Quem é o responsável?

Sempre que se fala de cyberbullying surge o questionamento: as mídias eletrônicas são ou não as responsáveis por tal prática? E as respostas se dividem, com alguns a favor, outros contra.

Eu entendo que não, pois se a criança recebeu uma boa educação, teve uma sustentação e/ou acompanhamento familiar ela aprendeu os valores e a necessidade de convivência.

Assim ela sabe respeitar as diferenças, possui noção de limites e tem claro em sua mente o que é "uma brincadeira". Agora, já na adolescência, ela não irá lançar mão do cyberbulllying, só porque possui uma mídia de última geração e o domínio tecnológico.

São fatores que nos levam a aceitar que a internet por si só, não responde pelo cyberbullying, pois se não houver uma postagem e aquele "clic" final, enviando a mensagem, nada irá acontecer.

Na minha visão a internet e as mídias eletrônicas são necessárias e certamente facilitadoras dessa prática, mas sozinhas não irão sair mundo afora a fazer vítimas e mais vítimas a cada segundo.

Não quero com isto culpar os participantes, são adolescentes vivendo as dificuldades, medos, dúvidas e inseguranças inerentes a esta fase tão complicada da vida. E como tábua de salvação recorrem à internet.

Necessitam, pois de respeito, compreensão, carinho e muita paciência, para que vençam sem traumas as dificuldades encontradas e se tornem adultos conscientes, dotados de resiliência e empatia na cuca, portanto responsáveis pelos atos praticados.

Cabe à família, como primeiro educador, conhecer o adolescente e com isso perceber suas atitudes ao fazer uso das mídias eletrônicas bem como suas reações.

A escola, como um agente educador que é, ou deveria ser, não fica isenta de trabalhar o cyberbullying em sala de aula.

É lamentável, mas há poucos dias, propus uma palestra a uma educadora de uma escola renomada e ela me disse que havia não horário livre para desenvolver este tipo de atividade.

Isso leva a constatar que primeiro devemos trabalhar o professor, levá-lo a entender que se trata de cyberbullying, um problema que envolve a todos nós, independente se pais, professores ou como membros de uma sociedade.

Portanto é nossa obrigação encontramos tempo para trabalhar essa prática com os alunos.

Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. Em Educação

O respeitar faz bem!