O BRASIL É PARA OS FORTES: SALVE ZUMBI DOS PALMARES!
O BRASIL É PARA OS FORTES: SALVE ZUMBI DOS PALMARES!
POR VALÉRIA GUERRA REITER
O racismo é uma das chagas mais hediondas que afeta a sociedade no Brasil, e ele agora já milita em ambiências parlamentares, sem nenhuma cerimônia. Ontem na Câmara de deputados em Brasília uma das deputadas mais atuantes e proficientes e que carrega nos ombros boa parte da história do país: a também professora Benedita da Silva foi vilipendiada, através de um ato racista em solenidade em Brasília.
Sim, neste século XXI, ainda existem coronéis/deputados tentando colocar no tronco (54 por cento) da população brasileira. Às vésperas de um feriado de suma importância que confere homenagem à Consciência Negra – esta parcela específica da população brasileira que fora trazida a pulso pelo braço internacional para servir de pés e mãos de uma casta usurpadora que foi engendrada nestas bandas.
Primeiro o índio foi mediocrizado, amordaçado e aferroado para cultivar a cana-de-açúcar, e em seguida durante três séculos: vidas humanas foram traficadas rumo a um abate (moral, cultural e literal).
Um Circo dos horrores foi estabelecido – e pessoas (sem direito algum) foram chamadas de escravos. Escravo é uma palavra antiga, que possui múltiplas origens linguísticas; no russo; no indo-europeu; no grego – significando “pessoas”, “glória” e até mesmo “pessoas que conseguem falar ao nosso modo”; porém o que importa é que até hoje o termo ainda expressa uma subjugação (por etnia) que vem esquartejando a alma de seres humanos.
Nossa Constituição – promulgada em 1988 - teve a participação da mulher Benedita; neta do caos mesquinho da escravidão assassina – e ela resistiu para recontar a História; entrando para o cenário parlamentar de um país que mantém até hoje uma bancada apelidada de “Bancada do boi, e da bala”.
Nós tivemos e temos um herói negro – um herói de resistência que por mais que a historiografia tradicional ignore e/ou tente macular existiu: FRANCISCO NZUMBI.
FRANCISCO NZUMBI fez parte de um dos movimentos mais promissores dentro de um Brasil colônia do século XVII – ele nasceu em 1655 – Na Serra da Barriga em Pernambuco e morreu com apenas 40 anos – dois anos depois da histórica emboscada; que destruiu MACACOS (ÁREA extensa DO QUILOMBO DOS PALMARES) em uma invasão chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho: Zumbi fora ferido e fugiu, morrendo dois anos após tal episódio.
Sim, o homem que aprendera latim e foi coroinha de Igreja; lutou por seu povo, e no ano de 1695 perdeu a vida para o sistema instituído; sua cabeça fora cortada, salgada e exposta no dia 20 de novembro de 1695 – em Alagoas.
O mito está entre nós; a sua consciência paira no ar e colore de forma tenaz os corações da grande maioria que hoje vive sob a égide de um governo que transpira autoritarismo e segregação por todos os poros.
Zumbi resistiu até a morte, ele e outros sonharam com um Brasil livre. Eu sonho com um Brasil (sem o Z da marca neocolonial). Para Francisco Nzumbi não há honras militares – nenhuma parada em Brasília, ou o que o valha. Inclusive o feriado só vale em alguns estados do país: um verdadeiro desrespeito.
Valmir Assunção, deputado do PT da Bahia, elaborou o PROJETO DE LEI 296/15 que propõe que o dia da Consciência Negra (criado em 2003) seja Feriado Nacional. A luta é grandiosa, mas o Brasil nunca foi para os fracos...
O BRASIL É PARA OS FORTES: SALVE ZUMBI DOS PALMARES!
POR VALÉRIA GUERRA REITER
O racismo é uma das chagas mais hediondas que afeta a sociedade no Brasil, e ele agora já milita em ambiências parlamentares, sem nenhuma cerimônia. Ontem na Câmara de deputados em Brasília uma das deputadas mais atuantes e proficientes e que carrega nos ombros boa parte da história do país: a também professora Benedita da Silva foi vilipendiada, através de um ato racista em solenidade em Brasília.
Sim, neste século XXI, ainda existem coronéis/deputados tentando colocar no tronco (54 por cento) da população brasileira. Às vésperas de um feriado de suma importância que confere homenagem à Consciência Negra – esta parcela específica da população brasileira que fora trazida a pulso pelo braço internacional para servir de pés e mãos de uma casta usurpadora que foi engendrada nestas bandas.
Primeiro o índio foi mediocrizado, amordaçado e aferroado para cultivar a cana-de-açúcar, e em seguida durante três séculos: vidas humanas foram traficadas rumo a um abate (moral, cultural e literal).
Um Circo dos horrores foi estabelecido – e pessoas (sem direito algum) foram chamadas de escravos. Escravo é uma palavra antiga, que possui múltiplas origens linguísticas; no russo; no indo-europeu; no grego – significando “pessoas”, “glória” e até mesmo “pessoas que conseguem falar ao nosso modo”; porém o que importa é que até hoje o termo ainda expressa uma subjugação (por etnia) que vem esquartejando a alma de seres humanos.
Nossa Constituição – promulgada em 1988 - teve a participação da mulher Benedita; neta do caos mesquinho da escravidão assassina – e ela resistiu para recontar a História; entrando para o cenário parlamentar de um país que mantém até hoje uma bancada apelidada de “Bancada do boi, e da bala”.
Nós tivemos e temos um herói negro – um herói de resistência que por mais que a historiografia tradicional ignore e/ou tente macular existiu: FRANCISCO NZUMBI.
FRANCISCO NZUMBI fez parte de um dos movimentos mais promissores dentro de um Brasil colônia do século XVII – ele nasceu em 1655 – Na Serra da Barriga em Pernambuco e morreu com apenas 40 anos – dois anos depois da histórica emboscada; que destruiu MACACOS (ÁREA extensa DO QUILOMBO DOS PALMARES) em uma invasão chefiada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho: Zumbi fora ferido e fugiu, morrendo dois anos após tal episódio.
Sim, o homem que aprendera latim e foi coroinha de Igreja; lutou por seu povo, e no ano de 1695 perdeu a vida para o sistema instituído; sua cabeça fora cortada, salgada e exposta no dia 20 de novembro de 1695 – em Alagoas.
O mito está entre nós; a sua consciência paira no ar e colore de forma tenaz os corações da grande maioria que hoje vive sob a égide de um governo que transpira autoritarismo e segregação por todos os poros.
Zumbi resistiu até a morte, ele e outros sonharam com um Brasil livre. Eu sonho com um Brasil (sem o Z da marca neocolonial). Para Francisco Nzumbi não há honras militares – nenhuma parada em Brasília, ou o que o valha. Inclusive o feriado só vale em alguns estados do país: um verdadeiro desrespeito.
Valmir Assunção, deputado do PT da Bahia, elaborou o PROJETO DE LEI 296/15 que propõe que o dia da Consciência Negra (criado em 2003) seja Feriado Nacional. A luta é grandiosa, mas o Brasil nunca foi para os fracos...