POLITICAS EDUCACIONAIS E DESIGUALDADES: A PROCURA DE NOVOS SIGNIFICADOS
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E DESIGUALDADES: À PROCURA DE NOVOS SIGNIFICADOS
Após a leitura, amiúde, deste estudo sociológico de tema encimado, concluímos e chegamos ao entendimento de o problema educacional do Brasil remontar, sem sombra de dúvidas, ao período colonial e, principalmente, ao período do Brasil Império. Diferentemente dos estados Unidos, que após a Independência e a separação da Coroa britânica passou a adotar uma política educacional de caráter universal ao novo país.
Aqui no Brasil tivemos a má sorte de ter segmentado o ensino; as primeiras letras ministradas pela igreja católica, através dos seminários e os missionários portugueses. Estes privilegiaram os filhos dos colonizadores e os filhos daqueles apaniguados que volitavam em torno da Corte, deixando de fora o povão, os índios e os homens escravizados.Essa forma excludente de conduzir a nossa educação nos primeiros tempos perdurou até o começo da república em 1889, quando esta passou a adotar o ensino seriado; por essa época tínhamos um índice alarmante de 67% de pessoas analfabetas.
Por incrível que pareça na ditadura de Getúlio Vargas publicou-se o Manifesto da Escola Nova, e, logo em seguida com o Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas “cria” um sistema educacional com o objetivo de “construir” o cidadão-trabalhador: a Pedagogia do Estado Novo.
Essa pedagogia dá ênfase à educação excludente, visto que aos pobres era dado dá somente o direito de aprender para trabalhar, enquanto à classe média oferece-se o ensino propedêutico (estudos humanos e cientifico voltado para o preparatório para o ensino superior); e, às mulheres era dado o direito de matrícula somente em instituições de frequência feminina.
Passado tanto tempo os reflexos de tal distorção mostra um pais ainda em confronto com uma educação excludente, com o governo e as instituições enxergando os pobres de maneira discriminatória e, inclusive em alguns casos responsabilizando-os pelo seu status quo. Tudo isso paralelo a uma política sócio-econômica que dificulta a integração daqueles mais pobres ao universo daqueles mais privilegiados da sociedade.
A par de tudo isso vem se travando luta surda entre o governo e aquelas camadas mais pobres da sociedade, consciente de sua inferioridade, demonstrando o desejo de inserir-se através do estudo no meio social em que habita.
Precisa apenas o governo, seja de que coloração for, ver aquela necessidade de forma elevada, sem o caráter de benesse quando se trata de melhorar sua condição educacional.
Há também a necessidade da adoção de melhorar o lado sócio/econômico, pois a sua melhoria impulsionará o advento de uma melhoria dos mais pobres. Repetimos: reflexo e legado negativo daquele enfoque dado nos primórdios de uma educação segmentada, vigente nosso séculos XIX e XX. Recife, 28 de novembro de 2017.
ANTONIO LUIZ DE FRANÇA FILHO