A Queda de Tânia
A qualidade do ensino público no Brasil tem sofrido quedas sucessivas ao longo do tempo, devido à diminuição de investimentos no setor e a falta de interesse politico no trato com a educação no país, o que pode refletir negativamente em sua performance tecnológica frente a outras nações.
Entretanto, nada se compara à queda sofrida pela professora Tânia Sousa Santos, no interior da escola em que leciona.
Professora do ensino fundamental, Tânia estava em sala de aula ensinando matemática aos seus atentos alunos, quando sua presença foi solicitada á secretaria para atender ao chamado do pai de um dos docentes que faltara a aula naquele dia. Elegante, porte altivo e de uma singularidade no andar, Tânia conquistava a admiração de seus colegas e simpatia dos alunos, colecionando elogios e aplausos de todos que a conhecia.
No entanto, ao caminhar apressadamente em direção à secretaria, sobre um Scarpan de 15cm., desfilando em uma ala de chão batido que dava acesso ao vão do SOE, um declive provoca um desequilíbrio e a professora vai ao chão. Uma queda de magnitude 10 na escala de tombos da educação que gerou pânico e indignação em todo o corpo docente e discente da instituição. Com rosto em terra e algumas escoriações pelo corpo, a cena lembrava um soldado abatido na guerra.
Mais um revés da nossa intrépida professora que, além de carregar o peso da responsabilidade de formar massa crítica para o país, ainda precisa enfrentar a violência urbana (ver “As aventuras de Tânia”); os baixos salários e a ausência das condições mínimas de trabalho.
Mais que uma queda, o incidente com a professora representa um duro golpe a um modelo de educação falido onde a inércia e a falta de vontade politica impedem seu avanço; representa, também, a queda do desenvolvimento da nação que não consegue promover o bem-estar de seu povo; baixa competitividade e um índice alarmante da violência compõem o leque de mazelas que ilustram este cenário.
Um abalo sísmico na comunidade acadêmica e um cataclismo na estrutura da nação.