Platão e crítica à poesia

Platão nasceu na Grécia, foi discípulo de Sócrates, bem como continuador de sua obra. Inicialmente, não foi de seu interesse estudar a Filosofia. Porém, ao investir na carreira literária, sem obter sucesso na mesma, resolveu estudar a filosofia de Sócrates.

Timeu foi seu diálogo que mais resumiu sua teoria das ideias. Para o referido filósofo o mundo verdadeiro é o das ideias, o mundo real. O mundo sensível é o mundo em que o ser humano vive, sendo este uma cópia do real.

Ao criticar as artes, Platão deixa claro que elas são cópias do mundo real.

Segundo Platão, a poesia ludibriava o cidadão com suas imitações . Segundo o filósofo, o poeta se afasta da verdade, simplesmente por ser apenas um imitador. Para o filósofo a filosofia deveria tomar o lugar da poesia. Já que a esta, para ele, causava prejuízo à educação dos jovens.

Em sua obra ,A República, busca uma fórmula capaz de garantir uma administração harmoniosa à uma cidade, mantendo-a livre do anarquismo e dos interesses e disputas particulares.

É preciso lembrar que a sociedade grega ensinava através da arte. Desta forma, para Platão não foi fácil implantar sua nova ideia.

Para esse grande filósofo, a poesia e a música podem implantar na alma do guardião da cidade o medo da morte e dos deuses. A música , segundo ele, pode implantar na alma do guardião revolta , raiva, medo e moleza. Desta forma, o grande filósofo decide excluir a poesia da cidade . Pois ela é apenas uma imitação de tudo que existe no mundo real; ela se encontra bem distante da realidade.

Platão cita Deus, marceneiro e pintor para exemplificar a criação de uma cama, por exemplo: Deus é o autor da cama real, o marceneiro é o autor da cama que serve a humanidade, e por último vem o pintor, que para o filósofo é o imitador da produção apresentada pelo marceneiro. Os poetas não participam da construção da cidade ideal. Ou seja, são imitadores que podem colocar em risco a educação do povo.

Segundo Platão, o homem insensato perde bastante tempo para se erguer. Os homens devem ficar atentos sobre os males que a poesia podia causar a sociedade. Sua ficção não deveria ser a base da educação da nobre cidade.

É preciso entender que a crítica de Platão não foi algo aleatório, tudo foi baseado em estudos. É preciso compreender também, que não se deve transportar essa crítica para os dias atuais. É importante saber que o nobre filósofo condena na poesia o que o homem contemporâneo mais aprecia na mesma: suas ideias exageradas , a melodia e sua essência nutrida de fantasias.

Necessário se faz , que se compreenda que Platão não desejava varrer a arte completamente da cidade ideal. Ele só não aprovava a vivência da arte de forma fantasiosa, fora da realidade. Para ele , quando o homem se dedicava ao mundo da poesia, sua alma ficava embebida por aparências . E isso não era bom para a alma humana . Já que vivendo em aparências, o homem poderia tornar doente sua alma.

Assim como Santo Agostinho, Platão se preocupa com a educação da juventude. Ambos estão preocupados com o que se oferece como educação aos jovens. Os mitos narrados através da poesia eram motivos de preocupação desses dois filósofos. Para eles, os jovens poderiam ser facilmente influenciados ; poderiam se deixar levar pelo erro.

Fica claro, então, que Platão tinha os poetas como seres que podiam influenciar a sociedade ao erro. Que não eram modelos ideais para uma cidade ideal.

Agora as ideias de Platão moram no passado. Poetas já não fazem mal a saúde da sociedade. Podem livremente cantar seus versos por todos os lugares. Seus poemas são pássaros livres da gaiola . Não serão varridos da cidade ideal, pois ela existe exatamente no desejo de cada poeta.

Platão idealizou uma cidade onde morasse a verdade e a justiça. Hoje , os poetas ainda dormem com um sistema injusto, mas se tornaram inofensivos à sociedade . Moram numa sociedade em que o sistema está longe de ser ideal, verdadeiro e justo. Contudo, a arte dos poetas , mesmo com seu exagero , sua ficção ou imitação , já não representam nenhum mal a ninguém. O poeta e sua arte podem circular sem medo de serem expulsos, pois tornaram-se completamente inofensivos. Agora os poetas são livres para mostrar ao mundo um pouco de sua alma. Entre metáfora e hipérbole, caminha o poeta num mundo de antítese

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Lucineide.

Este texto é resultado de algumas horas de estudo. Corrijam-me, por favor. Filosofia é algo que me fascina, porém ainda preciso estudar bastante.

Lucineide
Enviado por Lucineide em 09/07/2018
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