Indisciplina em sala de aula - Um desafio da escola e de todos nós

Maria Jucilene de Moraes

Nós no tempo e no outro

Vamos acompanhando o tempo e observando o que nele aprendemos, como com quem e por que... Ao nos depararmos com os papéis que exercemos diariamente vamos nos dando conta que trazemos em nossas experiências, as experiências de outros que se dedicaram e desbravaram caminhos na tentativa de entender os tipos de dificuldades e como fazer dela um jeito para caminhar mesmo assim. A Educação é uma ferramenta que ajuda nesta busca que não para, antes movimenta o ser no entendimento de si e no reconhecimento do espaço que ocupa. Os pensadores que servem de inspiração, os exemplos de suas técnicas para aproximar o homem da sua espécie para que possa alcança-lo e ajuda-lo nas construções diárias, ao mesmo se percebendo, nos mostram que por mais que se ande, o caminho se mostra longo bem à nossa frente, é para isto, e por isto que continuamos vivos e querendo adentrar ao mundo do conhecimento.

Justificativa

Conversar sobre os meios de comunicação, aprendizagem e desafios da sala de aula, entendendo que as nossas estruturas são formadas de ações que ajudamos diariamente a construir. A sala de aula é tecida diariamente por nós, professores, pais e alunos, e somos sós quem temos que nos inclinar por entender como ela funciona, e como tem sido o arrastar dos seus dias. A indisciplina em sala de aula nos coloca em debate, nos permite pensar sobre o que temos feito e o que pretendemos para nossa sociedade. É de passo em passo que vamos analisando e nos encontrando.

Objetivo

• Refletir sobre o papel da Escola, Família e Comunidade no ambiente escolar;

• Promover debates sobre o papel do professor e do aluno na sala de aula;

• Intermediar o diálogo entre Escola e Família;

• Entender os caminhos das tendências metodológicas da Educação;

• Ver as questões filosóficas na valorização da Educação;

• Identificar a indisciplina e o papel do aluno na sala de aula.

Norteadores da Educação

Jean Piaget (189-1980) – Biólogo – Teoria-Epistemologia Genética. Construtivismo

As fases no processo de aprendizagem

• 1ª Sensório Motor - 0 a 2 anos (reflexos, mecanismos hereditários e movimentos, Primeiras emoções).

• 2ª Pré-Operatório - 2 a 7 anos (Linguagem, Socialização, Representação simbólica, Egocentrismo, Faz de conta, Animismo, Por quês?, Sincretismo).

• 3ª 7 aos 12 - Operatório Concreto (Seriação, Concreto, Conservação).

• 4ª Operatório Formal- 12 anos – Pensamento abstrato (Já não precisa mais da representação).

Modelos úteis para a Educação para Gruber e Vonéche analisando Piaget em seu livro El Sention

Gruber e Vonèche e a visão de Piaget classificando o professor em quatro formatos.

Taos: artesão...

Paris: mobilizador das rodas de conversas...

3. Atenas: inspirado em Sócrates, sabe fazer perguntas, sabe refletir na frente dos alunos...

4. Eldorado: o eterno aprendiz...

Maria Montessori (1870-1952) –Italiana – A criança no centro – Interacionista

Teoria interacionista (O indivíduo interage e equilibra-se com o meio – influências de Freud, Piaget – desenvolvimento emocional, psicanalítico e biológico)

• Autonomia da criança

• Identificar as consequências

• O caminho do intelecto passa pelas mãos

• O método Montessori parte do concreto rumo ao abstrato

• Processo de ensino individualizado

• Não há elogio, prêmios: a aprendizagem é a maior motivação, é interna.

Indisciplina na sala de aula: Um desafio da escola e de todos nós

Mais um ano letivo iniciando, etapas diversificadas e desafios à vista. Desejos, receios e motivações tomam conta das horas que o antecedem, e uma das questões presentes que nos envolvem é o comportamento dos alunos na sala de aula. Todos os anos temos experimentado as quantas anda a indisciplina dentro da sala de aula e os efeitos produzidos por ela; as angústias e desmotivações têm afetado professores e também alunos. As reclamações partem dos dois lados: dos professores que gastam muito tempo tentando conter a sala, atrasando conteúdos e despertando sentimentos de culpa, olhares de desconfiança da sala, coordenação; e dos alunos que se sentem prejudicados, se angustiam por não conseguirem aprender por causa do barulho e das desorganizações que o ambiente promove.

Quem muito já andou, muito fez, viu e ouviu, apesar dos costumes e dos vícios absorvidos nessas andadas, uma coisa é certa: aprendemos e evoluímos com as nossas experiências positivas e muito mais ainda com as negativas se assim quisermos. Ao olharmos para traz, ao nos depararmos com as nossas lembranças iniciais nos enfrentamentos das situações de imprevistos, das forças devastadoras que muito nos desestabilizavam, perceberemos que hoje temos a convicção dos caminhos que percorremos e dos quais ainda teremos que percorrer para alcançarmos de fato o objetivo de nossas aulas. Olhando para tempos anteriores é possível pensar na quantidade de desafios colocados, os olhares de insegurança e incertezas nos passos que estávamos dando, causando medos e desconfianças nos gestores e colegas de trabalho, pois uma das atribuições cobradas e com razão por qualquer escola é o domínio na sala de aula.

Tempo de maturação. Tempo e olhar diferenciado para os jeitos de cada um, tanto o aluno quanto o professor, ver e respeitar as formas que cada um tem de lidar com seu ambiente e ferramentas dentro da sua sala, garantindo apoio e sendo tolerante. Exige-se tempo e suporte! Hoje temos a certeza que valeu a pena e continua valendo os dias e noites dedicados para entender este espaço sagrado que é testemunha de tantos desmandos e de indiferenças, espaço de crescimentos, descobertas, desaprovação e encanto. Se não estivemos atentos à construção e reconstrução do que somos e do que temos também dentro de nós, da sala e da escola pararemos no primeiro grau de dificuldade, no primeiro degrau quando ainda amenos se apresentarem os conflitos, que despontarão para grandes problemas depois.

Falamos muito de indisciplina e dos incômodos que ela causa a todos, falamos também de irresponsabilidades do Estado, da família e da comunidade, quando há essas ausências, há atrasos na resolução do problema, a Escola fica sobrecarregada e impotente. Estamos no mesmo barco, mas acenando para sair o quanto antes, pois são devastadoras as forças que impedem o crescimento.

A família é responsabilizada por grande parte dos modos de ser do aluno que chega à escola, ela é na maioria das vezes a ausência mais nefasta que tira do prumo o esforço que a escola faz. Os pais, mães, avós, irmãos mais velhos e todos os responsáveis que dividem ou não a tarefa de educar passam por transformações de indiferença aos seus, é quando entra em cena a tecnologia que “salva”, “acalma” e “ocupa”, os tempos estreitos nos afazeres que apertam o dia não permitem olhar, quando se dão conta, o tempo passou, os bimestres voaram sem que tivessem visto o agir deles durante os dias, o filho que também é neto ou irmão, já cresceu, mas não foi visto no desenrolar das suas capacidades. É no fim dos bimestres ou do ano que o boletim os despertará para as falhas que ocorreram durante todo o tempo, já não há quase nada para se fazer com o que passou, mas sim com o que virá.

Sem referência fica muito difícil, sem as cobranças e limites bem definidos não tem como educar, cobrar depois. Sozinhos eles não conseguem. E sobra para a escola e o professor lidarem com os comportamentos mal apreendidos ou nunca ensinados, situações que não foram aprendidas na formação, desmontando dessa forma as estruturas dos planejamentos, instigando à desconfiança de si e de todo o resto.

A experiência e as parcerias é que poderão ser nesse caso um diferencial para que sejam encontrados caminhos para solucionar ou buscar meios possíveis para as convivências, levando em consideração as responsabilidades. A família começada de qualquer jeito com toda cobrança social que esse modelo de sociedade pede vão se ocupando mais do que o normal, deixando a desejar as presenças dentro de casa com os filhos, transformando-os em estranhos que nada ou quase nada sabem a seu respeito, desde os gostos, medos, até seus sonhos.

Quando o histórico da educação é também de falhas do Estado nos referimos a uma gama de problemas que se arrastam décadas afora, mesmo que as metodologias testadas trouxessem avanços ou sensação dele, as formas de chegar na base deixavam lacunas por não terem sido pensadas de forma inteira na realidade que se tinha. A superficialidade fabrica teorias louváveis, mas não efetiva mudança antes maquia e cobra dos que acham que entenderam a sua aplicação. Os modelos pedagógicos que assinalaram no tempo as tentativas de boa aplicação para novos métodos despertaram para o desenvolvimento foram muitas as contribuições, mas não suficientes.

As estratégias para uma boa atuação na escola, na sala de aula para que se tenha um ambiente apropriado e desejável por todos, que traga satisfação é possível, e não há nada de tão extraordinário, tampouco inalcançável, todo e qualquer desafio tem jeito, tem formas específicas que nos pedem atenção e esforço para encontrar soluções.

A experiência é chão seguro que nos ampara, mas pode ser também vilã se nela ficarmos e acharmos garantias pensando que já sabemos tudo. Cabe aqui a frase do grande filósofo de Sócrates (470/469 a.C) da cidade de Atenas na Grécia Antiga ”Só sei que nada sei”, nela ele nos ensina que ao nos fecharmos naquilo que pensamos saber corremos o risco de nos diminuirmos em nosso próprio conhecimento que logo se esgotará, então pensaremos que sabemos sem sabermos de fato, fechados para o novo, nada se transformará. Os estudos e as pesquisas servem de parâmetros para a nossa construção diante das realidades difíceis, aptos para as atenções que precisam ser dadas aos problemas e apontar soluções.

Os estudos testados em pesquisas, os sucessos alcançados por colegas e instituições são setas que devem também servir de norte para nós, precisam ser compartilhados. As referências científicas atestam para aplicabilidades das formas e abordagens aos estudos e a todos que deles participam.

A Educação deve ser vista como um meio adequado para a transformação da sociedade, baseada nos valores e nos reflexos das relações sociais que se intensificam no desenvolvimento de sua jornada. Olhando para os antigos, a começar pelos filósofos que foram os primeiros a se preocupar com o conhecimento e seus ordenamentos no mundo, tentaram organizar o pensamento para que pudéssemos compreender todas as coisas que tinham disponíveis e de que eram feitos. Veremos que os pré-socráticos deixaram informações a partir dos seus fragmentos onde eles se preocupavam e se ocupavam do entendimento da origem do cosmos, dedicavam-se a encontrar e formular teorias de direcionamentos moral e espiritual para os homens, para que servisse de fundamento nas relações ordenando os espaços da vida que conduziam; os sofistas eram considerados professores, no Ocidente foram os primeiros a receberem pela função que exerciam; Sócrates se dedicou à instrução da juventude, morreu por causa de seus ensinamentos e o que eles provocaram em sua sociedade, os seus questionamentos causaram desconforto, mas continuou sem que deixasse de lado tudo o que acreditava para a vida que crescia na cidade e tudo que nela continha; Platão estimula, reúne conceitos nos diálogos de seu mestre Sócrates, entende o quanto a educação é necessária para o desenvolvimento do homem até que se alcance o valor da consciência, dá ao filósofo o posto de rei com a intenção de dar à juventude as ideias do bem , da honestidade e da justiça.

Assim, o pensar a Educação nos coloca diante das finalidades, no que se pretende dela formando homens e mulheres para que sejam em sua dignidade autores de sua vida. Dando garantias plenas junto aos outros componentes, família e sociedade. Avançar é um dever de todos nós, e conseguiremos encontrar formas de acessar resultados positivos na sala de aula e em todo o ambiente escolar.

Existem meios simples e eficazes que podem ser aderidos naturalmente na escola e ajudar tanto nas convivências, nos relacionamentos, como nas aprendizagens dos alunos, trazendo satisfação para o professor, dando a ele novos fôlegos para esta nobre jornada. As resoluções de conflitos, as formas de enfrentamento nos comodismos e os desgastes diários que atormentam e atrapalham o percurso de todos. Mas é preciso engajamento e redirecionamento nas posturas e no pensar da Educação, mais ainda, repensar a idade adulta e a responsabilidade que ela traz, os posicionamentos profissionais, isso leva tempo e paciência, é um trabalho de todos, para todos, da portaria, secretaria, gestores, coordenadores, professores, pais e mães e alunos, afinal, este último é o motivo principal da existência da escola, esta que não cessa de preparar e colocar os cidadãos para conviver em sociedade.

A indisciplina e a angustiante constatação da desvalorização dos momentos das aulas

1. Barulho ensurdecedor – Uma questão que parece natural nas salas de aula é o barulho, ele promove a bagunça, a desorganização e a desconcentração. Uma pesquisa feita em 2016 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que no Brasil o professor passa 20% do tempo de aula reorganizando a sala, tentando acalmar os alunos para poder ensinar. O estudo aponta que 60% dos professores brasileiros ouvidos têm mais de 10% de alunos-problemas em sua sala de aula, o maior índice entre os países participantes do estudo.

As pesquisas feitas sobre o relacionamento desequilibrado dos estudantes e os aparelhos eletrônicos deixam claro os danos e o quanto tem atrapalhando os estudos. Alunos da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo pesquisaram e apresentaram pela “Computers & Educations”, revista especializada britânica que a piora na aprendizagem associada ao uso excessivo de smartphones leva a uma queda significativa dos alunos. O problema se agrava no tempo dedicado aos aparelhos.

O nosso cérebro se habitua aos novos costumes e os estímulos vão sendo construídos nas rotinas que fazemos parte. As informações armazenadas no cérebro são possíveis por causa da neuroplasticidade onde o cérebro se transforma diante dos estímulos do ambiente. Entendemos dessa forma que a velocidade da informação, a rapidez que as bandas largas propõem encurtam a paciência, e ajudam a tornar um tormento os ambientes onde se cobra a atenção e o silêncio. Mesmo que existam regras de controle do uso dos celulares na sala de aula, ou até os retirem, a desconcentração será um fator relevante, pois na companhia desses aparelhos depois das aulas é intensa.

O cérebro corresponde aos estímulos rápidos e é grande a agonia em se desfazer deles, a sensação de está perdendo o contato com o mundo virtual é forte, em alguns casos já tratados como dependência, patologia denominada nomofobia (o medo irracional de ficar sem o seu telefone celular ou não poder usá-lo por qualquer motivo). Visto que o tempo dado aos aparelhos causa dependência e pouca importância ao que está ao seu redor, não obtendo controle ou tendo qualquer tipo de interesse.

Enquanto isso, as estratégias para que se alcance o aluno e se promova a participação, interação ao que realmente se deseja passa pela reorganização da sala, das repetições das regras, das cobranças e da postura firme do professor, assim como os costumes a que estão submetidos os transformam em pessoas agitadas e desconcentradas, as formas de abordagens, de esclarecimentos, meditação e dinâmicas voltadas para a atenção para o que está acontecendo no momento são provocantes e tendem a ajudar.

É cansativo e desmotivador insistir para que a atenção esteja voltada ao professor, ao conteúdo e ao que se pretende dentro do plano de aula. As receitas infalíveis passadas por experientes que dizem como fazer não servem como diretrizes para estes ou aqueles alunos e/ou professores, mas pode haver adequações à realidade, por isso é tão importante que as experiências sejam compartilhadas.

Quando se abre a discussão sobre os modelos de professores e as formas de atuação, pergunta-se a respeito de seu jeito, se é rígido ou flexível, confundindo em alguns momentos as personalidades com as classificações de bem e de mal, daquele que permite situações relapsas e o que usa a autoridade para aterrorizar, ainda hoje as nomenclaturas de identificação sobre eles mostram que os alunos colocam as características identificadoras como forma de reconhecimento de suas atitudes e reações dentro da sala.

Professor bonzinho & autoritário

Tanto nas tentativas de maior liberdade para atrair a atenção dos alunos e conquistá-los, ou a repreensão autoritária e intimidativa merecem reflexão e muito cuidado. Nem o professor bonzinho nem o autoritário bravo. Este último tem silêncio e consegue passar seus conteúdos com sucesso, mas o ambiente pesado causam reações negativas, medos e insatisfação como também não se entende como respeito já que o abuso de autoridade tem função de desequilibrar e esclarecer o papel nas relações, de manter certo afastamento para que haja o controle da turma. O aluno não progride, ele murcha e corre o risco de não se reconhecer em seu ambiente.

O professor que tudo permite e que deseja a atenção através das brincadeiras, nos exageros da intimidade confunde e abre espaço para desgastes maiores fazendo de sua sala um ambiente pesado e desorganizado, também muito cansativo e permeado de insucessos nos conteúdos desfavorecendo o desenvolvimento de aprendizagem e a prática dos direitos e deveres, passam por cima do respeito, não atendem ao chamado para a organização, e quando têm oportunidade lançam comentários desfavoráveis constrangendo e o transformando em seus reféns, eles ficam a toa, a mercê de si mesmos.

Regras claras e bem definidas devem nortear os rumos da sala de aula incansavelmente, os limites devem ser ensinados, aplicados e muito bem entendidos, relembrar, fazê-los recordar dos objetivos de todos os que estão inseridos neste processo, a colaboração se dá a partir do entendimento, mesmo que isso custe o cansaço das repetições. É melhor “perder” alguns minutos no início da aula repassando as regras, até que um dia não precise mais, e eles já praticarem por si, por terem entendido o funcionamento das regras do que ficar o resto da aula alertando para ordem, o silêncio e o respeito, no qual eles terão dificuldades para entender, o barulho será uma das dificuldades para a apreensão, para o sentido destas regras de comportamento. É cansativo, mas o tempo mostra resultados favoráveis.

As repostas agressivas entre eles ou até mesmo ao professor, a indiferença ao que está sendo apresentado, deve ser olhado com certo apreço, os indícios mostram insatisfação, chateação, desânimo e/ou descrédito a quem está ali conduzindo, seja como for uma coisa é certa: é falta de respeito, mas se são tão alheios ao seu próprio ambiente nada mais natural entender que são insensíveis aos males que causam, nem se acham responsáveis por toda desordem, e os que acham que têm responsabilidade fez do costume desse modelo a certeza da vulnerabilidade do espaço que ocupa, mesmo tendo consciência de seus atos, não tenta mudar, acha confortável, pois poderá mais tarde usar como justificativa para suas fragilidades nos domínios dos conteúdos que foram dados.

Mesmo que haja gritos e nervosismo do professor, a situação só o colocará em grande desvantagem; a sua desestabilidade o levará aos impulsos que podem gerar conflitos externos e a sensação de impotência causará danos que afetará de forma profunda a autoestima, deixando para traz o sentimento de esperança que o fez chegar até ali. Fazer vista grossa e levar na brincadeira para que não aumente a bagunça só vai alimentar e expor o medo do professor em relação a eles, nesse caso se fortalecerão. Nem a permissividade e nem o autoritarismo trazem a consciência de que são responsáveis pela prática dos deveres e observação dos direitos individuais e coletivos.

A sala desorganizada e barulhenta, tímida e temerosa não forma cidadãos pensantes. A falta de dedicação ou de vontade dos alunos de estarem ali não diz respeito somente às metodologias que por vezes são julgadas arcaicas ou erradas do professor ou da escola, existem outros fatores que devem ser levados em consideração e que não nos é estranho.

Vimos acima que o cérebro age e corresponde aos estímulos recebidos, e a maneira excessiva de lidar com esta tecnologia é um dos motivos para pensar que, apesar dos muitos benefícios, há um caminho de perdas, por não estarmos preparados para recebê-la dessa forma. Equilibrar o uso e fazer na sala de aula as adaptações necessárias sem permitir que isso atrapalhe o planejamento, mas ande para a melhor assimilação dos mesmos. A tecnologia avançou e trouxe muitos benefícios, estreitou as vias facilitando o acesso para o conhecimento, mas sabemos que os excessos em seu uso tornou indispensável a presença dos aparelhos eletrônicos resultando nos índices negativos de absorção de conteúdos, alterando a interação social, as relações familiares, introduziu um novo modelo nas convivências e baixa produtividade na aprendizagem. A falta de concentração, o desvio de atenção provocam situações desagradáveis na sala.

Outro aspecto importante que tem sobrecarregado as escolas e falamos muito a respeito, é a ausência da família, a irresponsabilidade e a falta de comprometimento dela com o desenvolvimento escolar dos seus filhos retarda qualquer avanço. Os momentos conflituosos demoram a se resolver quando há a falta da família, isso reflete nas aplicações das medidas, nos descumprimentos dos acordos que recaem para a direção e coordenação, trazendo de volta as situações para o professor que não teve êxito ao procurar solucionar os casos de desajustes dentro da sala.

Um ambiente doente não promove esperança, antes a diminui

A exposição constate aos desgastes entre professor, aluno, aluno, professor vão permitindo que abismos sejam criados e deixem de lado as forças que deveriam servir para os aprofundamentos nas investigações que pretendem sofisticar o conhecimento de maneira agradável. O peso e os esgotamentos vão deixando as aulas intermináveis; o aluno se sente aliviado quando o professor acaba a sua aula, e o professor também não vê a hora que tudo aquilo acabe. Os estresses têm atingido a saúde física e mental dos professores, causado transtornos devastadores na sua vida, entendido e tratado no Brasil como burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional) (Ministério da Saúde, 2001). É a síndrome do cansaço emocional provocado pelos sentimentos negativos e desmotivadores do seu trabalho. Essas características levam ao absenteísmo que é a ausência de suas funções, cumprimento de tarefas, levando-o também a tratamento despersonalizado aos alunos (Carlotto, 2002; Carlotto, 2003). Chegando a esse ponto, os profissionais devem ser observados com carinho pela instituição, não deve ser exposto de forma negativa, entendendo que ele passa por um sofrimento, e que toda desmotivação não é preguiça, mas o resultado das ausências e dos apoios quando os conflitos ainda eram amenos.

As desistências na condução da sala de aula coloca em questão o futuro desse profissional que se depara com o desafio de se desfazer dos seus projetos, abrir mão dos seus sonhos quando teve oportunidade de escolher outros caminhos e não o fez, os medos, as inseguranças aumentam o tormento. Para Nóvoa (2014), a relação entre o pessoal e o profissional acontece ao mesmo tempo quando se forma o processo de construção da identidade, tornando-se impossível separar o que a pessoa pensa como pessoa do que ela pensa como professor. Nessa ação de pensar (pessoal e profissional) se debruça sobre uma mesma reação, o que deixa como reflexão que esse processo identitário irá se configurar a partir da não docência. Os desgastes e as cobranças vão aos poucos transformando os professores em vilões, ele é a figura da frente, de combate, o escudo da escola, aquele que se reconhece como o causador do sucesso ou fracasso. Olhar para ele é anúncio de mudança, de prevenção e de respeito. Ao disponibilizar os meios de amparo e cuidados prolongará o respeito e trará para si a oportunidade de redirecionar e mudar qualquer situação de conflito.

Autoridade e respeito – Limites?

As discussões sobre os limites circulam em nossos meios de convivências, nas relações entre a família, escola e sociedade. Observando o papel e as definições de cada um. A Escola passou muitas transformações ao longo tempo, ela imprime no aluno os meios de entendimento para que ele possa agir na sociedade. Os conteúdos adaptados, as tendências metodológicas e as ações de comprometimento com o ser que a ela é entregue faz dela a parte mais importante no processo de desenvolvimento social, construindo e encaminhando para a vida lá fora; e ao atravessar os seus muros, é lá que este aluno, agora cidadão usará as suas asas para voar em direção aos seus sonhos, concretizar seus projetos. Mas, se dentro da escola não houver preparo suficiente, se estiver distante da realidade? É possível que ao serem atravessados os seus muros, este aluno não tenha espaço lá fora e nem consiga se encontrar, terá assimilado os conceitos regidos pela instituição, cumprido as horas e apreendido os conteúdos, mas não saberá o que fazer com eles.

Os limites ensinados à criança desde os primeiros anos pela família tendem a se perpetuar e a se instaurar de forma positiva, e se acompanhada durante o seu desenvolvimento, as definições sobre ética e participação consciente e responsável na sociedade terá mais êxito. Quando falamos em comportamentos agressivos e irresponsáveis na sala de aula, levamos também em consideração essas questões ensinadas ou não pela família, ela sendo a primeira instrutora, o primeiro grupo social que definirá os valores na ação dos seus ambientes.

A Escola sozinha não consegue alcançar

Os espaços vazios deixados pela família favorecem ações negativas que a escola sozinha não consegue alcançar.

A “deseducação” acontece quando em casa os limites não são definidos, o não, não é ensinado, e a força do grito, do constrangimento e da chantagem emocional são ferramentas para fazer da criança ou do adolescente o protagonista de ações negativas que o colocará em outros grupos de forma a incomodar sem nenhum tipo de receio, pelo contrário, achar-se no direito de atrapalhar, provocar, e ainda sentir-se chateado e desmotivado ao ser chamada a sua atenção, ou pior, colocar no outro; na escola, no professor, e nunca em si mesmo as dificuldades de compreensão dos conteúdos que estão sendo apresentados. Não se faz um exame de consciência real, mesmo que se direcione para que se perceba, ou tente se perceber que, enquanto a aula está acontecendo, os celulares, as conversas paralelas, a indiferença ao que está acontecendo o torna incapaz de aprender. Pretende-se ganhar vantagem em tudo.

A Escola e as tendências metodológicas que foram experimentadas contribuíram e ainda contribuem para que sejam traçadas linhas para um futuro com mais acertos, já que as experiências são chãos que amparam e fazem avançar, os erros e os acertos de cada época são parâmetros para que no tempo presente se pense como se quer caminhar no futuro, mas as reações positivas devem acontecer agora, apesar de qualquer dificuldade, é possível olhar para as condições de melhorias.

As tendências metodológicas que surgiram no passar dos anos e suas finalidades sociais alcançavam e serviam de bases para que se pudesse entender melhor o funcionamento da escola, se complementando ou divergindo, as tendências podem ser vistas como instrumentos de avaliação, de análise para o professor e suas formas de atuar na sala de aula.

1. Pedagogia liberal

1.1 Tendência liberal tradicional

1.2 Tendência renovada progressivista

1.3 renovada não-diretiva 1.

1.4 tecnicista

2.Pedagogia progressista

2.1 Tendência progressista libertadora.

2.2 Tendência progressista libertária

2.3 crítico-social dos conteúdos

Rápida e resumida apresentação dos caminhos propostos pelas tendências metodológicas

1. Pedagogia liberal - Surge como uma manifestação da sociedade do sistema capitalista onde defende a predominância da liberdade e dos interesses individuais da sociedade, levando em conta suas aptidões, o aluno é levado a atingir pelo seu esforço a realização como pessoa, as práticas didáticas e a relação entre aluno e professor não estão de acordo com a realidade cotidiana. A escola renovada propõe a autovalorização, o ensino centrado no aluno e no grupo.

A tendência liberal renovada apresenta-se em duas versões distintas: a renovada progressivista, ou pragmatista, principalmente na forma difundida pelos pioneiros da educação nova, se destacam Anísio Teixeira e Montessori, Decroly e, de certa forma, Piaget); a renovada não-diretiva, orientada para os objetivos de autorrealização, de acordo formulação do psicólogo norte-americano Carl Rogers.

Esta tendência liberal tecnicista subordina a educação à sociedade, preparação de recursos humanos, para a mão de obra para a indústria. A indústria determina (cientificamente) as metas econômicas, sociais e políticas e a educação treina (cientificamente) para tal. Aos alunos, os comportamentos vão sendo ajustados nessas metas. Modelo que atenta para a qualificação da mão de obra, instrumento que promove o desenvolvimento econômico.

1.1 Tendência liberal tradicional – A preocupação é com a preparação moral e intelectual do aluno para assumir posições na sociedade. Aqui a escola assume o compromisso com a cultura e os problemas sociais pertencem à sociedade. Os conhecimentos são passados sem questionamentos para os alunos, a autoridade maior é o professor, não podendo os alunos refletir a respeito.

1.2 Tendência liberal renovada progressivista – A escola tem por finalidade adequar as necessidades individuais ao meio social, ela deve retratar a realidade, organizar a vida, esse modelo diz que todo ser tem dentro de si mesmo os mecanismos de adaptação progressiva ao meio que vive. A escola supre as experiências que permitem ao aluno educar-se, propõe que o aluno seja sujeito do conhecimento, valorizando mais as habilidades cognitivas que os conteúdos. Aqui, o professor é visto como um facilitador, auxiliador no desenvolvimento livre e espontâneo da criança, se intervir, dará forma ao pensamento dela, o professor aqui não tem papel privilegiado. Na vida grupal surge a tomada de consciência, o aluo disciplinado é o solidário, participante e respeitador das regras do grupo, promove um ambiente harmonioso.

1.3 Tendência liberal renovada não-diretiva – Nesse modelo a escola aprece mais preocupada com os problemas psicológicos que os pedagógicos ou sociais. A atenção é para a mudança por dentro do indivíduo, visa adequá-lo às necessidades do ambiente. Os conteúdos são secundários, apontam para as facilidades aos estudantes para que eles busquem por si mesmo os conhecimentos. O professor é aqui também um facilitador que deve auxiliar o aluno a se organizar apoiando-o, aconselhando-o e respeitando-o.

1.4 Tendência liberal tecnicista – Surge como modeladora do comportamento humano, a partir de técnicas específicas. Aqui o papel da escola é organizar para que haja aquisição de habilidades para que os indivíduos se incorporem à máquina no sistema social e global. Esse sistema é comandado por leis naturais, é só aplica-las. A atividade da “descoberta” é função da educação, mas deve caber somente aos especialistas, competindo ao processos educacional comum a “aplicação”. A atuação da escola é para o aperfeiçoamento da ordem vigente (o sistema capitalista), dessa forma, articula-se diretamente com o sistema produtivo, emprega a ciência da mudança de comportamento, é a tecnologia comportamental. A pesquisa científica, a tecnologia educacional, a análise experimental do comportamento garantem objetividade da prática escolar, os objetivos das instruções levam a aplicação de leis naturais que não dependem dos que a conhecem ou executam.

Nesse modelo, o professor administra as condições para a transmissão da matéria, de acordo com um sistema instrucional eficiente e efetivo para os resultados de aprendizagem. É apenas um elo de ligação repassando o previsto dentro do sistema instrucional, o aluno não participa da elaboração do programa, os dois são espectadores da verdade objetiva. Há nesse caso entre professor e aluno uma relação técnica para a garantida da perfeita transmissão do conhecimento, não existe a necessidade de discussões ou debates.

2. Pedagogia progressista – Manifestada em três tendências: a libertadora, de Paulo Freire como é conhecida, a libertária defende a autogestão pedagógica; a crítico-social dos conteúdos que te primado dos conteúdos no confronto com as realidades sociais. Os modelos da escola libertadora e libertária defendem o antiautoritaríssimo, valorizam as experiências vividas como base da relação educativa, defendem a ideia de a autogestão pedagógica. É valorizado aqui a aprendizagem em grupo, numa prática social junto ao povo, uma modalidade de uma educação “não-formal”.

2.1 Tendência progressista libertadora – Atuação “não-formal”, os temas são retirados da problematização da vida prática dos educandos, recusam os conteúdos tradicionais porque cada grupo envolvido na ação pedagógica dispõe em si os conteúdos necessários dos quais se parte. A busca é por despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida, não aceitam conteúdos de fora por achar que é uma “invasão cultural” ou “depósito de informação” porque não vem do saber popular. Caso haja necessidade de textos de leitura, deverão ser redigidos pelos próprios educandos com a orientação do professor. A relação de diálogo, os sujeitos do ato de conhecer são mediatizados pelo sujeito a ser conhecido. “O diálogo une os dois ativamente no ato de conhecer educador-educando e educando-educador". É em forma de grupo que o trabalho educativo acontece, o “grupo de discussão” é quem define os conteúdos e as dinâmicas, o professor é um animador, que a princípio deve “descer” ao nível dos alunos, adaptando-se às suas características e ao desenvolvimento de cada grupo. Deve caminhar “junto” e intervir o mínimo possível, mesmo que não se furte quando for necessário fornecer uma informação mais sistemática.

2.2 Tendência progressista libertária – Num sentido libertário e autogestionário, esse modelo espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos. Participação grupal, assembleias, conselhos, eleições, reuniões, associações, entre outros. Ao introduzir modificações institucionais a partir dos níveis subalternos que depois “contaminam” todo o sistema. A escola instaurará com base no grupo participante os mecanismos institucionais de mudanças nessas participações acima citadas, entendendo que ao participar dessas instituições externas, reuniões, assembleias e conselhos, o aluno leva para lá tudo o que aprendeu. Vê ainda uma outra forma de atuação da pedagogia libertária que tem a ver com a primeira, que é o aproveitando a margem de liberdade do sistema, criando grupos de pessoas com princípios educativos autogestionário, são as associações, grupos informais, escolas autogestionário, há um sentido político, à medida que se afirma o indivíduo no meio social onde o se realiza no coletivo.

2.3 Tendência progressista "critico-social dos conteúdos" – As transmissões dos conteúdos é tarefa primordial. Tem por finalidade construir uma teoria pedagógica a partir da compreensão da realidade histórica e social. A escola como instrumento de apropriação do saber , serviço que se presta a aos interesses populares, já que a escola pode colaborar para diminuir a seletividade social e torna-la democrática. Ao entender que o que define uma pedagogia crítica é a consciência de seus condicionantes histórico-sociais, a função da pedagogia é “dos conteúdos” é dar um passo à frente no papel transformador da escola, e isso a partir das condições existentes. Dessa forma, deve servir aos interesses populares, garantir a todos um bom ensino. A escola atua para formar o aluno para o mundo adulto. Nesse modelo são utilizado os conteúdos culturais universais que se construíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos incorporados pela humanidade, mas reavivados constantemente pelas realidade sociais.

Os desdobramentos nas práticas da Educação, nas tendências apresentadas nos deixam perceber que foram muitas as contribuições por elas sustentadas em períodos de desenvolvimento do pensamento social dos acontecimentos no processo ensino-aprendizagem, entre acertos e erros, as transições, a possibilidade de pensar a escola como meio de alcançar os alunos e contribuir para que o seu papel na sociedade seja efetivado.

Considerações finais

É um processo desafiador para a família, Escola e toda a comunidade. O papel de educar para a vida, a partir das necessidades deste tempo nos cobra atenção redobrada, retomar nossos lugares, é olhar para o que temos e acreditar que somos todos responsáveis sem que sejam transferidas nenhuma das nossas atribuições para outros. Desafios da família que são referência e se se ausentam de suas responsabilidades, os espaços não serão ocupados da mesma forma. Os repasses dos valores, dos limites e disciplina refletem e perduram por toda a vida da criança ou adolescente. Os efeitos serão percebidos nas sociedades presentes e futuras.

A Escola e toda comunidade entendidas de suas funções, provocando ações reflexivas, autoavaliação e percepção de todos os de dentro e de fora como fundamentais para sua existência, terão mais capacidade de entender e solucionar muitos dos problemas, sem que seja ela mais uma a provocar esses problemas ao tentar se omitir, ou empurrar de qualquer jeito camuflando a realidade que a cerca, Promover conversas de apoio, aos alunos e também professores, conectá-los com a família e toda a comunidade é dar espaço para que surja o respeito e a credibilidade entre todos. Todos serão fortalecidos e entenderão que são parte de um só para todos.

Referências

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NÓVOA, Antonio; FINGER, Matthias. O método (auto)biográfico e a formação. Lisboa,1988. Maria Nóvoa (Trad.). – 2.ed. – Natal, RN: EDUFRN, 2014, p. 29-55.

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Disponível em:. Revista Eletrônica InterAção Psy 2003; 1:12-8. Acesso em 20 de janeiro de 2020.

Maria Jucilene de Moraes
Enviado por Maria Jucilene de Moraes em 11/02/2020
Reeditado em 11/02/2020
Código do texto: T6863859
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