Pior ainda é ser professor readaptado. Para quem não sabe, o servidor readaptado é aquele que, por razões sérias de saúde, fica impossibilitado de exercer as suas funções para as quais foi selecionado e, afastado pelo poder público dessas funções, passa a exercer outras atividades, a critério médico.16 de dez. de 2013

Estar de mãos atadas para o trabalho como docente, a voz ou algum outro membro não funciona mais, e a cada ano, somos tratados como capachos, como seres inválidos.
Digo sempre se estou disfônica foi o mal uso da voz, sim. Mas, também, foi as salas lotadas, a questão de toda falta de respeito, a falta de condições das salas, hora quentes demais, outras frias. Sem contar o tempo de luta, labuta que parece ser fácil, mas que vemos que os jovens de hoje em dia não mais querem ser professor.
Estou fora de sala de aula, há 6 anos, desde 14 de fevereiro de 2014, e já fui reavaliada, mas a voz no decorrer dos anos, mesmo que não esteja mais em sala de aula, está piorando, sem contar de outras doenças que nos chegam ao longo da vida, e assim, nos transformam em pessoas muitas vezes julgadas como sendo de outro planeta. Mas, não! Somos readaptados, estamos aqui comprindo nossa jornada de trabalho, no meu caso, sou sincera, antes era mais ativa, participativa, mas no decorrer do tempo, da injustiças casuais, do que o próprio governo paulista nos faz, fico isolada num canto, pesquiso e tento me integrar das coisas da escola, mas, muitas vezes, me sinto sem voz, sem vez.
Isso, sei que não ocorre só comigo, mas com muitos que ficam calados, pois tem medo de 
represália de seus gestores, dirigentes e outros.
Tento acompanhar as questões do dia a dia, de ver o que está ocorrendo, de ver nossos deveres e direitos, e de buscar o que podemos fazer para melhorar a tudo. 
Agora estou a volta com a questão do abono de permanência, que dizem que fazemos jus, mas infelizmente os GOEs têm a orientação da própria diretoria que não temos jus.
Outra questão é que a https://www.facebook.com/groups/professoresreadaptados.sp.gov/?epa=SEARCH_BOX, de Rosi Tomura, diz que temos direito sim, então o que fazer?
Procurar brigas, não sou disso, mas quero justiça, quero o que é meu por merecido direito, e vejo que nem mesmo nossos dirigentes sabem o que é certo ou não.
Estamos vivendo mudanças bastante radicais na Educação Pública, e o salário cada vez mais vergonhoso, estamos cansados, tanto docentes, coordenadores e outros, e acabamos nos desgastando com essa juventude sem noção e que infelizmente alguns não escutam os seus pais, e outros pais nem sequer dão educação.
Estamos vivendo num mundo que não se tem mais tolerância, não se têm mais respeito, e aqui no Brasil, professor é tratado como lixo.

Tereza Cristina G Castro

São Paulo, 18 de Fevereiro de 2020.

10h e 14min.
 
Teka Castro
Enviado por Teka Castro em 18/02/2020
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