Movimentos sociais dando seus contornos na educação

Movimentos sociais atuando na educação.

O campo da educação é uma esfera social de direito ao cidadão. Contudo esse direito nem sempre foi garantido e outorgado para todas pessoas de forma semelhantes , principalmente em país desigual como o Brasil. Essa situação abre espaço para que atores sociais, através de ações coletivas em movimentos sociais, possam reivindicar direitos e lutar em busca de melhorias para si e, concomitantemente para um país melhor.

Caracteristicamente os movimentos sociais se empenhar em suas lutas para buscar transformação ou conservação de situação existentes, sejam estás conjunturais ou estruturais da sociedade.

No âmbito da educação no Brasil vários movimentos sociais se mobilizaram e tem se mobilizado para proporcionar uma educação mais acessível, de qualidade e que atenda as variadas demandas culturais , sociais e identitárias de cada grupos: Intelectuais, estudantil, indígenas , sem terras , quilombolas e outros .

Nos anos 70 e 80 , a presença e o papel do movimento de muitos intelectuais em prol da educação foi extremamente decisivo para que homologasse no Congresso Nacional a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 9.394 de 20\02\1996 . conquista importantíssima para o setor educacional . O empenho também desse grupo em prol de um Brasil mais livre e democrático sinalizou para educação um futuro de maior liberdade de pensamento e expressão por parte dos educadores, posto que nos 1960 -1980, com a ditatura militar, foi um período muito difícil .

Neste mesmo período é importante destacar o movimento de estudantes universitários sendo eles mesmos os sujeitos de ações mobilizadoras a bem da educação . Estes estudantes após os anos 50 com o expressivo crescimento de faculdade e a politização de tendência de esquerda engajaram por um uma educação melhor , um universidade mais autônoma . Com isso criaram ainda nos anos 60 a chamada Reforma Universitária. e com esse sentimento em 1968 fizeram uma passeata e resistiram o regime militar com um quantitativo de 100 mil estudantes . Posição que marcou um novo tempo no mundo estudantil e abrir caminho para este movimento passasse a reivindicar sua participação direta na politica como cidadão

. O movimento negro que há muito tempo tinha e tem travado diversas frentes de lutas na tentativa de se colocar como sujeito da sua própria história na sua luta contra desigualdade, a descriminação e o preconceito do povo negro . Este ver na educação um espaço para reivindicar seus direito e também colocar nos conteúdos escolares assuntos pertinentes as suas pautas de reivindicações do seu povo .

Ciente e consciente das distorções e das omissões da história dos negros, as vezes contendo ideias pejorativos , discriminatórios e preconceituosas . O movimento negro rejeita essa postura por parte do Ministério de Educação Brasileira , reivindica e luta para que seja implantada no Sistema de Educação Brasileira a História e Cultura Africana e Afro-Brasileira na Educação Básica. E assim através de pressões dos movimentos negros em todo território do Brasil, as autoridades deram importância e foi promulgada a Lei nº 10. 639/ em 2003.

Este foi um ganho muito positivo para a educação brasileiro. Pois a partir da existência dessa Lei, nº 10.639 , o Brasil pode discutir rediscutir novas e velhas pautas sobre os direitos sociais de pessoas negaras. Ao mesmo tempo também começou dá mais visibilidade aos valores da cultura negra outrora esquecidas e descriminadas por boa parte de muitos brasileiros.

Nesta corrente de abertura com o empenho dos movimentos negros sobreveio mais tarde a implantação no sistema de ensino para todo território brasileiro , a modalidade de Educação Quilombola . Constituída com a finalidade de considerar as particularidades identitarias e culturais inerentes desta população que há muito fora renegada o uso do cabedal histórico cultural nos currículos do ensino da educação . Mas, a sua inserção permitiu conhecer mais o brasil nas suas ricas diferenças identitarias e culturais .

Outro movimento, que embora recente, mas que contribuir de forma positiva para pluralidade da educação brasileira e consequentemente aplicações das suas variáveis formas pedagógicas de ensino foi o movimento do MST ( Movimento dos Sem Terra). Este considerando a natureza das suas pautas reivindicatórias que se prendiam suas maiores necessidades ao campo . Lutaram para que o MEC atendasse a demanda do campo e aplicasse uma educação do campo com uma pedagogia alternativa .

Dado a grande carência que as pessoas que trabalham na zona rural tem e ao mesmo tempo o papel e importância que eles representam para agricultura e agropecuária . Essa pauta , após muita pressão por parte do MST, foi atendida pelo governo e hoje essa modalidade existe e beneficia muitos filhos e filhas e agricultores

Em conclusão ressaltamos que a mobilização social, o engajamento por mudanças na educação brasileira visando melhoramento, mais inclusão , atendendo setores sociais esquecidos tem feito muita diferença e mudança o a feição do espaço escolar tanto na escola do ensino básico como no ensino superior. Isto Mostra a relevância dos movimentos sociais que atuaram vibrantemente diante de conjunturas muitas vezes adversas. Mas, mesmo assim, obtiveram muito êxito nas suas lutas e marcaram presença significativa na história da educação.

Referencias

JOSÉ, Igor de Renó Machado, Henrique Amorim. Sociologia Hoje. Editora Ática , São Paulo 2014

LUCIANA, Carla B. Vestena. O MOVIMENTO NEGRO , a Lei 10.639/03 e a educação escolar quilombola , Grupo de Trabalho – Cultura, Currículo e Saberes Agência Financiadora: CNPQ, Edital de Gênero n. 32/20,12

KOSTECKI, R. Lima, Margarida, C. Campos. Educação do campo e a pedagogia do movimento sem terra. Nota para um debate. Associação dos Geógrafos Brasileiros.