A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS EM LÍNGUA ESTRANGEIRA: ENTRE A IDEOLOGIA, A ESTRUTURA DA LINGUAGEM E O DESEJO.

RESUMO

P: 231 – 234

Este capítulo aborda os seguintes questionamentos: em que sentido uma perspectiva “discursiva” do ato de ler textos em língua estrangeira, marca uma ruptura em relação as abordagens interativas de leitura? Com o apoio teórico de Coracine, a autora afirma que: o ato de ler se constitui como uma produção de sentidos historicamente determinada, fator esse que foi discutido em sala de aula, sobre a ideia da multiplicidade do sentido, onde o autor não tem controle de sua intenção a partir do momento que o texto ganha “asas”.

Mediante as abordagens interativas de leitura, o texto confronta a abordagem discursiva como sendo um questionamento a normatização do ato de interpretar. Para a autora o ato de ler texto como processor de discursivo vai contra uma ideia que o leitor possua uma consciência em relação à interpretação de textos, ou seja, o leitor não possuiria um controle consciente sobre a leitura e as estratégias para desdobrar o mesmo. A autora gera outra problemática: se a interpretação do texto tem uma constituição histórica, como serie possível fazer qualquer menção a uma leitura eficiente ou a bom ou mal leitor? Se o texto ilusoriamente possui um sentido e se é somente no nível imaginário que o sujeito possui um controle consciente? Assim, o ato de ler como processo discursivo é antes de tudo uma ruptura em relação a teorização interativa sobre leitura.

A autora levanta outro questionamento em relação ao fator do texto não conter significado, cabendo a quem lê sua interpretação , ela pergunta então, qual seria o lugar do texto no ato de interpretar. Assim apoiada por Eco (1992) afirma que, dizer que a intepretação é ilimitada não significa dizer que o ato de interpretar não busque um norte. De fato interpretar não é uma busca aleatória por um significado qualquer, mas uma leitura critica que têm em seu bojo, teorias de interpretação, assim como a função de leitor e seu conhecimento de mundo. Assim temos que, esse norte buscado está relacionado ao objeto, que se refere a evidencia material, assim a materialidade significante do texto.

Silvestre C. Cantalice Filho

Resumo das páginas 231 a 234 do livro: