Grupo Educacional Uninter
FRANCISCO CARLOS DA SILVA CAETANO
FRANCISCO CARLOS DA SILVA CAETANO
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE PODEM FAVORECER O DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA NA CRIANÇA QUE FREQUENTA A EDUCAÇÃO INFANTIL
(CAETANO Francisco carlos da Silva
Artigo apresentado como requisito parcial a obtenção do título de especialista em educação infantil, curso de pós-graduação em educação infantil, grupo educacional Uninter. Curitiba 2017)
Artigo apresentado como requisito parcial a obtenção do título de especialista em educação infantil, curso de pós-graduação em educação infantil, grupo educacional Uninter. Curitiba 2017)
Resumo
A educação infantil é uma etapa da educação básica muito importante para o desenvolvimento cognitivo, físico e psicológico da criança, é um momento de formação e descoberta para a criança e também para o professor , pois cada criança trará contigo uma bagagem cultural própria de seu convívio social e isso irá por o professor em um novo desafio, pois o professor estará lidando com pequenos seres em formação mas dotado de saberes que ao longo do tempo irá se aflorar, cabe ao professor respeitar cada criança em seu contexto valorizando o que a criança traz consigo e ajudando essa criança a se desenvolver de forma autônoma e indicando caminho que a leve a uma formação integral em que favorece assim a construção da consciência critica e a preparando para se posicionar na sociedade na qual esta inserida. Em suas práticas pedagógicas o professor terá que tomar o cuidado para fazer com que suas atitudes em sala de aula favoreçam o desenvolvimento da autonomia em cada criança e em si próprio e para isso será necessário que o professor reflita sobre sua postura cotidiana em sala de aula.
Palavra- chave: Educação infantil. Autonomia, Prática pedagógica
1 Introdução
Este artigo objetiva discutir as práticas pedagógicas que podem favorecer o desenvolvimento da autonomia na criança que frequenta a educação infantil, pois de acordo com as diretrizes curriculares de nosso país o professor deve se preocupar com o desenvolvimento da criança em seus mais diferentes aspectos e entre eles está a autonomia. Tornar uma criança autônoma nos mais diversos modos inclusive na construção de sua própria aprendizagem não é tarefa fácil, por isso se faz necessário refletir sobre as práticas pedagógicas que podem favorecer esse desenvolvimento. Tendo em vista que alguns profissionais da educação podem encontrar dificuldades para organizar suas práticas com esse objetivo, podemos nos perguntar: Como o profissional pode organizar sua prática pedagógica para favorecer o desenvolvimento da autonomia na criança que está na educação infantil? Muitos são os modos deste profissional organizar suas atividades para propor ao aluno, meios que propicie o desenvolvimento autônomo e que possa ajudar a obter um resultado satisfatório tanto para o professor quanto para o aluno. Assim ambos poderão construir uma aprendizagem significativa e com aproveitamento na sociedade em que estão inseridos. Muitos profissionais também podem acabar se perguntando: por que o professor deve se preocupar com o desenvolvimento da autonomia da criança já na educação infantil? É importante que o profissional tenha em mente que esse é um dos principais objetivos do professor, tornar a criança mais autônoma para construção de uma sociedade mais digna e mais igualitária, mostrando ao individuo que ele é um ser livre para fazer suas escolhas. A autonomia se trabalhado desde o início da educação favorece a aprendizagem do aluno, pois irá motiva-la a ir em busca dos seus conhecimentos e a questionar a realidade que o cerca e a partir deste questionamento a criança poderá descobrir novos saberes por apreciação e não por imposição. Isso tornará a sala de aula mais interessante para o aluno e o trabalho do professor será satisfatório, pois haverá progresso no conhecimento tanto para professor quanto para aluno. Para que isso possa acontecer é necessário conhecer um pouco sobre a educação infantil, a importância das práticas pedagógicas o objetivo e a importância da autonomia para a criança que esta frequentando a educação infantil e também para o professor que irá atuar nessa etapa da educação básica. Nos dias atuais, questões sobre o desenvolvimento da autonomia infantil tem se tornado um assunto de suma importância para que as metas educativas sejam alcansadas com sucesso e para que tenhamos uma sociedade mais crítica e participativa nas questões que envolvem a vida de cada participante desta sociedade. No entanto os profissionais da área da educação infantil precisam ter em mente, meios e técnicas, para trabalhar o desenvolvimento da autonomia da criança já na educação infantil para que ela se adapte a essa forma de ensino e possa construir uma aprendizagem significativa no decorrer da sua vida. Muitas vezes a autonomia da criança na educação infantil pode não parecer importante e acabar deixada de lado pelos profissionais. Por isso é importante refletirmos sobre isso para que os professores possam organizar suas práticas pedagógicas em sala de aula de modo que contemplem não só o desenvolvimento da autonomia, mas todos os desenvolvimentos que forem necessários para uma aprendizagem mais significativa e justa na a sociedade atual.
2 Educação infantil: alguns apontamentos
Durante muito tempo a educação infantil não teve a atenção que precisava para se fazer cumprir os direitos da criança, pois essa não tinha sua fase reconhecida como um ser dotado de direito, a criança por muitos anos foi vista como um adulto em miniatura, sofria muitos maus tratos e muitas dessas crianças nem chegavam a vida adulta, as que chegavam se tornavam pessoas revoltas e cheias de traumas. Com o passar do tempo a criança passou a ser vista com olhares diferentes e desenvolveu-se a ideia de fazer valer os direitos das crianças. Grandes foram às discussões sobre essa ideia, tanto por meio de literaturas como em congressos realizados em prol da infância em diversos lugares do mundo. De acordo com Philipe Aires (1981) citado por PIETROBOM (2010)
o conceito de criança tem evoluído ao longo dos séculos e tem oscilado entre considerações como ser um “bebelot” ou “bichinho de estimação” ou “ adulto” em miniatura. De acordo com a autora é a partir do século XVII que começa a disseminar uma ideia mais concreta da separação entre as crianças e o mundo dos adultos.
Durante muitos anos a população infantil enfrentou grandes problemas, pois foram deixadas de lado “abandonadas”, visto que os direitos de cidadania se estendiam as pessoas adultas e pouco se importavam com a geração infantil. De acordo com as diretrizes curriculares da educação básica é a partir do século XIX que as creche e pré-escolas se inserem no contexto da história das políticas de atendimento à infância, marcado por diferenciações em relação ao valor social da criança na sociedade.
É a partir deste século que a criança por meio de leis como a LDB passa ter os seus direitos assegurados pela constituição e a partir dai começam a desfrutar dos cuidados necessários para uma infância saudável em todos os âmbitos da vida, desde cuidados pessoais e familiares aos cuidados com a aprendizagem de qualidade.
A educação infantil ao longo do tempo conquistou um espaço especial para o cuidar e ensinar das crianças afim de uma sociedade mais digna e igualitária. Com o passar do tempo à educação infantil é vista como a primeira etapa da educação básica e passa ter como finalidade o desenvolvimento integral da criança, neste momento a criança não é vista mais como um ser inferior ao adulto, mas sim como uma pessoa em formação de diferentes esferas. Esse desenvolvimento integral da criança se estende de 0 a 5 anos de idade buscando atender essa crianças em seu diferentes aspectos físicos, afetivos, intelectual, linguísticos e social.
O atendimento em creche e pré-escolas para as crianças de 0 a 5 anos de idade é definido na constituição federal de 1988 como dever do estado em relação a educação, definido em conjunto com o sistema de ensino da união dos estados, do distrito federal e dos municípios. Isso garante uma segurança no cumprimento dos direitos da criança e possibilita um desenvolvimento saudável para que essa criança possa atuar criticamente e com autonomia na sociedade em que está inserida.
Com os novos valores atribuído a criança e a educação surge a necessidade de se pensar em práticas pedagógicas que possam garantir o desenvolvimento integral da criança a fim de formar uma sociedade mais democrática e igualitária para todos. O professor deve buscar meios que favorecem o desenvolvimento integral da criança para se trabalhar em sala de aula, ele deixa de ser um cuidador e passa a ser um apontador de caminhos e possibilidades para a construção do conhecimento.
É a partir desse momento que se passa a questionar o papel do professor em sala de aula, pois o professor deixa de ser o superior sabe tudo para ser um mediador, que indicará caminhos aos alunos. Como novos valores são atribuídos a criança logo novos valores também são atribuídos ao profissional de educação Infantil. O professor na atualidade para atuar em uma sala de educação infantil, precisa ter em mente que o aluno tem uma bagagem cultural que deve ser levada em conta pelo professor na hora de se trabalhar os conteúdos, ele deve levar em consideração o que o aluno já sabe e trabalhar o mais próximo da realidade dos alunos possível, afim de favorecer a contextualização do aluno em sala de aula.
Além disso, de acordo com FREIRE 2015 o professor deve pensar sobre o dever que tem como professor e respeitar a dignidade, a autonomia e a identidade do aluno, pois esses fatores estão em formação no aluno desde os primeiros anos de vida, na pratica educativa do professor deve estar o respeito para com o aluno e objetivar apontar caminhos para que o aluno descubra seu lugar na sociedade fugindo de situações como de renegado pela sociedade e construindo um mundo diferente onde possa se realizar como ser humano e vencer as barreiras imposta pelas sociedades.
É preciso que o professor entenda que ensinar não é transferir conhecimento, mas sim, criar possibilidades para que o aluno possa produzir esse caminho ou criá-lo por meio do conhecimento. Portanto faz se necessário pensar em práticas pedagógicas que possam favorecer o desenvolvimento integral da criança. Para isso no tópico a seguir iremos discutir um pouco sobre as diversas práticas que podem ajudar o profissional a desenvolver certas habilidades nos alunos, entre elas está as práticas que podem favorecem o desenvolvimento da consciência crítica e da autonomia na criança.
2.1 Prática pedagógica
A prática pedagógica é um instrumento essencial na vida do profissional da área da educação, pois é ela que determina a maneira que o profissional desenvolve suas atividades em sala de aula, de acordo com: Tozetto e Gomes, 2009 “A prática pedagógica se refere à maneira como o professor irá conduzir suas aulas, desde a elaboração de um planejamento à realização de suas aulas.” buscando sempre a melhor maneira para que seu aluno se desenvolva intelectualmente de forma gradativa e eficiente de acordo com a faixa etária de cada aluno.
Observando as mudanças que vem ocorrendo na sociedade, conforme afirma Barbosa,2009, torna-se importante que o profissional da área da educação infantil busque meios para ajudar seus educandos a se tornarem sujeitos autônomos em seu desenvolvimento moral e intelectual para que ocorra uma aprendizagem mais significativa e uma boa socialização em um mundo globalizado. Para isso a cooperação em sala é uma ótima aliada para o desenvolvimento da autonomia de cada aluno. Peaget 1932/1934, citado por PEREIRA, 2006 afirma que:
Só a cooperação conduz a autonomia moral do individuo, levando-o a apreciar o valor das regras proposta e não apenas obedecê-las. A autonomia do ponto de vista intelectual, liberta as crianças das crenças impostas pelos mais velhos e, do ponto de vista moral, substitui as normas da autoridade por uma norma própria da consciência. Para o autor, quando a criança começa a perceber que a verdade e necessária nas relações de simpatia e respeito mútuo, é um sinal de que ela se encontra em uma fase mais autônoma do desenvolvimento moral.
A prática pedagógica utilizada pelo professor em sala de aula é que ira decidir como se dará o desenvolvimento de cada aluno, por isso o profissional da educação infantil precisa estar sempre repensando sua prática pedagógica para avaliar seus objetivos e como os alunos tem se desenvolvido no decorrer de cada dia, para isso o conhecimento e a reflexão sobre a prática utilizada no dia-a-dia é de suma importância para um trabalho consistente. TOZETTO E GOMES, 2009 afirmam que:
Em uma sociedade na qual a reflexão e o conhecimento tornaram-se os principais instrumentos e na qual a escola tem como finalidade o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, do espírito de pesquisa, da cooperação e da solidariedade, necessitam-se de professores com domínio desses saberes e capazes de ensiná-los. Assim, é importante direcionar uma proposta de formação inicial e/ou continuada aos profissionais da educação, que atenda a essas exigências, e possibilite o pensamento reflexivo.
Para que o professor de educação infantil ajude seus alunos a se desenvolverem em autonomia é necessário que ele também seja autônomo, tenha liberdade de realizar seu trabalho de acordo com suas experiências e suas crenças estando a todo o momento se questionando, conforme afirma TOZETTO E GOMES, 2009:
Ao questionar e ser questionado, o professor busca melhorias em sua prática, conquista autonomia e assume responsabilidades por seu próprio desenvolvimento profissional. Ele forma-se como sujeito do processo de produção da prática pedagógica, atribuindo sentido a suas ações em sala de aula. Para exercer a autonomia e controle do espaço da sala de aula, o docente necessita ser o sujeito de seu próprio trabalho, consciente de suas ações no contexto, alguém que pensa sobre seu trabalho e no trabalho desenvolvido.
Para que o educador assuma uma prática pedagógica, na qual tenha por objetivo o desenvolvimento da autonomia do aluno e dele próprio é necessário que o profissional tenha claro em mente que seu papel em sala de aula não é impor nada a ninguém, nem ser autoritarista, Paulo freire , 2015 afirma que é fundamental que o professor e aluno saibam que suas posturas devem ser dialógica aberta, curiosa e indagadora, jamais o professor e alunos poderão assumir postura apassivada ao ouvir ou ao falar. Tanto professor quanto aluno devem ser curiosos, pois assim estarão contribuindo para a construção do conhecimento coletivamente.
O professor que assume a postura apontada por Freire, 2015, tem grande chance de proporcionar aos alunos meios que os levem a vencerem certos obstáculos que dificultam o desenvolvimento de seu conhecimento. Conforme TOZETTO E GOMES, 2009 o professor é visto como um agente social e cultural, com o objetivo de ajudar o aluno a:
Transpor os obstáculos na construção do seu saber. O papel do professor passa a ser o de propor situações problematizadoras, considerando sua experiência e confrontando o cotidiano com o saber escolar, contribuindo com o crescimento do discente.
Refletindo sobre suas práticas e observando o desenvolvimento de seus alunos no dia-a-dia o profissional de educação infantil tem grande chance de fugir do método tradicional que favorece o autoritarismo em sala de aula para um outro método que possa contribuir para a formação de uma sociedade mais autônoma, critica e democrática, garantindo o respeito à dignidade, a autonomia e a identidade do aluno, favorecendo assim uma aprendizagem significativa e contextualizada com a realidade do aluno.
2.2 Algumas práticas que podem favorecer o desenvolvimento da autonomia.
Durante muito tempo acreditava-se que o professor em sala de aula era a autoridade máxima e seu papel era de transferir conhecimento, sem se importar com a bagagem que o aluno já trazia contigo. De acordo com Freire 2015 “ ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção”, a partir disso podemos analisar algumas práticas que podem ajudar no desenvolvimento das crianças em diferentes esferas, inclusive o de sua autonomia. Barbosa 2009, afirma que:
As crianças pequenas solicitam aos educadores uma pedagogia sustentada nas relações, nas interações e em práticas educativas intencionalmente voltadas para suas experiências cotidianas e seus processos de aprendizagem no espaço coletivo, diferente de uma intencionalidade pedagógica voltada para resultados individualizados nas diferentes áreas do conhecimento. Para evitar o risco de fazer da educação infantil uma escola “elementar” simplificada, torna-se necessário reunir forças e investir na proposição de outro tipo de estabelecimento educacional. Um estabelecimento que tenha como foco a criança e como opção pedagógica ofertar uma experiência de infância potente, diversificada, qualificada, aprofundada, complexificada, sistematizada, na qual a qualidade seja discutida e socialmente partilhada, ou seja, uma instituição aberta à família e à sociedade.
As práticas pedagógicas que valorizam o brincar na educação infantil é uma excelente opção, pois estará oportunizando a criança de criar novas coisas e enriquecer sua mente produzindo a interação entre seus colegas e o bem estar social conforme aponta as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica de 2013,p 87:
Brincar dá a criança oportunidade para imitar o conhecido e para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz. Na historia cotidiana das interações com diferentes parceiros, vão sendo construídas significações compartilhadas, a partir das quais a criança aprende como agir ou resistir aos valores e normas da cultura de seu ambiente. Neste processo é preciso considerar que as crianças aprendem coisas que lhe são muito significativas quando interagem com companheiros da infância, e que são diversas das coisas que elas se apropriam no contato com os adultos ou com crianças já mais velha
É no brincar que a criança tem a oportunidade de escolher o que deseja ser e como deseja brincar com aquilo que lhe é proposto ou ainda, ela pode descobrir uma nova maneira de brincar e até mesmo com objetos já mais imaginado pelos adultos, é com atitudes assim que o aluno começa a desenvolver sua autonomia. O professor deve entrar no mundo imaginário da criança e se participante ativo da brincadeira interagindo com as crianças de diferentes formas.
A autonomia se refere à criação de novas relações sociais, que se opõem as relações autoritárias existentes. A Autonomia é o oposto da uniformização. A autonomia admite a diferença e por isso supõe a parceria. Só a igualdade na diferença e a parceria de criar o novo. Gaditti e Romão citado Soares 2011,p 61.
No entanto a brincadeira é fundamental na educação infantil, pois desde bebê a criança busca descobrir coisas novas e cabe ao adulto incentivar essa busca.
São as primeiras experiências de cuidado corporal que desencadeiam os processos de criação do campo da confiança. Essa confiabilidade se manifesta na presença de cuidados atentos e seguros, que protegem o bebê, assim como na proposição de um ambiente que favorece o êxito das ações desencadeadas por ele, proporcionado pela constante proximidade do adulto que responde às solicitações de interação e segue o ritmo do bebê. O importante é que o bebê possa conduzir e o adulto se deixe conduzir, estabelecendo seu direito a uma atitude pessoal desde o começo. É esse o princípio da autonomia, porém o adulto, ou qualquer outro interlocutor, também pode, e deve, oferecer complementos e desafios. Barbosa,2009 p, 70
O trabalho com projetos também é uma ótima maneira para se trabalhar a autonomia da criança, pois dificilmente o professor que trabalha com projetos conseguira manter o que planejou do inicio ao fim, durante a execução do projeto em sala de aula esse projeto sofrerá interferência dos alunos que indicará as mudanças necessárias de acordo com o que eles pensam. O trabalho com projeto é excelente para despertar a curiosidade da criança, o interesse, a pesquisa coletiva, e isso influencia a interação da criança com o outro e isso favorece a sua autonomia, pois ela poderá discutir com os coleguinhas as formas de se trabalhar com o que lhe foi proposto. O professor pode pré-montar o projeto e levar para discussão com os alunos em sala, para decidir os rumos que o projeto irá tomar, a maneira como irão trabalhar, se em grupo ou em dupla, o que irão produzir e como farão as pesquisas.
Para se trabalhar com projeto o professor precisa ser flexível a mudanças e a opiniões dos alunos, de acordo com a revista criança, publicada pelo MEC em 2007, essa é uma prática que trabalha o cotidiano da criança levando em consideração a realidade sociocultural e os desejos das crianças e das famílias para que essa prática apresente resultados positivos tudo que o professor precisa ter é flexibilidade e estar aberto aos interesses da criança.
Ter flexibilidade parece ser condição para a realização de práticas com projetos porque o projeto não é do professor, ele é de todos os envolvidos. Os projetos exigem cooperação, interesse, curiosidade, pesquisa coletiva em diferentes fontes. Ao professor cabe a mediação de cada momento do processo por meio de planejamento, da organização de propostas, de pesquisas, de registro e de avalição. Revista criança, 2007,nº 43, p16
No entanto o trabalho com projetos em sala de aula pode ser uma ótima oportunidade para uma sala de aula democrática e favorecer a construção da autonomia da criança, de modo que ela possa ter a oportunidade de recriar significados e relações na sociedade em que está inserida, expressando suas emoções e suas formas de ver o mundo.
A prática pedagógica que se utiliza o “brincar de faz de conta” é superimportante para desenvolver na criança a sua autonomia e sua capacidade de simbolizar e representar o mundo real na qual esta inserida. Ao brincar de faz de conta a criança pode experimentar novas sensações e descobrir novas emoções, além disso, ela pode vivenciar outras formas de se colocar no mundo, pois nessa brincadeira a criança pode ser quem ela quiser ser desde um personagem de desenho a um chefe de família. Esse sentimento de faz de conta pode contribuir para a aprendizagem e o amadurecimento da criança que frequenta a educação infantil.
Brincar caracteriza-se como uma mescla entre as apropriações culturais e a possibilidade de expressão da criança, fruto de sua forma particular de pensar e de interagir com o mundo. Ela articula suas próprias experiências de vida com as experiências de suas brincadeiras. Uma das formas de apropriar-se da cultura ocorre pelo contato com as imagens e pelas representações sociais. Revista criança, 2007 nº 43, p 28
Nesta prática o papel do professor é utilizar sua criatividade e sua imaginação para “ver como uma criança” para poder transformar qualquer ambiente em coisas da imaginação, e estar atento ao que a criança está fazendo para ajudar a manter a seriedade da brincadeira se mantendo participativa e interagindo com as crianças no mundo da imaginação. De acordo com a revista criança, 2007, pg 29 temos que aprender a:
Olhar para o ambiente e transformá-lo constantemente, tomar posse dele e dar posse às crianças. Pesar coletivamente como podemos incrementá-lo . temos de levar em conta que o espaço para o brincar de faz-de-conta precisa ser flexível, transformar-se em tantos outros espaços que a imaginação infantil inventar. Nosso papel no jogo simbólico da criança, mais que participar diretamente, consiste então, em ajudar a organizar um ambiente que não seja só físico, mas cultural. E para incentivar a criação e o desempenho de papeis neste jogo, é preciso muita observação para atender para onde caminha a brincadeira e ajudar a enriquecê-la. Revista criança, 2007, pg 29.
A prática do faz de conta em sala de aula pode ser enriquecedora para a criança e também para o professor que a partir da observação poderá ampliar seus horizontes em relação a aprendizagem da criança.
Para o desenvolvimento da autonomia na criança é essencial a interação entre as crianças é importante que envolva desde os bebês até as mais velhas de 6 anos de acordo com Silva 2007, revista criança a rotina das escolas infantis devem ser organizadas de forma a favorecer estes encontros inter grupais que podem acontecer por meio de jogos, brincadeiras, em ateliês, sala de leitura, refeitórios, em fim todos os espaços da escolas devem ser explorados pelas crianças para produção de experiências coletivas.
Os “cantinhos “ criados em ambientes de educação infantil é superimportante para o desenvolvimento da criança e contribui para a interação entre eles. Silva 2007, revista criança afirma que:
Tudo que fazíamos na creche era educativo. Havia cantinho da leitura, cantinho da beleza , em que as crianças tinham acesso aos seus pentes individuais e saboneteiras, tudo organizado em utilitários confeccionados por eles mesmos. Por exemplo, fizemos ‘escovários’ (porta escovas de dente) de diversas formas ora utilizando uma garrafa pet pendurada no teto da sala, com furos onde se encaixavam as escovas, ora feitos de bandeja de ovos com retrós grande de linha colocado nos alvéolos da bandeja. Cada criança fazia desenho para identificar seu espaço no ‘escovário ’: havia também um espelho e uma mesinha feita co retalhos de madeiras doados por um pai. No cantinho da Beleza era trabalhada a autonomia da criança, o auto cuidado, contribuindo para a formação de sua identidade.
Essas práticas pedagógicas apresentadas podem ajudar no desenvolvimento da autonomia da criança e na formação de sua identidade. De acordo com as diretrizes curriculares para educação infantil, as práticas devem desafiar os bebês e as crianças maiores a se apropriarem do conhecimento produzidos por seu grupo social cultural e essas práticas devem ser articuladas em torno do cotidiano das crianças para possibilitar a ampliação das possibilidades delas agirem no mundo e garantir a possibilidades delas viverem a infância de forma desafiadora e construtiva.
A valorização da autonomia não deve estar presente nas praticas pedagógicas dos professores, como também das instituições que fornece a educação infantil, conforme aponta as diretrizes curriculares de 2013.
A valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e as diferenças culturais, identidades e singularidades. Cabe as instituições de educação infantil assegurar as crianças a manifestação de seus interesses, desejos e curiosidades ao participar de praticas educativas, valorizar suas produções individuais e coletivas, e trabalhar pela conquista por elas da autonomia para escola de brincadeiras e de atividades e pra a realização de cuidados pessoais diários. Tais instituições devem proporcionar as crianças oportunidades para ampliarem as possibilidades de aprendizado e de compreensão de mundo e de si próprio trazida por diferentes tradições culturais e a construir atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a auto-estima e os vínculos afetivos de todas as crianças.
São várias as formas de organizar a prática pedagógica para que tais objetivos sejam conquistados, para isso o professor deve estar sempre refletindo sobre sua prática em sala de aula , observando os erros e acertos para que possa construir novos significados para a aprendizagem, além disso como diz Freire 2015 o professor precisa respeitar a dignidade do educando, sua autonomia e sua identidade para que este possa se realizar com sucesso, assim será possível construir uma sociedade mais digna e igualitária.
Considerações finais
Neste trabalho buscou se refletir sobre a importância da prática pedagógica para favorecer a formação da criança na educação infantil, afim de torna-la um individuo mais crítico e autônomo dentro da sala de aula e na sociedade na qual está inserido.
Foi possível discutir o conceito de prática pedagógica e a sua importância para o professor e também para o aluno, pois é por meio da prática do professor em sala de aula que será possível colher resultados como um bom desenvolvimento da autonomia.
Um professor consciente de seu papel como professor irá fazer o possível para apontar caminhos ao aluno possibilitando a ele mesmo criar os meios mais apropriados para a construção de uma aprendizagem significativa. Fica claro nesta pesquisa que o professor não é autoridade máxima em sala de aula, e que ele deve respeitar o que o aluno traz consigo, e isso deve acontecer já na educação infantil, pois esse respeito e essa preocupação com o desenvolvimento do aluno deve acompanhar o professor em todas as etapas da educação.
Foi possível também entender a importância de planejar as aulas objetivando o desenvolvimento autônomo do aluno, pois o aluno que desenvolve sua autonomia desde cedo, terá mais habilidades para se posicionar em diferentes situações da vida, sentindo se mais seguro para agir de diferentes formas na sociedades em que está inserido, tendo uma participação mais crítica em diferentes contextos sociais.
Podemos concluir que pensar sobre como as práticas pedagógicas podem favorecer o desenvolvimento da criança que frequenta a educação infantil é de suma importância, pois a criança de educação infantil está iniciando sua formação e deve ser treinada desde cedo para fazer suas próprias escolhas, entendendo a importância que cada uma delas tem e também para que no decorrer dos anos, em sua vida académica, ela possa manter-se em constante desenvolvimento autônomo e a partir disto possa continuar em o processo de construção da aprendizagem por toda a sua vida. Podendo assim, se sentir realizada e livre para seguir o caminho que desejar dentro da sociedade em que está inserida.
3. Referências
FREIRE Paulo ; Pedagogia da autonomia –saberes necessários a prática educativa. Rio de Janeiro/ São Paulo, 2015. SOARES, Aurélio Silva Soares; O pedagogo e a organização do trabalho pedagógico. São Paulo, 2011. PIETROBON, Sandra Regina Gardacho; Pedagogia fundamentos da educação Infantil. Guarapuava , 2010. MEC- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Diretrizes curriculares nacionais para a educação básica. Brasília 2013. NASCIMENTO - Revista criança do professor de educação infantil. Currículo e práticas pedagógicas na educação infantil. Mistério da Educação e Cultura- MEC 2007, 43 p. RAÚJO 1 Elaine Patrícia A; LEITE2 Maria Elizabete: Desenvolvimento da autonomia infantil em uma creche municipal de ensino de campina grande –PB. Disponível em: < http://www.revistascire.com.br/artigo/2015/AGOSTO/DesenvolvimentoAutonomiaInfantilCrecheCampina_Elaine_Patricia.pdf>. Acesso em: 24/03/2017 PEREIRA Regiane Larréa: O papel da educação infantil na construção da autonomia moral: uma revisão da literatura. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12327/000594244.pdf?sequence=>. Acesso em: 24/03/2017 COUTINHO Angela Scalabrin / WIGGERS Gisele Day Verena (Gors): As práticas pedagógicas na educação infantil: Diálogos possíveis a partir da formação profissional. Disponível em: < http://ndi.ufsc.br/files/2013/08/Praticas-pedagogicas-na-Ed-Inf.pdf> . Acesso em: 24/03/2017
Palavra- chave: Educação infantil. Autonomia, Prática pedagógica
1 Introdução
Este artigo objetiva discutir as práticas pedagógicas que podem favorecer o desenvolvimento da autonomia na criança que frequenta a educação infantil, pois de acordo com as diretrizes curriculares de nosso país o professor deve se preocupar com o desenvolvimento da criança em seus mais diferentes aspectos e entre eles está a autonomia. Tornar uma criança autônoma nos mais diversos modos inclusive na construção de sua própria aprendizagem não é tarefa fácil, por isso se faz necessário refletir sobre as práticas pedagógicas que podem favorecer esse desenvolvimento. Tendo em vista que alguns profissionais da educação podem encontrar dificuldades para organizar suas práticas com esse objetivo, podemos nos perguntar: Como o profissional pode organizar sua prática pedagógica para favorecer o desenvolvimento da autonomia na criança que está na educação infantil? Muitos são os modos deste profissional organizar suas atividades para propor ao aluno, meios que propicie o desenvolvimento autônomo e que possa ajudar a obter um resultado satisfatório tanto para o professor quanto para o aluno. Assim ambos poderão construir uma aprendizagem significativa e com aproveitamento na sociedade em que estão inseridos. Muitos profissionais também podem acabar se perguntando: por que o professor deve se preocupar com o desenvolvimento da autonomia da criança já na educação infantil? É importante que o profissional tenha em mente que esse é um dos principais objetivos do professor, tornar a criança mais autônoma para construção de uma sociedade mais digna e mais igualitária, mostrando ao individuo que ele é um ser livre para fazer suas escolhas. A autonomia se trabalhado desde o início da educação favorece a aprendizagem do aluno, pois irá motiva-la a ir em busca dos seus conhecimentos e a questionar a realidade que o cerca e a partir deste questionamento a criança poderá descobrir novos saberes por apreciação e não por imposição. Isso tornará a sala de aula mais interessante para o aluno e o trabalho do professor será satisfatório, pois haverá progresso no conhecimento tanto para professor quanto para aluno. Para que isso possa acontecer é necessário conhecer um pouco sobre a educação infantil, a importância das práticas pedagógicas o objetivo e a importância da autonomia para a criança que esta frequentando a educação infantil e também para o professor que irá atuar nessa etapa da educação básica. Nos dias atuais, questões sobre o desenvolvimento da autonomia infantil tem se tornado um assunto de suma importância para que as metas educativas sejam alcansadas com sucesso e para que tenhamos uma sociedade mais crítica e participativa nas questões que envolvem a vida de cada participante desta sociedade. No entanto os profissionais da área da educação infantil precisam ter em mente, meios e técnicas, para trabalhar o desenvolvimento da autonomia da criança já na educação infantil para que ela se adapte a essa forma de ensino e possa construir uma aprendizagem significativa no decorrer da sua vida. Muitas vezes a autonomia da criança na educação infantil pode não parecer importante e acabar deixada de lado pelos profissionais. Por isso é importante refletirmos sobre isso para que os professores possam organizar suas práticas pedagógicas em sala de aula de modo que contemplem não só o desenvolvimento da autonomia, mas todos os desenvolvimentos que forem necessários para uma aprendizagem mais significativa e justa na a sociedade atual.
2 Educação infantil: alguns apontamentos
Durante muito tempo a educação infantil não teve a atenção que precisava para se fazer cumprir os direitos da criança, pois essa não tinha sua fase reconhecida como um ser dotado de direito, a criança por muitos anos foi vista como um adulto em miniatura, sofria muitos maus tratos e muitas dessas crianças nem chegavam a vida adulta, as que chegavam se tornavam pessoas revoltas e cheias de traumas. Com o passar do tempo a criança passou a ser vista com olhares diferentes e desenvolveu-se a ideia de fazer valer os direitos das crianças. Grandes foram às discussões sobre essa ideia, tanto por meio de literaturas como em congressos realizados em prol da infância em diversos lugares do mundo. De acordo com Philipe Aires (1981) citado por PIETROBOM (2010)
o conceito de criança tem evoluído ao longo dos séculos e tem oscilado entre considerações como ser um “bebelot” ou “bichinho de estimação” ou “ adulto” em miniatura. De acordo com a autora é a partir do século XVII que começa a disseminar uma ideia mais concreta da separação entre as crianças e o mundo dos adultos.
Durante muitos anos a população infantil enfrentou grandes problemas, pois foram deixadas de lado “abandonadas”, visto que os direitos de cidadania se estendiam as pessoas adultas e pouco se importavam com a geração infantil. De acordo com as diretrizes curriculares da educação básica é a partir do século XIX que as creche e pré-escolas se inserem no contexto da história das políticas de atendimento à infância, marcado por diferenciações em relação ao valor social da criança na sociedade.
É a partir deste século que a criança por meio de leis como a LDB passa ter os seus direitos assegurados pela constituição e a partir dai começam a desfrutar dos cuidados necessários para uma infância saudável em todos os âmbitos da vida, desde cuidados pessoais e familiares aos cuidados com a aprendizagem de qualidade.
A educação infantil ao longo do tempo conquistou um espaço especial para o cuidar e ensinar das crianças afim de uma sociedade mais digna e igualitária. Com o passar do tempo à educação infantil é vista como a primeira etapa da educação básica e passa ter como finalidade o desenvolvimento integral da criança, neste momento a criança não é vista mais como um ser inferior ao adulto, mas sim como uma pessoa em formação de diferentes esferas. Esse desenvolvimento integral da criança se estende de 0 a 5 anos de idade buscando atender essa crianças em seu diferentes aspectos físicos, afetivos, intelectual, linguísticos e social.
O atendimento em creche e pré-escolas para as crianças de 0 a 5 anos de idade é definido na constituição federal de 1988 como dever do estado em relação a educação, definido em conjunto com o sistema de ensino da união dos estados, do distrito federal e dos municípios. Isso garante uma segurança no cumprimento dos direitos da criança e possibilita um desenvolvimento saudável para que essa criança possa atuar criticamente e com autonomia na sociedade em que está inserida.
Com os novos valores atribuído a criança e a educação surge a necessidade de se pensar em práticas pedagógicas que possam garantir o desenvolvimento integral da criança a fim de formar uma sociedade mais democrática e igualitária para todos. O professor deve buscar meios que favorecem o desenvolvimento integral da criança para se trabalhar em sala de aula, ele deixa de ser um cuidador e passa a ser um apontador de caminhos e possibilidades para a construção do conhecimento.
É a partir desse momento que se passa a questionar o papel do professor em sala de aula, pois o professor deixa de ser o superior sabe tudo para ser um mediador, que indicará caminhos aos alunos. Como novos valores são atribuídos a criança logo novos valores também são atribuídos ao profissional de educação Infantil. O professor na atualidade para atuar em uma sala de educação infantil, precisa ter em mente que o aluno tem uma bagagem cultural que deve ser levada em conta pelo professor na hora de se trabalhar os conteúdos, ele deve levar em consideração o que o aluno já sabe e trabalhar o mais próximo da realidade dos alunos possível, afim de favorecer a contextualização do aluno em sala de aula.
Além disso, de acordo com FREIRE 2015 o professor deve pensar sobre o dever que tem como professor e respeitar a dignidade, a autonomia e a identidade do aluno, pois esses fatores estão em formação no aluno desde os primeiros anos de vida, na pratica educativa do professor deve estar o respeito para com o aluno e objetivar apontar caminhos para que o aluno descubra seu lugar na sociedade fugindo de situações como de renegado pela sociedade e construindo um mundo diferente onde possa se realizar como ser humano e vencer as barreiras imposta pelas sociedades.
É preciso que o professor entenda que ensinar não é transferir conhecimento, mas sim, criar possibilidades para que o aluno possa produzir esse caminho ou criá-lo por meio do conhecimento. Portanto faz se necessário pensar em práticas pedagógicas que possam favorecer o desenvolvimento integral da criança. Para isso no tópico a seguir iremos discutir um pouco sobre as diversas práticas que podem ajudar o profissional a desenvolver certas habilidades nos alunos, entre elas está as práticas que podem favorecem o desenvolvimento da consciência crítica e da autonomia na criança.
2.1 Prática pedagógica
A prática pedagógica é um instrumento essencial na vida do profissional da área da educação, pois é ela que determina a maneira que o profissional desenvolve suas atividades em sala de aula, de acordo com: Tozetto e Gomes, 2009 “A prática pedagógica se refere à maneira como o professor irá conduzir suas aulas, desde a elaboração de um planejamento à realização de suas aulas.” buscando sempre a melhor maneira para que seu aluno se desenvolva intelectualmente de forma gradativa e eficiente de acordo com a faixa etária de cada aluno.
Observando as mudanças que vem ocorrendo na sociedade, conforme afirma Barbosa,2009, torna-se importante que o profissional da área da educação infantil busque meios para ajudar seus educandos a se tornarem sujeitos autônomos em seu desenvolvimento moral e intelectual para que ocorra uma aprendizagem mais significativa e uma boa socialização em um mundo globalizado. Para isso a cooperação em sala é uma ótima aliada para o desenvolvimento da autonomia de cada aluno. Peaget 1932/1934, citado por PEREIRA, 2006 afirma que:
Só a cooperação conduz a autonomia moral do individuo, levando-o a apreciar o valor das regras proposta e não apenas obedecê-las. A autonomia do ponto de vista intelectual, liberta as crianças das crenças impostas pelos mais velhos e, do ponto de vista moral, substitui as normas da autoridade por uma norma própria da consciência. Para o autor, quando a criança começa a perceber que a verdade e necessária nas relações de simpatia e respeito mútuo, é um sinal de que ela se encontra em uma fase mais autônoma do desenvolvimento moral.
A prática pedagógica utilizada pelo professor em sala de aula é que ira decidir como se dará o desenvolvimento de cada aluno, por isso o profissional da educação infantil precisa estar sempre repensando sua prática pedagógica para avaliar seus objetivos e como os alunos tem se desenvolvido no decorrer de cada dia, para isso o conhecimento e a reflexão sobre a prática utilizada no dia-a-dia é de suma importância para um trabalho consistente. TOZETTO E GOMES, 2009 afirmam que:
Em uma sociedade na qual a reflexão e o conhecimento tornaram-se os principais instrumentos e na qual a escola tem como finalidade o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, do espírito de pesquisa, da cooperação e da solidariedade, necessitam-se de professores com domínio desses saberes e capazes de ensiná-los. Assim, é importante direcionar uma proposta de formação inicial e/ou continuada aos profissionais da educação, que atenda a essas exigências, e possibilite o pensamento reflexivo.
Para que o professor de educação infantil ajude seus alunos a se desenvolverem em autonomia é necessário que ele também seja autônomo, tenha liberdade de realizar seu trabalho de acordo com suas experiências e suas crenças estando a todo o momento se questionando, conforme afirma TOZETTO E GOMES, 2009:
Ao questionar e ser questionado, o professor busca melhorias em sua prática, conquista autonomia e assume responsabilidades por seu próprio desenvolvimento profissional. Ele forma-se como sujeito do processo de produção da prática pedagógica, atribuindo sentido a suas ações em sala de aula. Para exercer a autonomia e controle do espaço da sala de aula, o docente necessita ser o sujeito de seu próprio trabalho, consciente de suas ações no contexto, alguém que pensa sobre seu trabalho e no trabalho desenvolvido.
Para que o educador assuma uma prática pedagógica, na qual tenha por objetivo o desenvolvimento da autonomia do aluno e dele próprio é necessário que o profissional tenha claro em mente que seu papel em sala de aula não é impor nada a ninguém, nem ser autoritarista, Paulo freire , 2015 afirma que é fundamental que o professor e aluno saibam que suas posturas devem ser dialógica aberta, curiosa e indagadora, jamais o professor e alunos poderão assumir postura apassivada ao ouvir ou ao falar. Tanto professor quanto aluno devem ser curiosos, pois assim estarão contribuindo para a construção do conhecimento coletivamente.
O professor que assume a postura apontada por Freire, 2015, tem grande chance de proporcionar aos alunos meios que os levem a vencerem certos obstáculos que dificultam o desenvolvimento de seu conhecimento. Conforme TOZETTO E GOMES, 2009 o professor é visto como um agente social e cultural, com o objetivo de ajudar o aluno a:
Transpor os obstáculos na construção do seu saber. O papel do professor passa a ser o de propor situações problematizadoras, considerando sua experiência e confrontando o cotidiano com o saber escolar, contribuindo com o crescimento do discente.
Refletindo sobre suas práticas e observando o desenvolvimento de seus alunos no dia-a-dia o profissional de educação infantil tem grande chance de fugir do método tradicional que favorece o autoritarismo em sala de aula para um outro método que possa contribuir para a formação de uma sociedade mais autônoma, critica e democrática, garantindo o respeito à dignidade, a autonomia e a identidade do aluno, favorecendo assim uma aprendizagem significativa e contextualizada com a realidade do aluno.
2.2 Algumas práticas que podem favorecer o desenvolvimento da autonomia.
Durante muito tempo acreditava-se que o professor em sala de aula era a autoridade máxima e seu papel era de transferir conhecimento, sem se importar com a bagagem que o aluno já trazia contigo. De acordo com Freire 2015 “ ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção”, a partir disso podemos analisar algumas práticas que podem ajudar no desenvolvimento das crianças em diferentes esferas, inclusive o de sua autonomia. Barbosa 2009, afirma que:
As crianças pequenas solicitam aos educadores uma pedagogia sustentada nas relações, nas interações e em práticas educativas intencionalmente voltadas para suas experiências cotidianas e seus processos de aprendizagem no espaço coletivo, diferente de uma intencionalidade pedagógica voltada para resultados individualizados nas diferentes áreas do conhecimento. Para evitar o risco de fazer da educação infantil uma escola “elementar” simplificada, torna-se necessário reunir forças e investir na proposição de outro tipo de estabelecimento educacional. Um estabelecimento que tenha como foco a criança e como opção pedagógica ofertar uma experiência de infância potente, diversificada, qualificada, aprofundada, complexificada, sistematizada, na qual a qualidade seja discutida e socialmente partilhada, ou seja, uma instituição aberta à família e à sociedade.
As práticas pedagógicas que valorizam o brincar na educação infantil é uma excelente opção, pois estará oportunizando a criança de criar novas coisas e enriquecer sua mente produzindo a interação entre seus colegas e o bem estar social conforme aponta as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica de 2013,p 87:
Brincar dá a criança oportunidade para imitar o conhecido e para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz. Na historia cotidiana das interações com diferentes parceiros, vão sendo construídas significações compartilhadas, a partir das quais a criança aprende como agir ou resistir aos valores e normas da cultura de seu ambiente. Neste processo é preciso considerar que as crianças aprendem coisas que lhe são muito significativas quando interagem com companheiros da infância, e que são diversas das coisas que elas se apropriam no contato com os adultos ou com crianças já mais velha
É no brincar que a criança tem a oportunidade de escolher o que deseja ser e como deseja brincar com aquilo que lhe é proposto ou ainda, ela pode descobrir uma nova maneira de brincar e até mesmo com objetos já mais imaginado pelos adultos, é com atitudes assim que o aluno começa a desenvolver sua autonomia. O professor deve entrar no mundo imaginário da criança e se participante ativo da brincadeira interagindo com as crianças de diferentes formas.
A autonomia se refere à criação de novas relações sociais, que se opõem as relações autoritárias existentes. A Autonomia é o oposto da uniformização. A autonomia admite a diferença e por isso supõe a parceria. Só a igualdade na diferença e a parceria de criar o novo. Gaditti e Romão citado Soares 2011,p 61.
No entanto a brincadeira é fundamental na educação infantil, pois desde bebê a criança busca descobrir coisas novas e cabe ao adulto incentivar essa busca.
São as primeiras experiências de cuidado corporal que desencadeiam os processos de criação do campo da confiança. Essa confiabilidade se manifesta na presença de cuidados atentos e seguros, que protegem o bebê, assim como na proposição de um ambiente que favorece o êxito das ações desencadeadas por ele, proporcionado pela constante proximidade do adulto que responde às solicitações de interação e segue o ritmo do bebê. O importante é que o bebê possa conduzir e o adulto se deixe conduzir, estabelecendo seu direito a uma atitude pessoal desde o começo. É esse o princípio da autonomia, porém o adulto, ou qualquer outro interlocutor, também pode, e deve, oferecer complementos e desafios. Barbosa,2009 p, 70
O trabalho com projetos também é uma ótima maneira para se trabalhar a autonomia da criança, pois dificilmente o professor que trabalha com projetos conseguira manter o que planejou do inicio ao fim, durante a execução do projeto em sala de aula esse projeto sofrerá interferência dos alunos que indicará as mudanças necessárias de acordo com o que eles pensam. O trabalho com projeto é excelente para despertar a curiosidade da criança, o interesse, a pesquisa coletiva, e isso influencia a interação da criança com o outro e isso favorece a sua autonomia, pois ela poderá discutir com os coleguinhas as formas de se trabalhar com o que lhe foi proposto. O professor pode pré-montar o projeto e levar para discussão com os alunos em sala, para decidir os rumos que o projeto irá tomar, a maneira como irão trabalhar, se em grupo ou em dupla, o que irão produzir e como farão as pesquisas.
Para se trabalhar com projeto o professor precisa ser flexível a mudanças e a opiniões dos alunos, de acordo com a revista criança, publicada pelo MEC em 2007, essa é uma prática que trabalha o cotidiano da criança levando em consideração a realidade sociocultural e os desejos das crianças e das famílias para que essa prática apresente resultados positivos tudo que o professor precisa ter é flexibilidade e estar aberto aos interesses da criança.
Ter flexibilidade parece ser condição para a realização de práticas com projetos porque o projeto não é do professor, ele é de todos os envolvidos. Os projetos exigem cooperação, interesse, curiosidade, pesquisa coletiva em diferentes fontes. Ao professor cabe a mediação de cada momento do processo por meio de planejamento, da organização de propostas, de pesquisas, de registro e de avalição. Revista criança, 2007,nº 43, p16
No entanto o trabalho com projetos em sala de aula pode ser uma ótima oportunidade para uma sala de aula democrática e favorecer a construção da autonomia da criança, de modo que ela possa ter a oportunidade de recriar significados e relações na sociedade em que está inserida, expressando suas emoções e suas formas de ver o mundo.
A prática pedagógica que se utiliza o “brincar de faz de conta” é superimportante para desenvolver na criança a sua autonomia e sua capacidade de simbolizar e representar o mundo real na qual esta inserida. Ao brincar de faz de conta a criança pode experimentar novas sensações e descobrir novas emoções, além disso, ela pode vivenciar outras formas de se colocar no mundo, pois nessa brincadeira a criança pode ser quem ela quiser ser desde um personagem de desenho a um chefe de família. Esse sentimento de faz de conta pode contribuir para a aprendizagem e o amadurecimento da criança que frequenta a educação infantil.
Brincar caracteriza-se como uma mescla entre as apropriações culturais e a possibilidade de expressão da criança, fruto de sua forma particular de pensar e de interagir com o mundo. Ela articula suas próprias experiências de vida com as experiências de suas brincadeiras. Uma das formas de apropriar-se da cultura ocorre pelo contato com as imagens e pelas representações sociais. Revista criança, 2007 nº 43, p 28
Nesta prática o papel do professor é utilizar sua criatividade e sua imaginação para “ver como uma criança” para poder transformar qualquer ambiente em coisas da imaginação, e estar atento ao que a criança está fazendo para ajudar a manter a seriedade da brincadeira se mantendo participativa e interagindo com as crianças no mundo da imaginação. De acordo com a revista criança, 2007, pg 29 temos que aprender a:
Olhar para o ambiente e transformá-lo constantemente, tomar posse dele e dar posse às crianças. Pesar coletivamente como podemos incrementá-lo . temos de levar em conta que o espaço para o brincar de faz-de-conta precisa ser flexível, transformar-se em tantos outros espaços que a imaginação infantil inventar. Nosso papel no jogo simbólico da criança, mais que participar diretamente, consiste então, em ajudar a organizar um ambiente que não seja só físico, mas cultural. E para incentivar a criação e o desempenho de papeis neste jogo, é preciso muita observação para atender para onde caminha a brincadeira e ajudar a enriquecê-la. Revista criança, 2007, pg 29.
A prática do faz de conta em sala de aula pode ser enriquecedora para a criança e também para o professor que a partir da observação poderá ampliar seus horizontes em relação a aprendizagem da criança.
Para o desenvolvimento da autonomia na criança é essencial a interação entre as crianças é importante que envolva desde os bebês até as mais velhas de 6 anos de acordo com Silva 2007, revista criança a rotina das escolas infantis devem ser organizadas de forma a favorecer estes encontros inter grupais que podem acontecer por meio de jogos, brincadeiras, em ateliês, sala de leitura, refeitórios, em fim todos os espaços da escolas devem ser explorados pelas crianças para produção de experiências coletivas.
Os “cantinhos “ criados em ambientes de educação infantil é superimportante para o desenvolvimento da criança e contribui para a interação entre eles. Silva 2007, revista criança afirma que:
Tudo que fazíamos na creche era educativo. Havia cantinho da leitura, cantinho da beleza , em que as crianças tinham acesso aos seus pentes individuais e saboneteiras, tudo organizado em utilitários confeccionados por eles mesmos. Por exemplo, fizemos ‘escovários’ (porta escovas de dente) de diversas formas ora utilizando uma garrafa pet pendurada no teto da sala, com furos onde se encaixavam as escovas, ora feitos de bandeja de ovos com retrós grande de linha colocado nos alvéolos da bandeja. Cada criança fazia desenho para identificar seu espaço no ‘escovário ’: havia também um espelho e uma mesinha feita co retalhos de madeiras doados por um pai. No cantinho da Beleza era trabalhada a autonomia da criança, o auto cuidado, contribuindo para a formação de sua identidade.
Essas práticas pedagógicas apresentadas podem ajudar no desenvolvimento da autonomia da criança e na formação de sua identidade. De acordo com as diretrizes curriculares para educação infantil, as práticas devem desafiar os bebês e as crianças maiores a se apropriarem do conhecimento produzidos por seu grupo social cultural e essas práticas devem ser articuladas em torno do cotidiano das crianças para possibilitar a ampliação das possibilidades delas agirem no mundo e garantir a possibilidades delas viverem a infância de forma desafiadora e construtiva.
A valorização da autonomia não deve estar presente nas praticas pedagógicas dos professores, como também das instituições que fornece a educação infantil, conforme aponta as diretrizes curriculares de 2013.
A valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e as diferenças culturais, identidades e singularidades. Cabe as instituições de educação infantil assegurar as crianças a manifestação de seus interesses, desejos e curiosidades ao participar de praticas educativas, valorizar suas produções individuais e coletivas, e trabalhar pela conquista por elas da autonomia para escola de brincadeiras e de atividades e pra a realização de cuidados pessoais diários. Tais instituições devem proporcionar as crianças oportunidades para ampliarem as possibilidades de aprendizado e de compreensão de mundo e de si próprio trazida por diferentes tradições culturais e a construir atitudes de respeito e solidariedade, fortalecendo a auto-estima e os vínculos afetivos de todas as crianças.
São várias as formas de organizar a prática pedagógica para que tais objetivos sejam conquistados, para isso o professor deve estar sempre refletindo sobre sua prática em sala de aula , observando os erros e acertos para que possa construir novos significados para a aprendizagem, além disso como diz Freire 2015 o professor precisa respeitar a dignidade do educando, sua autonomia e sua identidade para que este possa se realizar com sucesso, assim será possível construir uma sociedade mais digna e igualitária.
Considerações finais
Neste trabalho buscou se refletir sobre a importância da prática pedagógica para favorecer a formação da criança na educação infantil, afim de torna-la um individuo mais crítico e autônomo dentro da sala de aula e na sociedade na qual está inserido.
Foi possível discutir o conceito de prática pedagógica e a sua importância para o professor e também para o aluno, pois é por meio da prática do professor em sala de aula que será possível colher resultados como um bom desenvolvimento da autonomia.
Um professor consciente de seu papel como professor irá fazer o possível para apontar caminhos ao aluno possibilitando a ele mesmo criar os meios mais apropriados para a construção de uma aprendizagem significativa. Fica claro nesta pesquisa que o professor não é autoridade máxima em sala de aula, e que ele deve respeitar o que o aluno traz consigo, e isso deve acontecer já na educação infantil, pois esse respeito e essa preocupação com o desenvolvimento do aluno deve acompanhar o professor em todas as etapas da educação.
Foi possível também entender a importância de planejar as aulas objetivando o desenvolvimento autônomo do aluno, pois o aluno que desenvolve sua autonomia desde cedo, terá mais habilidades para se posicionar em diferentes situações da vida, sentindo se mais seguro para agir de diferentes formas na sociedades em que está inserido, tendo uma participação mais crítica em diferentes contextos sociais.
Podemos concluir que pensar sobre como as práticas pedagógicas podem favorecer o desenvolvimento da criança que frequenta a educação infantil é de suma importância, pois a criança de educação infantil está iniciando sua formação e deve ser treinada desde cedo para fazer suas próprias escolhas, entendendo a importância que cada uma delas tem e também para que no decorrer dos anos, em sua vida académica, ela possa manter-se em constante desenvolvimento autônomo e a partir disto possa continuar em o processo de construção da aprendizagem por toda a sua vida. Podendo assim, se sentir realizada e livre para seguir o caminho que desejar dentro da sociedade em que está inserida.
3. Referências
FREIRE Paulo ; Pedagogia da autonomia –saberes necessários a prática educativa. Rio de Janeiro/ São Paulo, 2015. SOARES, Aurélio Silva Soares; O pedagogo e a organização do trabalho pedagógico. São Paulo, 2011. PIETROBON, Sandra Regina Gardacho; Pedagogia fundamentos da educação Infantil. Guarapuava , 2010. MEC- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Diretrizes curriculares nacionais para a educação básica. Brasília 2013. NASCIMENTO - Revista criança do professor de educação infantil. Currículo e práticas pedagógicas na educação infantil. Mistério da Educação e Cultura- MEC 2007, 43 p. RAÚJO 1 Elaine Patrícia A; LEITE2 Maria Elizabete: Desenvolvimento da autonomia infantil em uma creche municipal de ensino de campina grande –PB. Disponível em: < http://www.revistascire.com.br/artigo/2015/AGOSTO/DesenvolvimentoAutonomiaInfantilCrecheCampina_Elaine_Patricia.pdf>. Acesso em: 24/03/2017 PEREIRA Regiane Larréa: O papel da educação infantil na construção da autonomia moral: uma revisão da literatura. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12327/000594244.pdf?sequence=>. Acesso em: 24/03/2017 COUTINHO Angela Scalabrin / WIGGERS Gisele Day Verena (Gors): As práticas pedagógicas na educação infantil: Diálogos possíveis a partir da formação profissional. Disponível em: < http://ndi.ufsc.br/files/2013/08/Praticas-pedagogicas-na-Ed-Inf.pdf> . Acesso em: 24/03/2017