IMPORTÂNCIA DA RECOMENDAÇÃO DE LIVROS PARA AQUISIÇÃO DO HÁBITO DA LEITURA
Através de estudos, ficaram demonstrados que são três os objetivos para entender o valor do costume de ler: por prazer, para estudar e para se informar. Na leitura feita por prazer desenvolve-se a imaginação, cria-se imagens, representações e fantasias, enriquecendo o vocabulário; a leitura dirigida para o estudo é a mais exigida pelos docentes desde os primeiros conhecimentos no ensino fundamental e a leitura feita de forma relaxada e serena é uma das melhores maneiras de aquisição de informações, através de livros didáticos, artigos científicos, textos informativos, etc.
Claro está que para efetuar qualquer um desses três tipos de leitura, deve-se adquirir o hábito, pois através dele desenvolve-se o intelecto e adquire-se conhecimento. Não precisa ser um costume monótono e invariável, existem leituras de entretenimento e diversão assim como livros técnicos. Esses últimos fornecem conhecimento sobre determinado assunto, enquanto os outros aperfeiçoam o vocabulário e incentivam a argumentação e raciocínio.
Esse hábito da leitura deve ser inserido na vida desde criança. Os pais devem dar o exemplo lendo para ela e mostrando como pode ser divertido ter esse hábito. Além disso, podem despertar a curiosidade, ofertando livros para a criança manusear, tendo uma pequena biblioteca, criando histórias, estimulando a embarcar em aventuras e dando chance de iniciar a pensar sobre o que está contido nos livros ao falar sobre eles. Os efeitos serão: excelente qualidade no desempenho escolar, facilidade na alfabetização, pronúncia correta e fixação da grafia das palavras, facilidade na comunicação e, consequentemente, um adulto mais firme, seguro e habilitado.
O adulto que se utilizou da leitura desde criança, está muito mais preparado para a vida, pois criou o costume de ler. Consequentemente lê muito e escreve bem. A leitura melhora a aprendizagem, incentivando a atividade da memória, aperfeiçoando a aptidão suscetível de interpretação, impulsionando o raciocínio, oportunizando ao leitor amplas noções sobre vários temas e matérias e capacitando-o a fundamentar bem suas ideias e opiniões.
O professor, sabedor que o hábito da leitura desenvolve o intelecto e facilita a aquisição de conhecimento, deve desconstruir aquele pensamento de que a leitura é um costume monótono, pois leituras de entretenimento são tão eficazes quanto os textos técnicos, trazendo benefícios para a vida acadêmica. Deve incentivar seu aluno a ler texto que o agrade, de variedades e curiosidades com linguagem leve e divertida, diariamente. Essa leitura diária feita sem muita pretensão, relaxante, sem o “massacre” da obrigação, auxilia na memória fazendo o estudante armazenar uma maior quantidade de informações.
Difícil tarefa para o professor, pois se defrontará com dois grupos distintos de alunos: aqueles que receberam incentivos à leitura através da influência da família e aqueles que têm ojeriza por não terem adquirido esse hábito. Seu papel então é o de incentivar a leitura demonstrando reação favorável, informando os textos adequados de acordo com a conveniência e idade deles, assim como estimulando o costume de se utilizar do livro como origem de informação e busca. Não deve pressionar nem obrigar. A leitura deve ser feita por prazer. Isso levará ao uso continuado da leitura provocando a capacidade de analisar, adquirindo conhecimento, aprendendo a debater, questionar, criticar e opinar sobre o livro.
Em sala de aula, deve provocar o aluno para a criação e organização ou a ampliação de uma biblioteca com acervo de livros para leitura despojada, visando convencer aqueles que ainda não tem o hábito da leitura, assim como livros para pesquisa. Deve ser um local atrativo, estético e aconchegante, ter boa disposição dos livros e com acesso e manuseio facilitados. O conteúdo do acervo deve ser variado para satisfazer os diferentes leitores.
Pode ainda propor outras atividades diversas como concursos, mural e dramatização de textos criados pelos alunos, saraus com leitura de poesias, reuniões para contar histórias, oficinas, debates, etc. Isso levará o aluno a familiarizar-se com a leitura, desenvolver a capacidade de criar, inventar e imaginar; adquirir instrução; debater ideias; aperfeiçoar o conhecimento e obter valor e distinção.
O professor deve recomendar literatura de boa qualidade, despertando motivação, com gêneros variados que ao mesmo tempo em que são utilizados para diversão, incentivo na imaginação, com personagens atrativos, também servem para estudar, aumentar o conhecimento de outras culturas, comportamentos, posturas e valores. Será atingida assim, a finalidade de produzir um leitor que pratique com eficiência o hábito da leitura e propenso à crítica e à análise.
É necessária e importante sua orientação para intermediar as leituras de interesse lúdico com outros ensaios narrativos.
Simone Possas Fontana
escritora gaúcha de Rio Grande-RS,
membro da Academia de Letras do Brasil/MS, ocupando a cadeira 18,
membro correspondente da Academia Riograndina de Letras,
membro da UBE/MS – União Brasileira de Escritores,
autora dos livros MOSAICO, A MULHER QUE RI, PCC e O PROMOTOR
graduada em Letras pela UCDB,
pós-graduada em Literatura,
contista da Revista Criticartes,
blog: www.simonepossasfontana.wordpress.com