VIVA A NOSSA PÁTRIA EDUCADORA

Os professores da Rede Municipal de Natal estão em greve desde o último dia 20 de março, por uma razão mais do que justa: lutam para ter adicionado ao seu salário, um percentual de míseros 6,87% conforme determina a lei, desrespeitada pelo prefeito. Este percentual deveria ter sido pago no salário de Janeiro/2018, data base para reajuste da categoria e cuja lei o prefeito teima em descumprir. É importante destacar, que 80% da verba destinada ao pagamento de salários dos profissionais da Educação são oriundas do Fundeb, portanto, não dá para aceitar a desculpa de falta dinheiro.

Além disso, os professores ainda são penalizados com a falta de pagamento dos quinquênios e adicional de férias. Também são obrigados a conviver com o mais completo desrespeito ao Plano de Cargos Carreira e Salários, entre outros desmandos, como a falta de material para trabalhar nas escolas, em cujas salas impera um calor semelhante ao do inferno. Uma lei federal determinou que todas as escolas do Nordeste deveriam ser climatizadas até 2018. Esta lei, pelo que se sabe, não vai vigorar em Natal, porque foi vetada pelo prefeito.

Esta greve, porém, tem uma característica diferente: não são apenas os professores que decidiram parar suas atividades. Os pais e os alunos abraçaram a luta da categoria, porque diferentemente dos governantes, eles finalmente entenderam que os profissionais da Educação são personagens importantes no preparo das futuras gerações e no desenvolvimento do País. Afinal, nenhum país que se preza, trata professores com a falta de respeito que se vê no Brasil.

Durante a campanha política que reelegeu Carlos Eduardo como prefeito de Natal, logo após a desastrosa administração de Micarla de Sousa, seu discurso era o de que a Educação seria uma das prioridades de sua administração. O que se vê, contudo, é um desastre total.

Aliás, quando se trata de Educação, tudo é tratado com descaso, inclusive os próprios profissionais. Dentro das escolas falta tudo, mas os professores encontram alternativas para fazer a rede funcionar. De modo que, se falta água, luz e merenda, os professores dão aula assim mesmo. Afinal, para um professor realizar seu trabalho, ele precisa única e exclusivamente da sua voz.

Caso na escola falte papel, cartolina, apagador, pincel para escrever no quadro ou outros equipamentos relacionado ao seu ofício, o professor tira dinheiro do seu bolso e compra, com o objetivo de que os alunos não sejam prejudicados. Duvido muito que o prefeito ou a secretária de Educação realize algum trabalho, caso falte luz ou o aparelho de ar condicionado de sua sala não funcione de forma adequada.

Álvaro Dias, que passou a substituir Carlos Eduardo, já anunciou em alto em bom som que, caso o pagamento do percentual devido aos professores, comprometa o calendário de pagamento da prefeitura, os professores não serão pagos. Ou seja, mais uma vez a categoria é colocada como vilã pela falta de habilidade dos seus administradores públicos.

A situação do Educação Estadual também é dramática, porque Robinson Faria revela a cada dia, ser o pior administrador que já existiu na história do Rio Grande do Norte, conseguindo a proeza de ser pior do que Geraldo Melo, que se notabilizou pelo atraso no pagamento dos servidores públicos. Robinson atrasa não apenas os salários, mas também o pagamento do décimo terceiro salário, que já bate um recorde de quatro meses.

O curioso é que quando uma empresa privada atrasa o pagamento de salários e do décimo terceiro, o Ministério do Trabalho, Ministério Público, SPC, Serasa, Polícia Federal, Polícia Militar, e até a Lei Maria da Penha, tudo é acionado com o intuito de aplicar multas, bloquear contas da empresa, leiloar bens do empresário, enfim, deixam o sujeito vestindo uma tanga de sereia, até que pague aos empregados.

Estranhamente no Rio Grande do Norte impera o mais absoluto silêncio, em relação a esta falta de respeito do governo e ninguém vê uma mísera ação ou uma palavra em favor dos servidores públicos. Em vez de tomar uma providência e pagar os salários, especialmente aos aposentados, que já cumpriram a sua parte, Robinson Faria dilapida todos os recursos do fundo previdenciário sem sofrer nenhuma penalidade e ainda tem a cara de pau de anunciar que será candidato à reeleição.

Aos servidores só resta a alternativa de rezar e rezar muito: terços, rosários, novenas e trezenas, para que ele não seja reeleito. Caso contrário, o Rio Grande do Norte corre um sério risco de desaparecer do mapa do Brasil. (NL 14/04/2018)