Arrependimento

Certo dia.... (Alguém já escreveu que toda boa estória começa com "Certo dia".... ou "Era uma vez"....)

Estava atrasada em uma tarefa e urgia finalizá-la para cumprimento de outra com hora marcada, prazo e responsabilidade. Fiquei angustiada. Clamei por socorro, para que algo, uma ideia ou visão me fosse inspirado.

Logo após essa curtíssima oração, milagrosamente, a angústia dissipou e a preocupação evaporou. Pude respirar fundo, me aquietar e raciocinar.

Tão logo e, qual relâmpago, instalou-se-me uma sugestão: "continue trabalhando calmamente e tudo se arranjará".

E aconteceu o milagre: a tarefa seguinte, a princípio tão urgente, foi adiada por alguns minutos devido a um incidente inesperado. E assim, consegui, em tempo oportuno e sem percalços e, sucessivamente, terminar tudo o que precisou ser feito naquelas poucas horas.

E o que aprendi com isso?

A minha sensação naqueles momentos foi de incapacidade, desânimo, desesperança, ansiedade,... e meu clamor pedinte foi de ajuda construtiva, positiva em vez dos usuais viciativos palavrões, linguagem grosseira que rechaça, desestabiliza, desnatura meu eu. São gestos verbais gritantes de obscenidade, imoralidade e denunciam minha decadência. Expressar palavra de baixo calão também é oração, só que destrutiva. O pior, é que destrói a cada invocativo, gradualmente e sempre. E Deus só atende o clamor de quem usa palavras sublimes, supimpas, supramundanas, ...

E o meu aprendizado se deu a partir daquela data.

Há mais ou menos três décadas, estou reprimindo palavras ofensivas. Adoto novo vocabulário, usando palavras que me exultam, me dignificam, além de respeitar os que me ouvem.

E aprendi, também, que em tudo e em todo tempo e lugar é necessário que eu diga um obrigado Senhor. Seja nas bonanças ou nas tempestades da vida.