7 dicas que explicam a prática do cyberbullying!

Porque o adolescente pratica o cyberbullying? Você já parou pra pensar no assunto e encontrar uma resposta ou uma justificativa? Tomo a liberdade de fazer esta pergunta porque na maioria das vezes condenamos o autor de cyberbullying, sem questionar o porquê de sua atitude. Sem olhar nos olhos e perguntar se ele está bem ou se precisa de ajuda ou mesmo perguntar o que o motivou a agir de maneira tão agressiva com o outro.

Este “esquecimento” do sofrimento do autor, deve-se ao fato da dor da vítima ser expressa de maneira muito forte o que nos induz a “cuidar” dela e esquecer dos outros participantes. É um erro pensar que somente a vítima sofre com o cyberbullying, pois o adolescente ao lançar mão desta prática, está pedindo ajuda e dizendo que ele não está bem e cabe, a nós educadores, entrarmos em ação e ajuda-lo.

É preciso considerar que o autor da referida prática, foi motivado a agir. Existe algo que o incomoda, maltrata, que o faz sofrer e ele, para se livrar desse sofrimento, tenta, via redes sociais, transferir essa dor, a qualquer custo, para o outro, sem pensar nas dores que este também irá sofrer.

Por viver a adolescência, que sabemos, é um mundo vasto de dificuldades a serem contornadas e também devido ao uso compulsivo das redes sociais, o autor encontra presa fácil. Ele não tem dificuldades em encontrar um colega ou mesmo algum desconhecido, para sofrer em seu lugar, ou seja, para ser uma vítima de bullying.

Mesmo porque todos são usuários assíduos da internet e não esquecem nunca de suas mídias eletrônicas. Estas se tornaram nos últimos tempos, a principal e mais confiável amiga, a mais querida de todos eles. Independentemente se estão alegres ou tristes, é a elas que os adolescentes recorrem. Seja para contar uma novidade, espalhar um boato, desabafar suas mágoas, fazer os trabalhos escolares, “NAVEGAR” de modo aleatório ou praticar o cyberbullying.

Geralmente nós adultos, pensamos que o adolescente não possui nenhum problema, mas estamos enganados, pois ele passa por mil dificuldades: qual roupa usar, como conseguir uma mídia tão atualizada quanto a do amigo, será que seu cabelo está bonito, ele fará sucesso na festa? e assim surgem inúmeras indagações, preocupações e dificuldades nunca imaginadas por nós adultos.

Nesses momentos faz-se necessária a presença e atuação da família. Ela precisa se mostrar amiga, confiável e sempre disposta a ajudar. Necessita marcar presença, levando o adolescente a perceber que ela gosta e se preocupa com ele.

Os pais devem procurar conversar de forma tranquila, tentando descobrir as vivências do filho. Nesta hora tentem desconsiderar qual o papel que ele desenvolveu (autor, vítima, espectador) no cyberbullying, pois neste momento o que importa é dar amparo para ele e lembrar sempre que o sofrimento, a dor e a tristeza podem ter as mesmas justificativas, que são desconhecidas ou esquecidas pela família na maioria das vezes.

Além disso existe a responsabilidade dos atos praticados. Nessa hora é necessário muita cautela, saber repreender sem magoar ou ferir o adolescente autor do cyberbullying. Ele precisa saber que errou e por isso está sendo castigado, mas é amado pela sua família. Por isso faz-se necessário deixar bem claro que o castigo deve-se ao fato dele ter praticado cyberbullying e não porque VOCÊS, pais, não o amam.

Diante disso selecionamos 7 dicas que facilitam entender porque o adolescente lança mão do cyberbullying. Observem que são fatos cotidianos, atitudes corriqueiras, mas que marcam o adolescente, pois ferem, machucam e deixam marcas. Vejam como são interessantes e a importância de serem observados:

1. Problemas familiares: as constantes discussões entre os pais; os pais são separados e não se respeitam; os pais dão preferência a outro filho; falta de atenção e amor; a falta de tempo dos pais, para acompanhar os filhos em suas atividades.

2. A falta de empatia e desconhecimento da resiliência.

3. O pertencimento: devido a necessidade de pertencimento, a tendência é um adolescente seguir as atitudes do outro. Assim se um colega praticar o cyberbullying, o outro também irá fazê-lo, mesmo desaprovando tal atitude.

4. Medo de ser uma próxima vítima.

5. Desavenças na escola: o professor ao se descuidar das atitudes dos alunos ou mesmo chamar a atenção de um aluno, acaba dando margem para o cyberbullying.

6. As “brincadeiras” que na verdade, não são brincadeiras, mas sim uma falta de respeito. É preciso deixar claro, junto aos adolescentes, o conceito de uma brincadeira.

7. O sentimento de inferioridade: você é mais feio do que fulano, você não sabe e eu sei, eu tenho e você não tem. Os adolescentes costumam muito, em forma de “brincadeira”, menosprezar o outro e esquecem das cicatrizes que ficam em cada um.

São valores a serem considerados ao chamar a atenção, conversar ou dizer ao adolescente das diferenças existentes neste mundo do qual fazemos parte.

Sônia Araújo – Ms. em Educação

O respeitar faz bem!

Sôniainformação
Enviado por Sôniainformação em 26/02/2019
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