fato os agricultores. Como relata SILVA (2001, pg 17): “A questão está justamente aí: o sistema todo foi feito para que ganhem os grandes capitais e não os pequenos produtores”

Assim também se tratava a questão educacional, muitos dos colonos construíram as primeiras escolas com cascas de madeira que sobravam das cerrarias, os professores, em grande maioria sem formação sequer a nível médio, faziam o possível para ensinar as primeiras letras e a contar. Os abastados levavam os filhos para as cidades maiores onde a formação e a qualidade do ensino era melhor e possibilitava a estes a formação dos primeiros agrônomos, veterinário, topógrafos, entre outras formações.

Historicamente as escolas do campo foram pensadas a partir do modelo de educação implementado na cidade, desconsiderando as especificidades sociais, culturais, econômicas, políticas e ambientais do mundo rural. Parte desse processo está associada à perspectiva de negação do campo enquanto espaço de produção cultural, econômica e política, influenciado pelo capitalismo que insiste em compreender as comunidades rurais como espaço do atraso, subdesenvolvimento e de improdutividade.

A solução foi organizar-se para manter o pequeno produtor no campo, juntamente com seus familiares jovens, em escolas do campo, com currículos voltados para este público, porém pouco se avançou nos últimos anos, algum avanço se percebe, porém ainda tímidos e de alcance limitado. A organização do currículo das escolas do campo se dá de forma vertical e fragmentada, sem a preocupação com o aprofundamento do saber escolar e sem articulação com os saberes locais produzidos pelos alunos. Nesse caso, segundo Veiga (1995, p. 79)

“Os conhecimentos transmitidos são concepções abstratas, autônomas, independentes da realidade socioeconômica e política, tidos como universal. O ensino das diferentes disciplinas resume-se em dar o programa, em cumprir as determinações provenientes de órgãos tais como secretarias da Educação, delegacias de ensino”.

Isso em detrimento da tarefa de habilitar o aluno a integrar ao contexto sociocultural do campo, desenvolvendo um olhar crítica acerca dessa realidade.

1.2 A História da Escola e a comunidade

A comunidade de São Jorge surgiu no ano de 1978, às margens do Rio Formoso na Fazenda Nova Mata, iniciava a pequena comunidade. Não dando certa a localização da vila às margens do rio, pelo motivo de algumas pessoas morrerem de doenças como malária e febre amarela ou era morto em disputa de terra e eram jogadas no rio, então a comunidade foi transferida para outro local que é hoje São Jorge, tem uma área de 15.000 hectares, sendo o maior proprietário o Sr. Anísio Jorge da Silva. O nome recebido é em homenagem, ao santo que foi colocado pelo senhor Anízio Jorge da Silva na igreja quando terminou as obras. Assim então o senhor Anísio Jorge da silva decidiu lotear esta área e transformar em pequenos lotes para vender as pessoas que ali viviam e foi desta forma que são Jorge se transformou num pequeno povoado, com uma população de 4.500 pessoas na região, hoje uma região melhor centralizada com a estrada. Nesta época a economia era baseada no milho e feijão. Hoje a maior parte da Região é baseada na pecuária e também em avicultura, a outra parte da população é distribuída em trabalharem nas fazendas vizinhas e também nas reflorestadoras da região.

A escola foi fundada no ano de 1981, sendo extensão da escola Patriarca da Independência do Distrito de Progresso (localizado distante a 100 km). Nessa época a escola funcionava com sete salas de aulas, sendo também usadas as salas da Igreja católica, duas salas na escolinha da prefeitura, três salas em um salão emprestado. Essa escola funcionava com 305 alunos de 1ª a 4ª série do ensino fundamental.

No ano de 1982, o governo do estado de Mato Grosso, nomeou para exercer o cargo de diretora a Sr.ª Maria José Farias, na escola fundamental de primeiro grau Pedro Alberto Tayano. As primeiras merendeiras foram Maria Figueiredo da Silva e Maria dos Santos Gauna, nessa época a merenda era feita em vários locais em barracos de palha com fogão de lenha. O cardápio na maioria das vezes era composto de leite, chá acompanhado de bolacha de sal ou doce. Em algumas ocasiões macarrão e arroz acompanhados por carne.

Em Julho de 1983 foi inaugurado pelo governo Júlio Campos, pelo decreto 90/83 autorização número 78/1989 e reconhecida pela Portaria 873/1992 pelo fato do ministro da educação, a escola recebeu o nome de Ministro Petrônio Portella Nunes.

Nesse período a escola contou com os seguintes diretores Maria José Farias Pinto (1982-1983), Antenor Soares (1984-1987), Maria Gorete Rosa (1988-1991), Elizete de Fátima Furquim (1992-1994), Maria Aparecida S. Pinto (1995), Antônio Barbosa do Amaral (1996-1997), José Fernandes de Calvário (1998-2004), Dinalva Pinto da Silva (2005-2007), Antônio Carlos da Silva (2008-2009), Antônio Barbosa do Amaral (2010) e Antônio Carlos da Silva (2011, 2012 e 2013).

Observa-se que o maior número de alunos na escola aconteceu em 1994 quando o distrito de São Jorge recebeu inúmeras famílias tendo em vista as ótimas colheitas de feijão na época. Em 1995 e 1996 com a construção da Usina Hidrelétricas do Rio Juba I e II, muitas famílias tiveram que vir morar na região em busca de trabalho possibilitando assim o aumento do número de estudantes na escola.

Com o declínio da cultura do feijão e da extração da madeira, a comunidade veio a perecer e praticamente foi extinta também, mantem-se, como diz o povo da região “por teimosia”. As condições de acesso é precário a maior parte do ano, tecnologia como energia, telefone e internet chegaram de forma muito precária, fazendo com que o jovens acabem por deixar o campo e ir para as cidades a procura de melhores condições de vida e formação profissional.

No ano de 2015 a escola contou na sala sede com dezenove (19) Professores e dezessete (17) administrativos, duas coordenadoras, uma professora do Programa Mais educação e o Diretor. Quanto aos professores: Ana Paula Batista licenciada em letras; Antônio Barbosa do Amaral licenciado em letras e efetivo na área; Adriano Alves de Araújo licenciado em educação física; Raquel Cândida de Oliveira Bernardo licenciada em letras e efetiva na área; Maria Fortunato da Fonseca licenciada em Pedagogia; Vanusia de Cássia da Silva Vieira licenciada em letras professora PRINART; Valmir Emídio da Silva licenciado em pedagogia; Penha das Dores Ferreira Goulart licenciada em pedagogia; Lizandra Ruvio Fantin Silva licenciada em pedagogia; Liliane Luiza Pinheiro da Silva licenciada em pedagogia; Regiane Soares Gomes licenciada em pedagogia; Maria José da Silva licenciada em pedagogia; Edson Emídio Ferreira licenciado em História; Regina Maura Corrêa licenciada em ciências biológicas; Rosângela Aparecida da Silva Carniel licenciada em pedagogia; Wedson Makson Mota licenciado em matemática; Edvania Maria da Silva Tavares licenciada em pedagogia; Josiane Aparecida Soares Gomes licenciada em letras; a professora do Programa Mais educação Jucileide das Chagas Lima licenciada em Matemática efetiva na área; coordenadora Angela Maria da Silva Elias licenciada em letras efetiva na área; A Coordenadora Maria Helena Silva de Matos licenciada em letras; e o Diretor Antônio Carlos da Silva licenciado em pedagogia.

Na sala anexa, denominada Chapadão do Rio Verde, a escola conta com três (03) professores, Eliane Mendes das Neves Licenciada em Pedagogia, Iracema Aparecida Caieiro licenciada em pedagogia, Renata de Souza Costa licenciada em biologia e um (01) administrativo. E na sala anexa, denominada Aldeia África, a escola conta com um (01) professor, senhor Alinor Alves Zezonai licenciado em ciências sociais efetivo.

A Escola Estadual Ministro Petrônio Portella Nunes, localizada na Rua Santa Catarina, S/N, Distrito de são Jorge, a 70 km ao sudeste de Tangará da Serra, tendo como comunidades vizinhas a Gleba Triângulo, onde está localizada a extensão da nossa escola, na Escola Jucileide Praxedes que atende pelo Estado desde o II Ciclo 3ª Fase até o Ensino Médio e EJA, das Aldeias Indígenas e das fazendas circunvizinhas, de onde vem grande parte de nossos alunos desde o ano de 2007.

A Escola está desempenhada em oferecer um ensino de qualidade a toda a comunidade, com objetivo de formar cidadãos críticos e construtivos, questionadores de opinião. Hoje contamos com o quadro de professores, todos licenciados e pós-graduados, uma grande conquista que a muito tempo vínhamos lutando para alcançar.

A Escola é ponto de referência no Distrito, toda a população se concentra em torno da mesma. A Escola atendeu também a Faculdade de Letras – ULBRA (Universidade Luterana do Brasil), no ano de 2006, alguns alunos que se formaram hoje fazem parte do quadro de professores da escola.

CAPITULO II

MARCO METODOLÓGICO

2.1 componentes metodológicos

2.1.1 Enfoque metodológico

Utilizou-se pesquisa quantitativa, com intuito de apresentar a participação de todos os segmento na construção do documento avaliado, o PPP da escola. O estudo é descritivo levando em conta que descreverá as necessidades de mudanças e as qualidades apresentadas no currículo.

2.1.2 Tipo de estudo

A presente pesquisa está embasada em estudo descritivo da pesquisa de campo aplicada a pais, alunos, professores e gestão do Distrito de São Jorge de Tangara da Serra em Mato Grosso no Brasil, na Escola Ministro Petrônio Portella Nunes no ano de 2015

2.1.3 Técnicas e Instrumentos

Desenvolveu-se leitura do currículo da escola juntamente com cada segmento pesquisado e em seguida, desenvolveu-se com entrevistas com os diferentes atores considerando uma guia de perguntas previamente elaboradas e uma entrevista aberta com os gestores da instituição.

2.2 HIPÓTESES

2.2.1 Hipótese Geral

O currículo utilizado e construído pela Escola Estadual Ministro Petrônio Portella Nunes é adequado aos interesses da comunidade campesina

2.2.2 Hipóteses Específicas

A qualidade do ensino da escola do campo pode melhorar com a participação dos pais, alunos e professores.

A gestão participativa e aberta à comunidade poderia fortalecer a escola do campo.

2.3 Variáveis

VD 1 - Opinião dos pais, alunos e professores.

VI 1 – Currículo

VD 2- Gestão

2.3.1 Operação das Variáveis

Tabela 01 - Conceito e operação das variáveis

Variáveis Definição conceitual Definição operacional

VD 1 Opinião do

pais, alunos e professores. Opinião e posicionamento dos pais

Opinião e posicionamento dos alunos

Opinião e posicionamento dos professores Verificar se o posicionamento é a favor ou contra o currículo.

Através de apresentação do currículo da escola a comunidade.

Pesquisada opinião dos mesmos.

VI 1 Currículo Avaliar a característica e atividades da proposta do currículo da escola do campo “E.M.P.P.N”.

A proposta é coerente a realidade do campo Análise do currículo juntamente com os pais, alunos, professores e gestão sobre a sua aplicabilidade.

VD 2 Gestão A gestão da escola do campo “MPPN” reflete as ações da proposta curricular junto a comunidade escolar e sua aplicabilidade em sala de aula e os reflexos no ensino aprendizagem.

A proposta esta de acordo com a educação do campo. Verificar o posicionamento da gestão frente ao currículo atual e os apontamentos feitos pelos pais, professores e alunos.

2.3.2 Análise de dados

Os dados resultantes das perguntas aplicadas serão sistematizados e analisadas através de métodos estatísticos. Os resultados serão apresentados através de tabelas que representam a opinião dos envolvidos, pais, professores, alunos e gestão.

2.4 antecedentes

A escola tem como prática anualmente reunir-se em grupo por área de conhecimento e traçar metas para o ano letivo, entre as ações está o planejamento anual. Segue uma amostra do planejamento da área de Ciências da Natureza.

2.4.1 – Planejamento anual da Área de ciências da natureza

2º Ciclo - 3º Fase

Tabela 02 - EIXO ARTICULADOR: representação e Comunicação

2º Ciclo - 3º Fase

Tabela 03 - EIXO ARTICULADOR: Investigação e compre

2.4.2 avaliação

A avaliação será realizada com base em observações feitas, no decorrer dos dias letivos, dos seguintes aspectos: registros durante todo o processo de aprendizagem, interação entre os alunos, desempenho e empenho do aluno em várias situações, anotações feitas no caderno e provas escritas. Além de avaliação contínua, que incluem: seminários, trabalhos, pesquisas, tarefas e testes.

2.4.3 Bibliografia básica utilizada pelos professores de Ciências

CARNEVALLE, M. R. Jornadas.cie. Meio ambiente. 6º ano. 2 ed. São Paulo: Saraiva. 2012

CARNEVALLE, M. R. Jornadas.cie. Os seres vivos. 7º ano. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

CARNEVALLE, M. R. Jornadas.cie. O corpo humano. 8º ano. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

CARNEVALLE, M. R. Jornadas.cie. Química e Física. 9º ano. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

2.5 -EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS DA ESCOLA

Seguindo as OCs orientações Curriculares e os PCNs Parâmetros Curriculares nacionais a escola Ministro Petrônio Portella Nunes construiu e segue seus trabalhos regidos por um PPP, construído com embasamento teórico e fundamentados na constituição Brasileira, nas diretrizes nacionais da educação básica do campo e desenvolve atividades que promovem o aprendizado e levam a aquisição do conhecimento de maneira integral utilizando de artifícios como projetos e atividades cívicas comemorativas no conta turno das aulas regulares onde existe a participação maciça por parte de todo os segmentos da escola, pais, alunos, professores, administrativos, gestão e uma comunidade participativa e interessada a contribuir e prestigiar essas atividades.

2.5.1 Projeto mais educação

O projeto mais educação existe a três anos na escola e atende a todos os alunos do ensino fundamental e médio no contra turno das aulas, é desenvolvido atividades orientadas por monitoras competentes e capacitadas e uma professora coordenadora do projeto, são quatro oficinas que visa o desenvolvimento pleno da criança e do adolescente na educação e na vida cidadã, as oficinas ofertadas são: oficina de brinquedoteca, acompanhamento pedagógico, futebol e canteiros sustentáveis, a foto abaixo representa uma atividade da oficina de brinquedoteca onde os alunos juntamente com a monitora confeccionaram um palhaço com material reciclado no dia do palhaço. O projeto é ofertado pelo governo federal em parceria com o governo estadual, existe verbas para material e merenda incluindo almoço, dois lanche e café da manhã, infelizmente devido os cortes de recurso do governo federal em virtude a crise em que o pais enfrenta o projeto foi cortado no meio do ano

A oficina de futebol juntamente com o professor de educação física proporcionou aos alunos a participação dos jogos municipais que aconteceram na cidade e diariamente os alunos jogadores foram participar e ficaram muito contentes embora não tenham ganhado os jogos, mas ganham e conhecimento de vivenciar uma atividade diferenciada e de grande estímulo e relevância ao aprendizado dos educandos.

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Fonte: Autora/2015

Entre os cem (100) pais e alunos do ensino fundamental final e ensino médio entrevistados, na escolas estadual ministro Petrônio Portella Nunes , sobre seu conhecimento do que é currículo tem –se que (40) não tem conhecimento e (60) sabe o que é currículo. O elevado número de pais e alunos que tem conhecimento sobre o que é currículo é notório entre os pares.

Gráfico 02 – você sabe o que é PPP (Projeto Politico Pedagógico)

Fonte: Autora/2015

Ao questionar a respeito do que venha ser PPP (Projeto Politico Pedagógico), 70 (setenta) pais e alunos responderam que não tem conhecimento do que venha ser PPP, e que 30(trinta) desses pais e alunos sabe o que é. Observa-se que o número de entrevistados que admite conhecer o que é PPP não é muito significativo para uma proposta que deveria ser conhecida por todos os seguimentos em particular os pais e alunos.

Gráfico 03 – Você participou do processo de construção do PPP da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Quanto à participação dos pais e alunos na construção do PPP da escola Ministro Petrônio Portella Nunes 60 (sessenta) pais e alunos não participaram dessa construção que deveria ser construída por todos os envolvidos na educação. Surpreendentemente somente uma minoria de 40 (quarenta) alunos e pais participou desse processo.

Gráfico 04 – você participou do processo de construção do Currículo da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Perguntado a respeito da participação na construção o Currículo Escolar, entre os entrevistados temos 70 (setenta) pais e alunos que não participaram dessa construção. Outros 40 (quarenta) pais e alunos participaram dessa construção.

Gráfico 05 –Você tem interesse em conhecer o currículo da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Quando perguntado do interesse em participar da construção do currículo da escola um numero representativo de 65 (sessenta e cinco) pais e alunos gostaria de participar desse processo, no entanto 35 (trinta e cinco) dos pais e alunos ainda não se preocupam com o processo educacional que os envolve.

Gráfico 06 – você tem interesse em conhecer o PPP da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Quando perguntado do interesse em participar da construção do PPP da escola um número representativo de 65 (sessenta e cinco) pais e alunos gostaria de participar desse processo, no entanto 35 (trinta e cinco) dos pais e alunos ainda não se preocupam com o processo educacional que os envolve.

Gráfico 07 – Você conhece a Matriz Curricular da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Ao questionar a respeito do conhecimento sobre a Matriz Curricular da Escola, 70 (setenta) pais e alunos responderam que não tem conhecimento do que venha ser matriz curricular, e que 30 (trinta) desses pais e alunos tem conhecimento. Observando que esse número de não é muito significativo para uma proposta que deveria ser conhecida por todos os seguimentos em particular os pais e alunos.

GRÁFICO DA PESQUISA DE PROFESSORES

Gráfico 01 – Você conhece o Currículo da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Entre os 20 (vinte) profissionais da educação entrevistados, na escola estadual ministro Petrônio Portella Nunes, sobre seu conhecimento do currículo da escola tem–se que 8 (oito) não tem conhecimento e 12 (doze) sabe qual é o currículo da escola . O elevado número de profissionais que não tem conhecimento sobre o que é currículo e desproporcional a que se exige sobe a educação.

Gráfico 02 – Você participou do processo de construção do Currículo da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Com relação a participação no processo de construção do currículo escolar entre os 20 entrevistados somente (dezesseis) professores participaram da construção no entanto 4 (quatro) admite que não participou do processo que deveria ter participação coletiva de todos os profissionais da educação, pois é com base nesse matéria que deverá ser orientado os planejamentos pedagógicas

Gráfico 03 – Você participou do processo de construção do PPP da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Quando questionados sobre a participação na construção do PPP (projeto politico pedagógico) um número intrigante de professores não contribui para a construção do alicerce da educação na escola Ministro Petrônio Portella Nunes, enquanto todos os documentos dizem que todos os envolvidos no processo educacional dever estar presente na construção do PPP somente 10 (dez) dos 20 (vinte) profissionais contribuíram e a outra metade sendo 10(dez) não colaborou.

Gráfico 04 – Você tem interesse em conhecer o Currículo da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Supreendentemente dos 6 (seis) profissionais envolvidos demonstraram desinteresse em conhecer o currículo da escola sendo este o norte do planejamento e um fator que pode contribuir, mas ainda restaram 14 (quatorze) desses profissionais se demonstraram ser interessado em conhecer esse instrumento de ajuda ao professor.

Gráfico 05 – Você tem interesse em participar do processo de construção do PPP da Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Apenas 2 (dois) profissionais não demonstraram interesse em participar da construção do PPP e 18 (dezoito) desses profissionais demonstraram estar motivados e preocupados em desenvolver um trabalho norteado por uma ferramenta essencial para a identidade da instituição.

Gráfico 06 – Você conhece a matriz curricular das turmas que você trabalha na Escola Ministro Petrônio Portella Nunes

Fonte: Autora/2015

Um número significante de 06 (seis) profissionais que desconhece a Matriz Curricular das turmas que trabalham foi identificado na pesquisa, no entanto 14 (quatorze) desses profissionais revelaram ter conhecimento da Matriz Curricular da turma em qual trabalham

CAPÍTULO III

RESULTADOS E RECOMENDAÇÕES

3- RESULTADO

Para a realização do presente estudo foi necessário o estudo do PPP - Projeto Politico Pedagógico da escola Ministro Petrônio Portella Nunes com o intuito de identificar as necessidades de adequação do currículo da escola, adequações estas que foram identificadas em uma conversa informal com alguns pais, alunos e professores na própria escola, e análise dos questionários aplicados a estes a respeito dos conhecimentos que possuem sobre do PPP.

A gestão escolar acredita que m PPP bem estruturado facilita o trabalho do docente e proporciona objetivos claros a serem alcançados por todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem, tendo em vista que a participação coletiva fortalece o processo e contribui com a qualidade do ensino aprendizagem.

No entanto acreditam que ainda necessita de maiores intervenções para que possa sanara as necessidades da comunidade escolar interna e da comunidade externa, também ficou evidenciado nas pesquisas que uma maior participação de todos os segmentos envolvidos, pais, alunos, professores e gestão se faz necessário na construção e reformulação para que ele venha ao encontro dos anseios da escola do campo.

De maneira geral todos os segmentos envolvidos na pesquisa reconhece a existência do currículo da escola, no entanto alguns ainda não tinham conhecimento do que era e para que servia, muito embora já tinham ouvido falar em reuniões ou em conversas com profissionais da educação

Os profissionais, pais e alunos entrevistados que não tinham conhecimento demonstraram interesse em conhecer e participar da nova reformulação, no próximo ano.

Apesar da existência de uma legislação própria para a educação do campo, quando se propõe colocá-la em prática, se esbara em problemas burocráticos rotineiros, que muitas vezes impede que a escola possa desempenhar com qualidade seus projetos e anseios e trabalhar como uma escola do campo inserida no campo, o problema do transporte é uma delas, a escolha do livro didático, o calendário escolar e muitas outras que inviabiliza sua plena atividade como escola do campo, no campo para o campo.

O objetivo proposto neste documento alcançou parcialmente as perspectivas, muito embora a realidade da escola ainda necessite de adequações no seu Projeto Politico Pedagógico para atender a um currículo escolar do campo.

A escola é intitula como do campo, no entanto com a sua alta rotatividade de alunos que por motivos de trabalho dos pais, acabam saindo e retornando à escola mais de uma vez ao ano, pois dependem dos pais e como estes em virtude da troca de emprego, a maioria trabalha com pecuária, acabam por migrar dentro do município e estado.

A utilização do livro didático destinados ao público urbano desenvolve praticas pedagógicas urbanas, descontextualizadas da realidade campesina. Assim os professores acabam por segui-los, havendo uma tentativa de adequação aos problemas locais, voltando-se mais para aspectos culturais da região.

Numa tentativa de mostrar essas atividades é que foram inseridas no corpo da dissertação fotos que comprovem ações que a escola realiza no sentido de valorizar a cultura local e que seus costumes não se percam na globalização do mundo.

Como forma de valorização cultural, as festas juninas em que se retrata o fazer caipira brasileiro, seus hábitos alimentares, de vestir e lazer, são trabalhadas com a participação da comunidade externa e interna, envolvendo a todos, evidenciada a valorização da cultura campesina onde o pai é presente o aluno é ativo e o professor está inserido no processo não como o transmissor de conhecimento, mas o articulador dos valores da cultura e do conhecimento didático. Tudo isto ajuda a contribuir e vem tentar sanar as diferenças e as necessidades de melhoramento na qualidade da educação.

O propósito do estudo chega a conclusão de que muito ainda há por se fazer para se chegar em um PPP completo e adequado, embora muito se tem feito para que ele atenda as necessidades da comunidade campesina, contribuindo assim para uma educação emancipadora e inclusiva de valores.

RECOMENDAÇÕES

Por todas as questões colocadas, é preciso que cada profissional, cada pai ou aluno, cada membro da gestão escolar tenham clareza de que o currículo só é legitimado se as ações propostas nele forem efetivamente postas em prática, inclusive aquelas que indicarem necessidade de revisão, afinal, um documento tão importante como esse não pode ser esquecido em uma prateleira ou servir de enfeite.

As pesquisas evidenciam que ainda existe em número considerável de pessoas que não participou da construção do atual PPP, no entanto demonstram interesse em vir a participar, cabe a gestão se organizar para que a próxima readequação chegue ao conhecimento de todos que possam vir a participar deste processor democrático e de suma importância para a escola e todos os seus envolvidos.

O que não está dando certo sempre pode ser corrigido, e o que tem apresentado bons resultados sempre merece ser objeto de troca de experiência entre os colegas da escola. O importante é que, dando certo ou dando errado, tudo deve ser sempre compartilhado, e assim o PPP será de fato um documento que identifica a escola como uma escola democrática, solidária, que respeita e valoriza as diferenças e as especificidades no aprender de cada aluno, que estimula a presença e a participação dos pais e da comunidade do entorno em suas ações.

E isso só será possível se o gestor, juntamente com a comunidade escolar, encarar a efetivação desse direito como uma das suas prioridades na elaboração coletiva do projeto político-pedagógico. As difíceis condições de trabalho, os preconceitos e discriminações historicamente enraizadas e a opção por outras prioridades são obstáculos a serem superados. Só um ensino de qualidade vai garantir a igualdade de oportunidades

Como vimos, os textos legais (PCN, LDB, PPP Resolução da educação do Campo) garantem a todos os cidadãos o acesso e a permanência na escola, visando a que todos tenham condições iguais de acesso ao conhecimento. Nesse contexto, a educação tem importante função de ascensão social, e o espaço escolar deve favorecer o acesso ao conhecimento e ao desenvolvimento de habilidades e competências para o exercício da cidadania e inserção social de todos os cidadãos.

Definir o que são conteúdos e o que o currículo implica em refletir sobe o que se transmite e o que se faz com os estudantes, professores e professoras. (MOREIRA & SILVA, 1999). Investigar esta problemática é importante para que compreendamos dimensões mais complexas da escolarização. Compreendo que currículo e conteúdo são imposições “[...] do conhecimento do eu e do mundo que propicia ordem e disciplina ao indivíduos. A imposição não é feita por meio da força bruta , mas por meio da inscrição e sistemas simbólicos de acordo com aos quais a pessoa deve interpretar e organizar o muno e nele agir” (POPKEWITZ, 1995, p. 186).

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LIMA, Elmo de Souza. Multiculturalismo, Currículo e Formação Docente: Construindo diálogos entre as diversidades no contexto das práticas educativas. Linguagem, Educação e Sociedade, v. único, p. 15‐31, 2010.

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LIMA e JUCILEIDE DAS CHAGAS LIMA
Enviado por celiaminas em 01/03/2020
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