OS FILHOS MENORES E O USO DAS TECNOLOGIAS
Nesta semana o meu confrade Sérgio Abreu abordou no Programa Laranjal Notícias um tema que muito me chama atenção, pois ele interfere diretamente na aprendizagem, no comportamento e na educação dos alunos: É o uso do celular e aparelhos eletrônicos pelas crianças e adolescentes sem o devido acompanhamento e controle dos pais.
De acordo com o radialista Abreu, as crianças devem ter horário para tudo e não devem fazer uso do celular ou assistir TV enquanto fazem suas refeições. Admito que vibro ao ouvir esse tipo de atitude dos pais, pois existem pais que não tem noção do perigo que os seus filhos correm ao deixa-los à vontade.
Engana-se o pai que pensa que o seu filho ou sua filha está livre de problemas pelo simples fato de se trancar em um quarto. Querem testar o amor que eles sentem pelo quarto? Basta retirar deles o smartphone, tablet, computador, videogame e a internet! Veremos quanto tempos eles suportarão o isolamento!
Alguns pais até comemoram o fato de eles não saírem para a rua, mas mal sabem que talvez eles estejam expostos a perigos bem maiores, uma vez que a internet interliga pessoas dos mais diferentes tipos e dos mais diversos lugares do mundo!
A Associação Japonesa de Pediatria juntamente com Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria começaram uma campanha para restringir o uso prolongado dos celulares e tablets, sugerindo controle e mais brincadeiras entre pais e filhos. Elas revelam 10 razões pelas quais crianças menores de 12 anos não devem utilizar esses aparelhos sem controle.
Eu mesmo, enquanto professor, posso confirmar alguns dados interessantes e preocupantes. 100% de todos os alunos na faixa de 10 a 13 que ganharam celulares ou tablets, tiveram queda no rendimento escolar e alguns perderam o interesse pelas atividades físicas, é o que eu pude constatar nos últimos 5 anos nas turmas em que leciono. Muitos também apresentam sonolência no decorrer das aulas como evidente resultado de noites desperdiçadas.
Os pesquisadores supracitados constataram que o uso de celular e outros aparelhos do gênero vêm aumentando as taxas de depressão e ansiedade infantil, distúrbios do processo de vinculação entre pais e filhos, déficit de atenção, transtorno bipolar, psicose e outros problemas de conduta infantil. Além disso, crianças expostas a filmes e jogos violentos também passam a ter comportamento agressivo.
Os estudiosos afirmam que o uso demasiado de tais equipamentos geram crianças mais passivas e que não sabem interagir ou ter contato físico com outras pessoas. E ainda que entendam que as novas tecnologias façam parte da sua vida, eles acreditam que não devem substituir a leitura de um livro ou o tempo de brincadeira com irmãos, pais e amigos.
Como se não bastassem, ainda tem os jogos e os “desafios” lançados nas redes sociais que culminaram com suicídios e mortes prematuras de crianças e adolescentes. E se tudo isso ainda não bastasse, A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os celulares como um risco na emissão de radiação. As crianças são mais sensíveis a esses agentes e existe o risco maior de contrair doenças como o câncer.
E o que fazer? Os pais devem restringir o uso do celular a no máximo uma hora por dia para crianças entre 3 e 5 anos e a duas horas máximas para menores de 6 a 18 anos. É dever dos pais verificar tudo pra depois não ter que chorar o leite derramado!