DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR

Na escola, quando uma criança não aprende, há muitas possíveis causas da sua não aprendizagem, como por exemplo, funcionamento cognitivo abaixo do esperado para a faixa etária devido às causas neo-natal, peri-natal e/ou pós-natal, problemas emocionais devido ao ambiente familiar não propício, bem como, possível imaturidade cognitiva.

Gómez e Terán (2009) afirmam que, a criança que apresenta dificuldades de aprendizagem não consegue aprender com os métodos com os quais aprendem a maioria das crianças, apesar de ter as bases intelectuais apropriadas para a aprendizagem. Seu rendimento escolar está abaixo de suas capacidades (p. 95). Colocam ainda que, quando há um agravante, ocorre um transtorno de aprendizagem onde há o impedimento psicológico ou neurológico para a linguagem oral ou escrita, cognitivas ou motoras, ou cálculos (p. 94).

Conforme as autoras, a aprendizagem é uma função integrativa, onde se relacionam o corpo, a psique e a mente para que o indivíduo possa aprimorar-se da realidade de uma forma particular. Sendo assim, é importante focalizarmos as funções cerebrais e sua relação com os processos cognitivos, mas também entender que cada indivíduo terá sua forma particular de processamento de informação, que não depende somente do cerebral, mas também está arraigado no psíquico (GÓMEZ e TERÁN, 2009, p. 55).

Segundo as mesmas, diferentes desajustes emocionais também podem surgir em função de uma dificuldade de aprendizagem. A aprendizagem da lectoescrita é considerada como uma das tarefas mais importantes na escolaridade precoce. As crianças que falharam nessa área podem ter sua auto-estima afetada. Dessa forma, as dificuldades de aprendizagem podem produzir leves desajustes emocionais e estes, por sua vez, podem agravar os problemas de aprendizagem. Nestes casos, uma vez superada a dificuldade, podemos ver que a parte emocional também melhora. (GÓMEZ e TERÁN, 2009, p. 102)

Sendo assim, é importante e necessário que o educador perceba a importância da valorização da experiência da criança como um todo, não criando expectativas exageradas com relação às questões da vida acadêmica da mesma, fazendo necessário, portanto, a busca de estratégias escolares, atividades e intervenções educativas apropriadas, as quais possam auxiliar a criança para o efetivo desenvolvimento de suas potencialidades.

BIBLIOGRAFIA

CAMPOS, Alexandre F. et al. Psicologia: Reflexão e Crítica - Aspectos neuropsicológico e neurológico de crianças nascidas prematuras e com peso inferior a 1.500 gramas – vol.24 nº.4 Porto Alegre 2011 Disponível em

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722011000400002&script=sci_arttext

CAVICCHIA, Durlei de Carvalho. O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida

Disponível em http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/224/1/01d11t01.pdf

GÓMEZ, Ana Maria Salgado; TERÁN, Nora Espinosa. Dificuldades de Aprendizagem: Manual de orientação para pais e professores. Rio de Janeiro: Cultural S.A. 2009.

Paula Noeci e Fátima Rosane Gobbi
Enviado por Paula Noeci em 07/11/2019
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