De menina-moça a Cachorra. (Tempos difíceis)
Realmente estamos vivendo sob o manto espetaculoso das ignomínias, ou seja, de forma pejorativa, tudo que já fora beleza e linguística; hoje é apenas uma terminologia excessivamente sem nexo, e sem respeito.
Não, que no caso do título de esta crônica, que emprega o termo “cachorra” no que tange ao canídeo tão fiel ao Homem, seja por conta desta condição primorosa do animalzinho; mas sim por conta da adjetivação que parece vulgar e de cunho para lá de sexual… que relega a mulher a uma condição de perdição e frivolidade extrema.
São tempos duríssimos que nos comtemplam, muito repletos de indigência onde a poesia fugiu de repente desocupando a cadeira leal e real de épocas de ouro: Onde ouvíamos de nossas avós: – Agora você já é uma menina-moça.
Menina-moça, botão em flor, tudo isso foram adjetivos que fizeram parte do vocabulário de décadas brasileiras onde existia o respeito, o amor, e o interesse na cultura, e na educação proficiente…
Menina-moça, com lencinho no bolso, virgem e estudiosa, onde está tal dama? Talvez escondida num universo paralelo; pois neste aqui: “Só tem mulher cachorra que cruza a céu aberto; sem saber o que é hormônio e sem sentir o verdadeiro amor”!