Por que escrever?

Visto a necessidade e intencionalidade da linguagem, a leitura e escrita, antes que sejam entendidas como instrumentos de avaliação com fins e propósitos restritos, os quais muitos deles acabam em si mesmos, devemos nos atentar às necessidades de que ambas competências, leitora e escritora sejam norteadoras à formação de um indivíduo capaz de utilizá-las em seus diferentes universos. Há de se considerar na avaliação o propósito da escrita, sua função, o contexto sociocultural, assim como as estruturas linguísticas que garantem a clareza, coesão e coerência; estabelecer parâmetros do que seja um leitor eficiente, garantir a construção do conhecimento a partir de bases científicas, onde o aluno seja capaz de refletir, estabelecer relações pertinências aos diferentes gêneros, bem como sua estruturação ou corpo textual.

O indivíduo pode expressar-se em diferentes níveis de conhecimento, entretanto, aquele cujo o conhecimento está estruturado nas funções sociais, referencial, fática, metalinguística, conativa, etc., saberá escolher com propriedade o que ler, onde buscar, e o que escrever, selecionando habilidades inerentes ao propósito social, garantindo sua participação de forma coesa dentro da sociedade. Claro que só esses elementos não são suficientes, o conhecimento de conectivos que amarram o texto de forma a não causar a ambiguidade, e o uso do conhecimento dos gêneros textuais, formalizam os diferentes saberes em práticas, uma vez que o aluno se fará ouvir por meio dessas habilidades, expressando-se nos diferentes meios sociais.

Ao abordar a competência leitora, entre tantos conceitos e práticas, ela se dá, redundantemente, a partir de atividade que remete o aluno a constante necessidade de ler, assim a escritora não foge do propósito. Entretanto ambas dispensam do docente técnicas que nem sempre garantem os mesmos resultados, pois a heterogeneidades contempladas nas salas de aula hoje, desafiam o professor numa constante avaliação metodológica. Mas se se aprende a fazer fazendo. O professor deve inicialmente, conscientizar os alunos da necessidade da comunicação, além de reflexões quanto aos paradigmas sociais, tabus e barreiras vivenciadas por expressões e léxicos da comunidade a qual estão inseridos e que precisam ser repensados. Efetivar o domínio da escrita é desafiador, e dispensa estratégias metodológicas de um constante replanejar por parte do docente. Num breve olhar é possível inicializar o trabalho de forma individualizado ou em equipes; primeiro há a necessidade do querer fazer, atrelado a motivação proposta pelo professor, em seguida, propor o conhecimento prévios necessários como tipos textuais, os gêneros, subgêneros, etc., propondo condições ao alunado de perceber a gama de estruturas que fundamentam os diferentes propósitos textuais. O ensino da escrita fundamentada em propósitos sociais, mesmo ensinado em sala de aula, quando focado a bem da formação holística do indivíduo permeará horizontes capaz de estimular o aluno ao desenvolvimento de sua capacidade crítico-reflexiva, mas ampla conceituada.

Um melhor domínio da escrita pode se dar ao se estabelecer metas, de onde partir e onde se quer chegar com determinada produção textual, deixar transparecer ao aluno o foco do propósito de determinada produção, bem como os conceitos teórico-linguísticos na qual estará estruturada a correção, sem dúvidas são estratégias que o professor pode e deve utilizar em sala de aula ao propor as habilidades escritoras. Assim, oficinas com recortes, reescritas, paráfrases, trabalho em equipe, autoavaliação a partir de comparação do texto em diferentes etapas, propor leituras que motivem novas leituras, debates, seminários e por fim, a redação em si mesma, que nesse momento já não cabe defini-la como tal.

Paulo Sergio Barbosa
Enviado por Paulo Sergio Barbosa em 03/08/2018
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