NEUROCIÊNCIA - EDUCAÇÃO ESCOLAR E INFÂNCIA

Os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para seu desenvolvimento cognitivo. O processo de desenvolvimento de uma criança quando chega à escola começou muito antes deste momento. Nesse sentido, um bom ou mau resultado depende mais das ações anteriores à escolarização. O motor que implica melhor ou pior resultado na aprendizagem depende muito mais dos pais que dos professores.

Todo processo cognitivo realiza-se nas atividades que são executadas pelas SINAPSES (que, até onde se sabe, são as responsáveis por todo processo comunicativo possível do ser humano). E este processo sináptico é aprendido – mesmo sendo um sistema natural, sua eficiência depende da aprendizagem ou em sentido prático, dos exercícios a que somos submetidos nos primeiros anos de nossas vidas.

Embora não seja regra absoluta – nada é – podemos perceber facilmente nas escolas que as crianças que tem mais facilidade têm algum tipo de estímulo a mais em casa do que crianças em que as motivações estão ausentes. A exceção situa-se nos casos de alterações nos processos do desenvolvimento responsável por este desenvolvimento. Aprender de forma mais rápida ou mais lenta em relação ao padrão é sempre uma alteração dos fatores que levam à aprendizagem.

Os primeiros três anos são os mais importantes. É o período que a maior parte das sinapses infantis se forma e se potencializam rumo às aprendizagens possíveis. Depois até seis anos desenvolvem-se e amadurecem sem deixar de produzir novas sinapses. Aliás, produzimos novas sinapses durante a vida toda. Cabe enfatizar que na medida em que envelhecemos, a tendência é que mais sinapses morrem do que são criadas. Como conexões que formam as redes neurais de comunicação, sem elas não há aprendizagem. Sua qualidade e eficiência dependem do estímulo, da riqueza de oportunidade e de um salutar equilíbrio afetivo, principalmente durante os anos iniciais da vida. Logo, se assim o é, o ritmo da aprendizagem de uma criança pode ser qualificado ou mesmo ser ensinado.

Portanto, seria interessante que os pais tivessem acesso às informações sobre as novas descobertas na área da neurociência para que pudessem preparar melhor seus filhos para o futuro. Ter filhos mais ou menos inteligentes em relação à aprendizagem depende, sim, de inúmeros fatores. Porém, sabe-se que alguns deles podem fortalecer e até anular outros. E, com certeza, a qualidade da presença juntos aos pequenos é fundamental para um bom e salutar desenvolvimento. Somos nós pais e adultos presentes nos primeiros anos de vida das crianças, os primeiros responsáveis pelo ritmo que as crianças apresentam quando adentram na escola.